"Venha dormir comigo: não faremos amor, o amor nos fará."
Julio Cortzar
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Eu me encontrava preso embaixo do corpo de Harvey e seus braços permaneciam repousados ao lado de minha cabeça enquanto suas mãos acariciavam meus cabelos e um de seus dedos deslizou do começo de minha testa até o fim de meus lábios. Nossos corpos estavam extremamente colados um ao outro e, em meu ventre, eu podia sentir uma sensação que, ao mesmo tempo em que me deixava nervoso, me fazia ter vontade de gritar em contentamento.
Harvey então me beijou novamente e eu imediatamente fechei meus olhos, perdido completamente na sensação de ter sua boca na minha. Nossas línguas se encontravam no meio do caminho e Harvey resolveu segurar meus braços em cima da cabeça, deslizando sua outra mão em minha cintura enquanto me beijava da forma mais calorosa que eu jamais havia sido beijado antes.
Foi então que um barulho vindo do primeiro andar nos parou no mesmo instante. Resmunguei contrariado, mesmo de olhos um pouco arregalados devido ao susto.
— Inferno — disse Harvey ainda mais irritado. — Por que sempre acontece algo para nos atrapalhar nesses momentos?
— Deve ser Sirene — falei, querendo que ele ficasse e segurando sua cintura.
— Mas pode não ser... — Sua expressão se mostrava irritada. — Vou conferir. Não saia daqui. Volto logo!
— Ok — e assim que disse isso, ele beijou meus lábios e levantou rapidamente de cima de mim, descendo as escadas do mesmo modo e deixando claro em quais degraus pisava, de tão barulhento que foi a sua chegada até o primeiro andar.
Olhando para o teto e esboçando uma careta, bati os dedos no colchão e fiquei esperando Harvey aparecer. Eu me encontrava em estado de pânico e ao mesmo tempo excitação apenas por constatar que faríamos sexo em breve.
Por que nós faríamos sexo, não faríamos?!
Sim, nós faríamos sexo.
Mordi o lábio inferior e respirei fundo uma vez, tentando desacelerar as batidas do meu coração. Ele parecia tão incontrolável dentro do peito que imaginei que Harvey poderia ter ouvido do primeiro andar. Acho que até mesmo os vizinhos poderiam escutar..
Apoiei-me em meus cotovelos no colchão e observei a porta de entrada do quarto, esperando ansioso por Harvey e sua aparição. Do modo como ele desceu as escadas, o mínimo que eu esperava era que ele aparecesse naquele exato instante em minha frente.
Soltei um som irritado.
Onde estava Harvey, afinal?
Resolveu brincar um pouco com Sirene?
Aquela cachorra traidora estava roubando a atenção que eu deveria estar recebendo.
Levantei da cama em um só pulo e decidi ir atrás de Harvey para que ele voltasse até mim. Não que eu fizesse questão de uma noite de sexo com ele, mas era só porque ele havia me deixado excitado na cama e estava me devendo essa.
Pois então nada mais justo que ele voltasse, certo?
Contudo, assim que dei alguns passos para a porta, Harvey apareceu naquele mesmo instante e me olhou confuso por um momento. No entanto, assim que percebeu o que eu estava fazendo — indo atrás dele — é claro que ele não deixou de dar seu maldito sorriso de lado.
— Demorou — constatei simples e sério.
— Estava indo atrás de mim, hm?
— Hã? Claro que não. Eu só, hm, fiquei achando que, sei lá, tinha alguém aqui dentro de casa.
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Destino Estranho
RomanceLuc Thornton sempre foi muito ambicioso. Ele não consegue esconder a inveja que sente de todas aquelas pessoas que têm carros luxuosos, mansões em bairros nobres, que fazem viagens extravagantes e que possuem dinheiro de sobra no bolso. Luc inveja i...