33 - Manuela

1.8K 289 136
                                    

Manu se levantou do meu colo, rodopiando com a leveza de quem ainda não conhece o peso do mundo, o vestido girando em sincronia com sua inocência

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Manu se levantou do meu colo, rodopiando com a leveza de quem ainda não conhece o peso do mundo, o vestido girando em sincronia com sua inocência. Meu coração se encheu de ternura, e o sorriso em meu rosto era inevitável.

Por eles, Manu, Rafa e Lia... eu queimaria o mundo.

Ela então parou, aproximando-se com um semblante preocupado e sussurrando em meu ouvido

— Tio Beto, tem um moço tirando foto de mim...

De imediato, meu corpo inteiro enrijeceu. Meus instintos tomaram o controle, e segui o olhar de Manu até onde ela apontava. 

A uns 300 metros, um rapaz, jovem, provavelmente na casa dos vinte anos, erguia o celular, o brilho repentino do flash confirmando que ele estava tirando fotos. A

o perceber que eu o observava, ele começou a correr. Não precisei de mais nada. Levantei num salto e disparei atrás dele.

A adrenalina pulsava em minhas veias. Aquele desgraçado achava que podia escapar?

Ele corria em direção a uma escada, suas pernas em disparada, mas eu estava ganhando terreno rapidamente.

Quando ele começou a subir os degraus, eu o alcancei, agarrando sua camisa com força, a sensação do tecido sob minhas mãos trazendo a satisfação imediata de controle.

— Me dá o celular! — exigi, minha voz baixa e mortal, o corpo dele pressionado contra a parede.

Sem esperar que ele obedecesse, vasculhei seus bolsos com agilidade, arrancando o aparelho. Segurei firme, desbloqueando-o com seu rosto ainda em estado de choque. As imagens que vi na galeria gelaram meu sangue. Fotos de Manu... em todos os ângulos possíveis. Algumas com Lia, outras comigo, mas sempre focadas nela.

Meu peito se apertou, a raiva subindo como uma onda incontrolável.

— Que merda é essa?! — gritei, meu tom de voz ressoando com uma fúria sombria.

Ele aproveitou o breve segundo em que eu estava distraído, soltando-se do meu aperto com um movimento brusco e tentando me socar no rosto. 

Reagi por puro reflexo, meu antebraço bloqueando o golpe com um baque surdo. Não havia tempo para dor. Meu foco estava em derrubá-lo.

Ele cambaleou para trás, mas, com uma energia desesperada, veio para cima de novo, tentando me empurrar com toda a sua força. Minha mão fisgou sua camisa, puxando-o com uma força brutal em minha direção, ambos caindo juntos. 

Rolamos os degraus das escadas em uma sequência rápida, meu corpo colidindo com o dele em um entrelaçar de golpes e quedas, enquanto tudo ao redor parecia girar em câmera lenta.

O impacto no chão foi brutal, tirando o ar dos meus pulmões. Meu corpo gritava em dor, mas a raiva mantinha meu foco intacto. Mesmo assim, o desgraçado conseguiu se desvencilhar e saiu correndo. 

Cada fibra do meu ser clamava para que eu o seguisse, mas meu corpo doía, e ele já tinha ganhado distância.

Ofegante, me ergui, o sangue pulsando nas têmporas. Puxei o celular de volta do bolso, a sensação fria do aparelho na minha mão me lembrando da urgência daquela situação.

Manu estava em perigo.

----

pequenininho ne? 

Beijocas

Ambições Secretas | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora