46. Sempre seu

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"Um casamento perfeito consiste em apenas duas pessoas imperfeitas que se recusam a desistir uma da outra."

Dave Willis

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Assim que acordei no dia seguinte, a primeira coisa que senti foram os braços de Harvey em torno de meu corpo com firmeza. Ele me segurava como se a qualquer momento eu pudesse fugir e correr loucamente de um lado para o outro do apartamento para que não me alcançasse e acabei soltando uma leve risada por causa disso, o que fez com que meu marido despertasse um pouco.

— L-Luc — gemeu preguiçoso e se mexeu na cama, afastando seus braços quentes de meu corpo para que eu pudesse sair da cama com mais facilidade.

— Temos que ir trabalhar — avisei e acariciei seus cabelos deliciosamente macios que se encontravam bagunçados em cima do travesseiro. — Acorde logo, preguiçoso. — E ele soltou uma leve risada, movendo-se debaixo dos cobertores e apenas dando as costas para mim.

Resolvi, no entanto, apenas levantar da cama e passar a me arrumar para partir em direção ao trabalho. Por isso, fui até o banheiro e lavei o rosto, tomei um banho rápido e vesti uma roupa qualquer, porém definitivamente confortável. Assim que saí daquele cômodo, caminhei até a cozinha e me surpreendi com Harvey ali já muito bem desperto preparando nosso café da manhã.

— O que está fazendo? — questionei coçando os olhos de forma preguiçosa.

— Panquecas. — Sorriu grande em minha direção e senti como se eu estivesse naquelas propagandas de vida perfeita. Acabei abrindo um sorriso também e o abracei por trás, sentindo os músculos de seu tronco relaxados com aquilo.

— Panquecas para um louco então — arrisquei, testando e trazendo o assunto de ontem à tona para saber o que Harvey pensava sobre aquilo naquela manhã.

Harvey, porém, desligou o fogão, colocou a última panqueca preparada na pilha que havia feito e virou seu corpo para mim, ficando frente a frente e me abraçando.

— Meu louco. — Beijou minha testa. — Meu louquinho.

Tentei prender o sorriso que ameaçava escapar por entre meus lábios, porém minha tentativa foi um completo fracasso como tantas outras.

— Você acredita então na minha história?

Harvey ficou em silêncio por um tempo apenas me observando atentamente e tirou um pouco de cabelo dos meus olhos. Aquela minha franja sempre acabava entrando em meu campo de visão e eu nem sequer prestava atenção em relação a isso mais.

— Estou tentando — disse sério e sincero. — Por você eu tento.

— É bom tentar mesmo — brinquei e ele beijou minha bochecha rapidamente enquanto ria do que eu tinha dito.

— Só se comer todas as minhas panquecas. Todas elas, uma por uma.

— Prometo tentar.

— É bom tentar mesmo. — Harvey me imitou. — Por mim.

— Prometo tentar pela minha barriga roncando e pelo meu apetite insaciável, isso sim.

— Nunca dá o braço a torcer, não é mesmo? — Harvey brincou e mordeu a minha orelha, separando nossas panquecas em seguida, de modo que cada um ganhasse a mesma quantidade e que Sirene pudesse desfrutar de um pedaço também.

Dei de ombros para aquela afirmação de Harvey e passei a comer minhas panquecas de forma distraída enquanto bebericava um pouco do chá com leite que meu marido tinha colocado em minha xícara.

Destino EstranhoOnde histórias criam vida. Descubra agora