"E então ele me deu um sorriso que parecia tão genuinamente doce com apenas o toque certo de timidez que um calor inesperado correu através de mim."
Suzanne Collins, Jogos Vorazes
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Duas horas da manhã e eu me encontrava ali, deitado na cama, encarando o teto sobre mim, com as mãos para fora do edredom velho e pensando em tantas e tantas coisas que eu mal conseguia processar direito sobre exatamente o que era. Eram imagens de meus últimos dias ali que iam e vinham em uma velocidade tão grande que tornava extremamente complicado organizá-las.
Harvey se mexeu ao meu lado e deixou escapar alguns resmungos desconexos. Virei para olhá-lo e franzi os lábios, analisando seu perfil que se encontrava com a boca aberta.
Ele iria pagar por todas as provocações que me fez.
Virei de lado, apoiando minha cabeça em minhas mãos, e observei o homem que se dizia ser meu marido afundado em um sono pesado. Ele tinha essa coisa nas sobrancelhas em que as mexia levemente como se conversava no sonho com alguém. Era estranho e eu tive que conter meu riso no momento em que ele disse algo como "calabresa para dois" e deu um ronco forte, soltando o ar de seus pulmões de uma vez só em seguida.
Depois disso, dei um sorriso malicioso e arquitetei mais um de meus planos maquiavélicos.
Porque, sim, Harvey iria pagar pelo que me fez passar durante todo o dia.
— Harvey? Harvey?
Ele resmungou mais algumas vezes e seus olhos abriram minimamente.
— Acorde, amor — falei exatamente como ele falaria e de modo inocente. — Eu tenho um presente para te dar.
— Que presente? — Ele ainda parecia sonolento, mas já estava consciente e tentando manter os olhos abertos.
Ainda embaixo do edredom, comecei a me mexer na cama de modo a ficar de joelhos. Assim que me posicionei adequadamente, levei uma de minhas pernas para um lado do corpo de Harvey e a outra perna repousou do outro lado, permitindo-me ficar praticamente sentado na barriga do rapaz de olhos esverdeados.
— O que está fazendo? — A sonolência de meu suposto marido estava dando espaço para um pequeno sorriso de lado e eu sabia que ele tinha entendido o que eu planejava, mas parecia ter esquecido da greve que se forçava a fazer.
Vendo-o tão vulnerável para mim, senti vontade de soltar uma risada maquiavélica, igual à de vilãs de histórias de contos de fada, mas me contive, é claro, para não colocar meu plano água abaixo.
Depois disso, lentamente, deixei minhas mãos caírem sobre o peitoral coberto por uma camiseta de pijama de Harvey e, por mais que eu pudesse negar a quem for se me perguntassem, eu podia sentir a expectativa e excitação crescendo dentro de mim.
Deixei que uma de minhas mãos escorregasse até o cós da calça de pijama, que combinava horrorosamente com a camiseta que o rapaz de olhos verdes vestia, e desci mais um pouco, alcançando o volume e respirando fundo, porque... Wow!
Só... Wow.
— Luc — ele gemeu, fazendo um movimento contra a minha mão.
Continuei com meu plano, começando a massagear o volume ainda com o tecido entre nós. Harvey fechou os olhos e soltou um leve e quase inaudível gemido, fazendo-me sorrir grande, entusiasmado e convencido. Rocei meu quadril no volume de suas calças e continuei a massageá-lo.
Suas mãos alcançaram minhas coxas e ele abriu os olhos, puxando-me para perto e desejando mais do que eu estava dando.
E eu apenas sorri mais e era um sorriso que continha toda a maldade de meus planos.
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Destino Estranho
Roman d'amourLuc Thornton sempre foi muito ambicioso. Ele não consegue esconder a inveja que sente de todas aquelas pessoas que têm carros luxuosos, mansões em bairros nobres, que fazem viagens extravagantes e que possuem dinheiro de sobra no bolso. Luc inveja i...