DEPOIS DO PRIMEIRO BEIJO [ CONCLUÍDO ]

27 - JAMES.

Oi, James...

Los Angeles 17:33

   Sempre que eu tentei deixar de usar a droga, meu corpo passou uma seqüência de sintomas que é chamada de síndrome de abstinência narcótica.

   A primeira coisa que um médico especializado lhe diz é que as primeiras quatro horas de abstinência vai te causar uma puta ansiedade, mas o que eles não sabem é que quaneo isso acontece, pelo menos no meu caso, eu andei por todos os cantos do quarto a procura de drogas.

   Após a longa busca por drogas, vem a porra do lacrimejamento, o caralho da coriza intensa, a merda dos bocejos freqüentes, suor excessivo, fraqueza e prostração.

   Como se isso não fosse o suficiente vem a dilatação das pupilas, tremores musculares, ondas de frio e calor, ereção dos pelos, dores nos ossos e músculos.

   Eu já não aguento mais essas dores, já estou a semanas em tratamento, esses sintomas já deveriam estar menores, mas parece que a cada dia que se passa estão ficando piores.

   A noites tem sido bem longas já que a insônia faz parte da minha rotina, as náusea tambem se tornaram frequentes, o vômito já está me dando nos nervos, mas é pelo fato de eu nao conseguir comer quase nada e mesmo assim eu sinto vontade de por para fora.

   Após o pequeno cuchilo que eu tirei, eu acordei com uma inquietação horrível. Devido a movimentação dos enfermeiros pelo quarto eu não me sinto nem um pouco avontade. James é um enfermeiro que me ajuda a tomar banho nos dias que estou muito debilitado por causa da fraqueza, porém ele faz tudo com má vontade, eu poderia falar com o meu pai para trocar por outro enfermeiro,, mas eu ajo quero incomodar mais do que já estou incomodando.

   James se aproxima de mim com uma injeção que eu acredito ser a dosagem, porém eu não aguento mais, eu odeio injeções e por isso nunca fiz o uso da heroína. Eu estou usando um acesso intravenoso para receber essas doses, mas quando se trata de algum calmante, ele aplica diretamente na pele.

   Eu ja pedi que fosse injetada no acesso, mas ele não me ouve e faz da forma que ele quer. Meus braços já estão cheios de hematomas, estão assim por causa das agulhadas que não são nada gentis.

— Oi, James... — estico o braço que te o acesso.

   Com a cara fechada e sem paciência ele começa a dobrar a manga longa do meu pijama. James tira uma espécie de elástico do bolso do seu jaleco e passa em volta do meu braço e aperta com toda força que Deus lhe deu e isso me leva ao inferno, em seguida passa algodão no meu braço e por ultimo pega a injeção em seu bolso. Eu percebo que ele não vai injetar no acesso e por alguma razão desconhecida, eu começo a suar frio.

— Você poderia aplicar no acesso?

   Assim que as palavras escapam de meus lábios, ele finca a agulha no meu braço e injeta o líquido que entra queimado. Minha respiração acelara, eu sinto meus pulsos acelerando e minha dor abdominal aumenta consideravelmente. Neste momento usando o pouco de forças que me resta, eu empurro James que quase cai no chão.