DEPOIS DO PRIMEIRO BEIJO [ CONCLUÍDO ]

15 - ADAM.

Posso entrar?

Los Angeles 08:23

   Eu ainda me lembro perfeitamente do olhar carregado de ódio que Luke tinha sobre mim no momento que seus amigos me seguraram para ele cravar a faca no meu abdômen.

   Eu nunca tive medo de nada, mas naquele momento o medo de morrer me tomou com tanta intensidade que eu juro por Deus que eu pensei que não iria sobreviver ao ataque que sofri.

   Desde que dei entrada nesse hospital, eu estou sem acesso ao que acontece do lado de fora, na verdade eu não ligo, já estou até começando a gostar dessa falta de notícias, no entanto eu tenho pensando muito na garota esquisita.

   Por divesas vezes eu pensei em pedir um celular ao meu pai, mas para evitar suspeita e principalmente perguntas, eu deixei para lá, porém já faz longos dias que estou querendo saber se ela está bem.

   Ontem a noite meu pai me contou que Adam está aqui há mais de uma semana, inclusive ele veio para Los Angeles somente para doar sangue para mim. Com toda a certeza ele ainda sente ódio de mim e talvez seja por isso que ele ainda não veio me visitar. Eu não tiro a razão dele, eu fui um péssimo irmão, eu trai sua confiança e sendo bem franco, ele tem todo o direito de não me querer por perto.

— Posso entrar?

   Eu conheço essa voz, imediatamente ergo a cabeça, mas quando vejo que realmente é meu irmão, abaixo a cabeça para não ter que olhar em seus olhos.

— Você está bem?

   Por ouvir ele me perguntar se eu estou bem, sem querer eu volto a olhar para ele e concordo com a cabeça, mas logo desvio o olhar dele para o canto da parede.

   Adam não faz ideia do buraco que tem dentro de mim, ele tem noção do quanto eu sofro com sua ausência em minha vida.

   Eu me sinto péssimo por estar aqui, deitado nessa cama de hospital, agora todos sabem do meu problema. Eu quis tanto esconder isso da minha família, mas por causa desse acidente a notícia se espalhou como um fakewees e que agora todos sabem.

   Ontem a noite meu pai descobriu que algumas semanas atrás eu dei entrada em hospitais por diversas vezes por excesso de drogas e álcool, inclusive mês passado eu dei entrada em outro hospital por ter tido uma overdose que quase me matou, porém ninguém da minha família soube disso porque eu dei entrada na parte pública, estava sem documentos e como sempre, eu consegui fugir.

   No entanto, meu pai descobriu tudo e pior, nos mínimos detalhes. Pelo visto seu detetive ainda não parou de investigar minha vida e acredito que ele irá descobrir muito mais.

— Olha... Vamos facilitar as coisas pra nós dois. Eu não quero falar sobre o que aconteceu naquela noite... Você está certo e eu errado — falo na tentativa de parar essa conversa.