DEPOIS DO PRIMEIRO BEIJO [ CONCLUÍDO ]

07 - HARRY.

O que você faz aqui, Adam?

Los Angeles 21:33
Meses antes.

   Assim que paro a moto, um garoto de mais ou menos dezessete anos vem até mim e me pergunta o que estou procurando. Com pressa lhe digo que preciso de cocaína e vendo meu desespero na porra do meu rosto por causa da porra da droga, o garoto curva um sorriso malicioso.

   Não hesito e enfio a mão no bolso da minha calça jeans e retiro alguns dólares e lhe entrego. O garoto abre um sorriso maior ainda ao ver a quantia e rapidamente me entrega vários pacotes de cocaína. Usando os dentes, eu rasgo o pacotinho de plástico e ponho um pouco da substância perigosa em minha mão, entre meus dedos usando o polegar e indicador como base e com pressa ponho o nariz e puxo para dentro do meu nariz fazendo com o que a droga entre no meu sistema.

   A porra da droga invade meu nariz com tudo me causando aquela maldita sensação familiar e satisfatória.

   Sacudo a cabeça negativamente por causa da porrada que recebo da droga. Eu sei que o anestésico vai vir logo e antes que eu consiga assimilar alguma coisa, a sensação de alívio me toma me causando a sensação de estar nas nuvens.

   Ponho mais um pouco do pó branco na mão e repito o processo que fiz alguns segundos atrás. Eu deveria esperar dar um pequeno espaço para fazer isso, mas meu corpo deseja mais, eu estou precisando disso, no entanto eu sei que vou me arrepender depois.

   Me encosto na moto e rodo os olhos pela rua escura e vejo algumas pessoas se aproximarem, o garoto que está bem próximo de mim corre até o grupo de pessoa e aí eu me dou conta que eles também vieram atrás de drogas.

   Eu já estou começando a sentir o efeito da droga, porém meu cérebro ainda está processando algums coisas e na real, eu já estou arrependido, eu não deveria ter vindo até aqui, eu deveria ter resistindo mais um pouco.

   Guardo a droga no bolso da jaqueta com o pensamento de jogar fora quando eu chegar em casa, subo na moto e dou partida. Eu preciso sair daqui, preciso me esconder.

●●●

   Acelero um pouco e isso faz a moto ir mais rápido. Eu não deveria estar indo aonde estou, eu deveria me esconder, mas do nada me bateu uma enorme saudade e nesse momento eu preciso vê-los, mesmo que seja de longe. Eu estou sobre efeito da droga e talvez seja por isso que eu tenha coragem de ir até lá.

   Já faz muito tempo que aprendi a andar de motos, eu acho esse meio de transporte perigoso, mas ele é mais rápido já que pode transitar livremente.

   Paro a moto do outro lado da calçada e desço da moto e vou para trás de uma árvore e me escondo. Com lágrimas nos olhos eu encaro os grandes portões da enorme mansão que foi meu lugar preferido e ainda é.

   A luz do quarto dos meus pais está acessa, mas não vejo nenhum deles. Eu permaneço parado no mesmo lugar, olhando para o mesmo lugar e para minha felicidade minha mãe aparece. Eu sorrio ao vê-la, mas esse pequeno sorriso se torna dez vezes maior quando meu pai aparece atrás e lhe abraça por trás fazendo meu coração ficar quentinho.