04 - Bônus

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Passo a mão pelo travesseiro macio, sentindo a suavidade do tecido contra minha pele

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Passo a mão pelo travesseiro macio, sentindo a suavidade do tecido contra minha pele. Meus olhos se fixam no criado-mudo de madeira escura ao lado da cama.

Puxo a coberta, cobrindo meu corpo nu, enquanto o lençol branco se estica, perfeitamente alinhado, sobre a cama imensa. O quarto está silencioso, e percebo que estou sozinha.

Levanto-me, sentindo o frio do chão de madeira sob meus pés descalços. Meu olhar recai sobre um roupão branco pendurado na poltrona próxima. Pego o roupão e o envolvo ao redor do meu corpo, apreciando a maciez do tecido contra minha pele.

Saio do quarto e caminho pelo corredor, com meus passos ecoando levemente enquanto me aproximo do som da televisão ligada.

Ao chegar na sala de estar, vejo Roberto sentado à mesa, com os olhos fixos no jornal que passa na TV.

Ele está sem camisa, revelando seu corpo definido, e parece completamente focado nas notícias. Aproximo-me devagar, hesitante em interromper sua concentração.

— Bom dia — digo, em um tom baixo, chamando sua atenção.

Ele desvia o olhar da tela e me encara, seus olhos sérios e penetrantes.

— Bom dia — responde ele, com a voz grave, enquanto leva a xícara de café aos lábios.

— Onde está meu vestido? — pergunto, tentando manter a calma.

Vejo sua expressão se tornar ainda mais séria, com as sobrancelhas se franzindo em descontentamento.

— Tome café — diz ele, com uma firmeza que não admite questionamento. — Agora — ordena, em um tom autoritário.

Sinto um calafrio percorrer minha espinha, mas obedeço. Caminho até a mesa e me sento em uma das cadeiras. Roberto se inclina para frente, pega a cafeteira e serve uma xícara de café para mim. Ele me entrega a xícara, com o olhar ainda fixo em mim, como se avaliasse cada um dos meus movimentos.

Segurando a xícara entre as mãos, sinto o aroma forte e amargo do café invadir minhas narinas enquanto tento acalmar meus pensamentos tumultuados.

— Seu travesseiro é bem gostoso — comento, quebrando o silêncio.

— É de pena de ganso — ele responde, ainda olhando para o jornal.

Eu aceno com a cabeça, surpresa, sem saber que era possível fazer travesseiros com penas de ganso. Bebo o café, tentando aproveitar o sabor amargo, mas minha atenção se volta para o relógio no canto da tela da TV.

— Puta que pariu! — murmuro, apressadamente.

Levanto-me e corro até minha bolsa, pegando meu celular. Vejo inúmeras chamadas perdidas de Amanda, por sorte era sábado e ela só trabalhava a tarde. Mando uma mensagem rápida, dizendo que estou bem e que logo estarei em casa. Merda, ela vai me matar!

Ambições Secretas | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora