Estava em minha sala com meu filho. Ele estava me fazendo rir muito, enquanto contava tudo que aconteceu em sua escolinha.
Não sei como uma criança de quatro anos consegue aprontar tanto, ao ponto da professora perder a paciência e pedir demissão.
Ele me disse que a mulher surtou com as perguntas que ele fazia e com o tanto que ele corria na hora do intervalo, então desistiu de dar aula naquela escola.
A verdade é que Pipo sempre foi muito curioso. Quando ele não sabia das coisas, ele perguntava e perguntava, até entender sobre o assunto.
– Pipo, vamos almoçar?
– Sim. – Ele deixa de assistir o desenho na televisão e se levanta do sofá. – Minha barriga tá até roncando.
– Era só me falar que estava com fome – digo e o pego no colo.
– Tava assistindo Batman – ele diz.
– E você tem que ficar com fome por causa do Batman?
Ele fica em silêncio, pensando no que eu disse.
Fomos em um restaurante, não muito longe, e Felippo pegou o cardápio, como se estivesse lendo.
– Desde quando você consegue ler?
– Eu consigo sim – ele diz sério.
– Aham. E quando aprendeu a ler de cabeça para baixo? – Viro o cardápio e ele me olha surpreso.
– Por isso o prato tava errado – ele diz e aponta para um prato de espaguete com almôndegas. – Esse.
– Certo.
Chamo um garçom e ele vem com um caderninho para anotar.
– Boa tarde. O que irão querer hoje? – Ele pergunta.
– Vamos querer...
– Eu falo, papai – Pipo diz afobado.
– Tá bom.
– Esse aqui pra mim, moço – ele aponta para o cardápio e o homem olha.
– Espaguete com almôndegas?
– Sim. Esse pro papai – ele aponta novamente para o cardápio e até eu olho o que ele escolheu.
– Raviole – o homem me informa.
Apenas afirmo com a cabeça, porque não queria magoar meu filho e já faz um tempo desde a última vez que comi raviole.
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Uma família para o CEO
RomanceEle é um homem de trinta anos, CEO, rico, nasceu em berço de ouro, cuida da empresa de seu pai, que se aposentou aos cinquenta anos de idade e tem um filho, o maior amor de sua vida, de quatro anos. Esse é Matteo Romero. Ela tem vinte anos, moradora...