Se passaram duas horas e meia e ainda estamos resolvendo a agressão que minha mãe fez.
– Olha, delegado, aquela mulher me espancou. Eu a quero presa. – A reitora da universidade de Aurora diz.
– Com licença – minha mãe entra, com toda sua elegância, na sala e se senta ao lado da mulher.
– Mantenha distância, sua louca – a reitora se levanta abruptamente e se afasta.
– Ouvi ela dizer que me quer presa. Não tenho problema nenhum com isso, até porque eu a agredi. Mas se é assim, a quero condenada e afastada de sua profissão, por ser cúmplice daquele homem, que ameaçou, difamou e assediou minha filha. Até onde eu me lembro, abuso ainda é crime – minha mãe diz calmamente.
– Abuso? Está me dizendo que eu fiz alguma coisa para aquela garota? – O professor se levanta irritado.
– Seu...
Enrico ia na direção do homem, mas bastou nossa mãe bater suas unhas sobre a mesa e fazer um som com sua garganta, para ele parar.
– Vamos nos acalmando. Senhora, o que diz é muito grave – o delegado diz.
– Querido, minha bolsa, por gentileza.
Meu pai entrega o objeto e minha mãe pega alguns papéis lá dentro.
– Isso aqui foi o que meu filho me mandou por mensagem. Eu imprimi pronta para trazer – ela coloca o primeiro papel sobre a mesa.
A mensagem que Aurora recebeu do professor.
– Isso aqui é a imagem que mandei o amigo do meu filho imprimir, para a prova.
Aurora e o professor na biblioteca, com ela encurralada entre uma prateleira de livros e a parede.
– Isso aqui, – minha mãe mostra a tela de seu celular –, foi uma funcionária do meu filho quem me mandou. Ela disse que perguntou à minha filha onde tinham batido nela e minha filha pintou exatamente os locais das agressões e esse desenho que ela fez, – ela passa para a próxima foto –, e o desenho que mostra, claramente, quem bateu nela.
– Ela está sempre preparada? – Riccardo sussurra para mim.
– Sim.
– E só mais uma coisa, senhor delegado, aqui está o laudo da minha filha, de quando ela tinha cinco anos, que foi quando a levamos à um neurologista, e um psicólogo, e descobrimos que ela tem autismo. Nível um de suporte. – Minha mãe mostra o laudo.
O delegado olha tudo atentamente e minha mãe se levanta.
– Estamos resolvidos ou prefere que eu saia dessa delegacia e procure um delegado que vá fazer a justiça que eu procuro e que minha filha merece?
– A senhora está presa por desacato. Os outros dois estão presos por agressão, difamação, ameaça e assédio sexual – o delegado diz.
Meu pai conversa com o delegado e consegue a fiança da minha mãe, o que não custou tanto quanto eu imaginei.
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Uma família para o CEO
RomanceEle é um homem de trinta anos, CEO, rico, nasceu em berço de ouro, cuida da empresa de seu pai, que se aposentou aos cinquenta anos de idade e tem um filho, o maior amor de sua vida, de quatro anos. Esse é Matteo Romero. Ela tem vinte anos, moradora...