50. O Primeiro Halloween

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"O riso das crianças enchia o ar fresco enquanto ritmos excêntricos de batidas e sinos de portas se misturavam a um coro de" travessuras ou travessuras "que cantava no início da noite."

Amber Newberry

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— Eu quero o divórcio — Harvey anunciou assim que entrou no banheiro.

Eu estava com espuma de shampoo nos olhos e tentei tirar com rapidez assim que ouvi aquilo. Meu coração começou a bater de forma desesperada dentro do peito e, assim que consegui fitar Harvey sem lacrimejar, notei aquele sorriso debochado de lado. Eu posso ser míope, mas sabia que ele estava mentindo.

— Eu já estava pronto para jogar esse sabonete na sua cabeça.

Harvey deu uma gargalhada e me deu um beijo. Começou a tirar suas peças de roupa para se juntar a mim. Meu corpo não parecia lidar muito bem com sua nudez, mesmo depois de já tê-lo visto inúmeras vezes dessa maneira. Eu queimava de dentro para fora todas as vezes. Me sentia consumido pelas labaredas do inferno quando Harvey me olhava dos pés à cabeça cheio de desejo.

— Jamie e Lily não acharam ruim por terem de ficar hoje na casa de sua mãe? — perguntei enquanto colocava um punhado de condicionador na palma da mão.

— Na verdade, os dois amaram, assim como Sirene. Vão comer pizza hoje à noite e depois pretendem assistir filmes da Disney. Minha mãe está mais animada que eles, pelo que eu percebi. E sabe como é Sirene... Fica feliz só por estar perto das crianças.

— Já sinto falta dos meus bebês — dramatizei e Harvey passou pelo box dando risada. — Já pode ir lá na casa da sua mãe buscá-los, vamos ficar em casa.

— Mesmo se eu quisesse ficar... — Harvey se aproximou e molhou os cabelos, jogando um pouco de água em meu rosto para me provocar. — Não tem como. Prometemos a Noah que iríamos. Você sabe o quanto ele é dramático... Da última vez que neguei sair com ele, o cara prometeu se vingar.

Um bico adorável preencheu seus lábios. Capturei-os, sentindo um gosto adocicado.

Depois disso, no entanto, me afastei de abrupto e apoiei uma das mãos em seu peito.

— Como assim mesmo se eu quisesse ficar?

— O que?

— Você disse que mesmo se quisesse ficar em casa com as crianças? Você não quer ficar? — O tom da minha voz desejava anunciar meu descontentamento.

Harvey rolou os olhos como todas as vezes em que eu exagerava com alguma coisa.

— Eu amo ficar todos os dias com os nossos filhos, com você e com Sirene apenas curtindo a companhia um do outro, mas... Eu também amo ir a um bar qualquer e te ver dançar e beijar sua boca com gosto forte de álcool.

— Talvez eu não beba hoje... — Empinei o nariz, provocando.

Harvey entrelaçou os braços em minha cintura.

— Eu não me importo.

— Talvez eu não... — Seus lábios começaram a trabalhar em meu pescoço de um modo tortuosamente lento. Eu senti minhas pernas fraquejarem. — Talvez eu não dance também.

— Eu realmente ficarei decepcionado, mas talvez isso permita que a gente possa ficar bem perto um do outro durante toda à noite.

— E se eu não quiser ficar por perto? — Mas eu já sabia sua resposta antes mesmo que ele a dissesse.

— Eu posso tentar mudar isso.

E então Harvey se ajoelhou em minha frente. Ele deu aquele maldito sorriso antes de deslizar suas mãos cheias de anéis por minha pele. Quase engasguei de prazer quando elas alcançaram um ponto específico, mas tive de me manter firme em pé, encontrando apoio para tudo aquilo apenas nos azulejos que decoram o banheiro.

Destino EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora