Roberto Nascimento, conhecido como o "Diabo de Preto", é um dos capitães mais temidos do BOPE, a elite da polícia militar. Sua vida é marcada pela violência das favelas do Rio de Janeiro, onde ele enfrenta diariamente traficantes e criminosos, impon...
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Seguro a mão de Beto enquanto ele me guia para dentro do restaurante. O ambiente é acolhedor, iluminado por luzes amareladas que criam uma atmosfera íntima e sofisticada.
Meu olhar percorre o salão, capturando detalhes da decoração refinada: cadeiras cinza-almofadadas, mesas redondas com toalhas brancas impecáveis e pequenos arranjos de flores discretamente posicionados.
As paredes são revestidas em madeira escura, e quadros abstratos adornam o espaço, dando um toque de modernidade ao lugar.
Assim que chegamos à recepção, uma mulher loira, vestindo um elegante vestido preto e uma plaquinha dourada com o nome "Sofia", nos cumprimenta com um sorriso profissional.
— Boa noite — diz, com uma voz suave, enquanto segura um tablet nas mãos. — Têm reserva?
— Sim, em nome de Roberto Nascimento — Beto responde, sua voz firme e serena.
Ela rapidamente confirma no tablet e acena com a cabeça.
— Perfeito. Acompanhem a Mayara, que será sua hostess esta noite — diz, indicando uma jovem que se aproxima.
— Obrigada — murmuro, enquanto Beto segura minha mão e me conduz em direção à nossa mesa.
Mayara, uma mulher alta de cabelos castanhos presos em um coque elegante, nos guia com passos firmes. O restaurante é amplo, com um leve som de conversas discretas e o tilintar de talheres ao fundo.
A luz suave reflete nas taças de cristal e nos talheres prateados impecavelmente dispostos. Chegamos a uma mesa próxima à janela, de onde se pode ver as luzes da cidade ao longe.
Beto, sempre o cavalheiro, puxa a cadeira para mim com um sorriso. Eu me sento, ajeitando o vestido, enquanto ele se acomoda à minha frente. Poucos minutos depois, Mayara retorna com uma postura profissional, mas seus olhos focam diretamente em Beto.
— Boa noite, sou Mayara, e estarei à disposição para atender vocês esta noite. Posso sugerir o vinho da casa?
— Por favor — Beto diz, lançando-me um olhar cúmplice.
— Temos um Merlot Supertoscano branco, produzido em quantidades limitadas. É um vinho com textura encorpada, rico em notas de frutas negras, ervas frescas e um leve toque de especiarias — ela explica com um sorriso sedutor, ainda com os olhos fixos em Beto.
Sinto uma pontada de irritação crescer dentro de mim, mas mantenho a compostura. Beto, sempre tranquilo, responde sem se abalar
— Traga a garrafa, por favor.
Mayara acena e rapidamente digita o pedido em seu tablet.
— Aqui estão os cardápios. Fiquem à vontade para decidir com calma — ela diz, mas, desta vez, é como se eu fosse invisível. Seu foco permanece em Beto.
