DEPOIS DO PRIMEIRO BEIJO [ CONCLUÍDO ]

BÔNUS - GENERAL.

Vamos, Charlotte!

Los Angeles 00:45

   Entro na cabine do piloto e falo que vamos partir em cinco minutos. O tempo está feio, mas não há perigo de voar, então saio da cabine e vejo minha neta parada.

— Vamos, Charlotte! — estendo minha mão em sua direção — Você precisa se sentar.

— Desculpa vovô... — franzo o cenho ao ver ela dar um passo para trás — Desculpa, mas eu não posso ir com o senhor.

— Porquê não?

— Ele está nessa situação por minha causa, ele me defendeu se machucando a sim mesmo para me proteger... — ela fecha os olhos com força e vejo uma lagrima rolar em seu rosto — Eu fiz uma promessa há ele e não vou quebrá-la só para me manter segura.

— Não faça isso, Charlotte...

— Desculpa, mas eu não posso...

   Dito isso para mim, ela dá meia colta e desce os degraus correndo. Eu grito por seu nome, no entanto ela não para de correr.

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   Como se não bastasse ter que voltar até a casa dos Brown's, eu sinto o fracasso me atingir pelo fato de estar voltando para a casa deles. Eu admito que talvez eu tenha sido um pouco grosseiro, mas eu juro pela minha arma que não imaginava que no último segundo ela fosse empacar na porta do jatinho me dizendo que não podia ir embora comigo.

   Naquele momento eu fui obrigado a correr atrás dela e foi preciso conversar muito com ela para lhe convencer que eu iria levar ela de volta para casa dos Brown's.

   É visível que Charlotte está triste, chorando e o céu parece colaborar fazendo a chuva cair. Os pingos de chuva são tão fortes que as ruas estão alagadas, assim como o rosto da minha neta que parece um dilúvio. Ou melhor dizendo. Cachoeira.

   Quando o carro parou na frente da casa, eu pensei em travar a porta e sair dirigindo o mais rápido possível, é estranho pra caceta saber que minha neta está envolvido com um homem que sempre terá que lutar contra o vício.

   Uma parte de mim acha que o certo é afastar ela dele, mas a outra parte sabe que se eu fizer isso, vou afastar Charlotte para sempre. Eu demais essa menina que sou incapaz de viver longe, ouvir a voz dela me dá uma grande alegria, confesso que não estou pronto para abrir mão disso.

— Se o senhor quiser, pode ir embora...

— Você sabe que eu não vou fazer isso... — olho para ela através do retrovisor — Eu prometo que vou ligar para a sua avó e contar tudo que está acontecendo, mas eu quero que me prometa que vai seguir a risca tudo que eu te disser...

— Não é o que eu gosto, mas eu prometo.

— Ótimo! — solto o cinto de segurança — Está pronta?