Capítulo 37

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Levei Sofia em um restaurante que gosto muito aqui na Alemanha

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Levei Sofia em um restaurante que gosto muito aqui na Alemanha.

Assim que chegamos, ela ficou olhando, curiosamente, para todo o local.

– Adoro que você fica parecendo uma criança, quando conhece uma coisa nova. – Chamo sua atenção e ela se vira para mim.

– Por que uma criança?

– Porque você é curiosa. – Digo e toco a ponta de seu nariz, a fazendo sorrir.

A gente se senta e ela entrelaça seus dedos nos meus.

– Eu quero saber de você. – Falo e ela ergue aqueles olhos verdes para mim.

– O que quer saber sobre mim?

– Tudo que se sentir a vontade para falar. – Respondo.

– Bom... você sabe que eu tenho vinte e um anos.

– Sim.

– Eu adoro cantar, dançar e cozinhar. Quando tinha uns oito anos, eu adorava brincar com meu irmão mais velho e, por causa das nossas brincadeiras, bem calmas e tranquilas, eu caí de cabeça em uma pedra uma vez, e fiquei uma semana internada. – Ela conta e eu acabo rindo.

– Como?

– Eu tropecei. Tanto que cortei meu pé também, pouco antes de cair. Ainda tenho uma cicatriz.

Um garçom se aproximou da nossa mesa e eu pedi o cardápio.

– Sofia, quer tentar escolher alguma coisa?

– Pode ser aquele prato que a gente comeu no primeiro dia?

Eisbein? – Pergunto e ela franze o cenho.

– É aquela carne macia, que deixou o rosto do Felippo todo sujo depois dele ter comido?

– Sim.

– Então sim. – Ela responde e eu sorrio.

– O que quer de acompanhamento?

– Purê de batatas. – Ela responde.

– Bebida?

– Suco.

Faço nossos pedidos e entrego o cardápio novamente para ele.

– Voltando onde paramos...

– Bem... meu pai meio que mudou comigo quando eu tinha por volta dos doze anos. Ele começou a me tratar de forma muito hostil, como se eu fosse uma estranha na frente dele, e não sua filha. Quando eu tinha dezenove, conheci meu ex. A gente começou a namorar e, há um ano, descobri que ele me traia com minha irmã mais velha. A única coisa boa de tudo isso foi o nascimento da minha filha. Morei na rua com ela e você me encontrou, me ajudou. – Ela termina sorrindo, enquanto seus olhos brilhavam.

– E eu jamais me arrependerei daquele dia. – Afirmo.

– Sua vez.

– Bom... tenho trinta anos. Sou o mais velho, de três irmãos. Tive um relacionamento de três anos, que terminou após descobrir uma sequência de coisas. Traições, roubo, brigas, negligência, falta de confiança... essas coisas que não são nem um pouco boas em um relacionamento. Nesse meio, nasceu o Felippo. Quando ele tinha dois anos, a mãe dele foi embora com um amante. Quando cheguei em casa, depois de quatro horas na empresa, encontrei Felippo sozinho na sala, chorando muito. Procurei por ela em toda a casa e só consegui encontrar um bilhete dizendo que pegou a quantidade necessária de dinheiro e foi embora, porque não queria cuidar de um bebê que ela não suportava.

Dio... – Sofia murmura e segura minha mão.

– Eu cuidei do meu filho, mas acabei sendo negligente em vários pontos. Chegou no nível em que eu era ameaçado pela minha mãe. Ela dizia que ia acabar tirando a guarda dele de mim e me manteria longe, mas ela nunca fez, e eu agradeço muito por isso. No dia que a gente se conheceu, eu tinha acabado de sair do hospital e vi uma menina assustada no meio da rua, gritando por socorro. – O sorriso retorna ao seu rosto, o iluminando, e eu me sinto imensamente feliz por saber que estava sendo direcionado para mim. – E sobre coisas que eu gosto... amo apreciar um bom vinho, passar um tempo conversando com meu pai e meu irmão, enquanto minha mãe e minha irmã têm o momento delas. Eu gosto de sair, mas não sou uma pessoa que gosta tanto de ir em festas e boates, para ficar até tarde da noite. Prefiro um lugar mais calmo. E, diferente do que se costume ver por aí, eu gosto, verdadeiramente, de cuidar da empresa da minha família.

– Da para ver que gosta. Vejo como cuida tão atenciosamente de cada mínimo detalhe.

Nosso jantar chegou e Sofia abriu um lindo sorriso alegre.

Ela suspira ao dar a primeira garfada, e eu paro apenas para admirá-la.

– O que foi? – Ela questiona e eu sorrio.

– Nada. Eu só estou te admirando.

Comemos em meio à uma conversa tranquila e agradável.

Sofia é um doce de pessoa. Ela adora conversar e presta atenção em tudo que está sendo falado.

– Quer sobremesa, bella? – Pergunto.

– Não. Estou satisfeita. – Ela fala com um sorriso pequeno nos lábios.

Chamo o garçom e peço a conta.

– Matteo... a gente não ia dividir?

– Nunca disse isso. – Passo meu cartão e o guardo.

– Não acha injusto que você sempre paga? – Ela questiona e eu rio.

– Não, piccola. Não acho. – Respondo com sinceridade.

Após tudo pago, saímos do restaurante e fomos dar uma volta antes de irmos para o hotel.

– Aqui é tão lindo. Quero vir mais vezes. Conhecer melhor. – Ela sorri e dá uma rodada com os braços abertos.

– E eu vou estar ao seu lado. Fazendo questão de te mostrar cada coisa. – Seguro sua mão e a puxo para mim.

Ela sorri e espalma suas mãos em meus braços.

Mia bella. – Sofia leva uma mão até meu rosto e junta nossas testas.

– Eu torço, a cada fração de segundo, para que isso não seja um sonho. – Ela segreda e eu lhe dou um beijo rápido. – E já até pedi que, se for um sonho, para eu não acordar dele nunca.

– Estamos no mundo real, bella. Não precisa se preocupar em ter que acordar desse sonho, que estamos dividindo. – Sofia afirma com a cabeça algumas vezes e me dá um beijo.

A gente se separa aos poucos e eu noto um sorriso iluminando seu rosto, mais que a luz do luar.

– Vem comigo, piccola? – Pergunto e ela afirma com a cabeça.

Abraço sua cintura e ando com ela pelas ruas de Berlim.

– Acho que eu nunca me senti assim antes. – Sofia fala.

– Assim como, bella?

– Feliz. – Ela me responde. – Já estive feliz antes, é claro. Com a minha filha, pouco tempo com a minha família... mas nunca de forma tão intensa. Você, Maria Luiza e Felippo, juntos, estão me fazendo mais feliz do que eu jamais fui. – Sorrio com sua fala e deposito um beijo no topo de sua cabeça.

– Eu também, piccola. Acho que nem com a minha ex eu sentia que podia ter uma família completa, mas com você e os meninos aqui... percebo que isso pode ser possível.

Ela sorri e me dá um beijo rápido na bochecha.

Cara... eu estou apaixonado pra caralho nessa garota.

Uma família para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora