xxxi. Penélpe García (i)

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CÉU E INFERNO

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CÉU E INFERNO.

O SENHOR E O DIABO.

MALLORY NÃO ACREDITAVA EM NENHUM DELES.

MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE O ÚLTIMO CASO NÃO MEXEU COM SUA MENTE. Não foi Abbey Kelton que mexeu com sua mente, não foi o pentagrama gravado em seu peito após sua morte que o fizera, não foi o satanista adaptativo — afinal não acreditava em satanás — não foi Tracey Lambert, não foi Floyd Feylinn Fell, o canibal — o homem que ousou servir pedaços do corpo de Tracey em uma sopa para as equipes de busca; por sorte a mesma recusou um prato daquele ensopado de cheiro terrivelmente delicioso. Foi o gentil, compassivo e misericordioso Padre Marks.

Clarke repudiava, abominava e odiava figuras religiosos, mas acima de toda sua ira estava seu medo encoberto e escondido pelo que os mesmos representavam — uma figura superior a qual lhe abandonou em seu momento de maior necessidade -e por quem a lembravam: Davi Clarke. Os homem de Deus que vagava sobre terra poderia ser maus, falsos crentes espalhando o falso evangelho — ou apenas alguém se aproveitando de sua posição para se aproveitar, sexualmente ou não, daqueles que vinham até si em busca de aconselhamento e perdão — mas, nem todos eram assim. Alguns homens de fé eram bons de verdade e desejavam salvar o máximo de algumas que pudessem.

Homens de fé por si só lhe causavam calafrios.

Mas foi o Padre Marks que mexeu com sua mente.

A loira recordava-se de prender a respiração quando o homem passava por si e, educado como era, lhe cumprimentava; claro que, Mallory o fazia também, guiada pelas normas da sociedade e pela educação que sua mãe lhe deu, mas isso não quer dizer que não tremeu, mesmo que minimamente quando o mesmo estava por perto — era por razões como essa que também desgostava de casos que envolviam a religião. A mesma se lembrava também de suspirar aliviada por Rossi não a fazer de juntar a Morgan para falar com o mesmo — as intenções de David eram boas, mas, ele achava que era tão simples assim? Ajoelhar-se e rezar para O Senhor? Para aquele que não teve misericórdia ou compaixão de si apesar de todas as suas rezas e preces? Para aquele que não teve misericórdia de um garoto de apenas doze anos?

Não era.

Clarke compreendia a mágoa de Derek apesar do mesmo não fazer ideia do motivo que levou a mesma a desacreditar na existência do divino e qualquer ser sobrenatural que estivesse ao lado do Senhor, por isso não o julgava por ter reagido como reagiu após conversar com Marks. Mediante isso, quando o caso chegou ao fim, a loira estava mais do que pronta para deixar Bridgewater, na Flórida, para trás e voltar para sua casa e afastar qualquer lembrança, memória do que seu pai fizera consigo. Ele lhe exorcizou. Davi Clarke, o sacerdote de sua comunidade, seu pai, lhe exorcizou.

Padre e sacerdote são termos diferentes para a mesma coisa.

Padre Marks, assim como padre Clarke, poderia exorcizar alguém se tal poder lhe fosse concedido.

humanity ─── 𝗰𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗺𝗶𝗻𝗱𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora