01 - Aqueles Olhos

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Aqueles olhos
Que refletem luz no meu coração
Aqueles Olhos, Dom M

Aqueles olhosQue refletem luz no meu coraçãoAqueles Olhos, Dom M

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Morro do Turano, Rio de Janeiro, 2024

Olho ao redor, observando os homens entrarem e saírem das casas no morro. Mais de 100 policiais do BOPE, todos em busca de criminosos, revistavam as residências com precisão e urgência.

Toda essa operação era para garantir que o amado papa não corresse risco de ser baleado durante sua visita a Turano.

Desço com outra equipe, entrando em mais uma casa. O ambiente estava carregado de tensão e expectativa. O som baixo de música reverberava pela laje, criando um contraste surreal com a operação policial.

Subimos as escadas, pisando com cuidado, atentos a qualquer movimento suspeito. Cada degrau parecia ressoar em nossos ouvidos, e a adrenalina fazia o coração bater mais rápido.

Quando chegamos ao topo da escada, a visão da laje se abriu diante de nós. A música vinha de um pequeno rádio em um canto, ao lado de cadeiras de plástico e uma mesa improvisada. Um varal com roupas penduradas balançava levemente ao vento, e a brisa suave trazia um frescor agradável ao ambiente.

No centro da laje, em uma cadeira de praia, estava ela, usando um biquíni minúsculo que realçava seu corpo moreno. Parecia totalmente despreocupada com o que ocorria ao seu redor. Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto, e os óculos de sol grandes cobriam seus olhos, dando-lhe um ar de mistério.

Ela balançava os pés ritmadamente e batucava os dedos na lateral da cadeira, acompanhando a música que tocava. Os acordes suaves enchiam o ar, e sua expressão relaxada mostrava que estava totalmente imersa na melodia.

Observei um pote de água sobre um banquinho próximo e, sem pensar muito, peguei-o e joguei a água no rosto dela

— Quem foi o filho da... — ela começou a falar, mas parou subitamente, se endireitando na cadeira.

Seus óculos escorregaram um pouco, revelando olhos surpresos e ligeiramente irritados.
Ela tirou os óculos, revelando um par de olhos castanhos intensos que me encararam com uma mistura de fúria e incredulidade.

A água escorria pelo seu rosto e corpo, fazendo-a parecer ainda mais deslumbrante sob a luz do sol, que brilhava através da janela, criando reflexos cintilantes em sua pele molhada.
Seus olhos reluziam com uma luz própria, uma faísca que misturava diversão e desafio.

— Boa tarde, madame – eu digo, tampando o sol com a mão. – Queríamos sua autorização para uma revista em sua residência.

Ela engoliu seco, seus olhos percorrendo rapidamente o ambiente ao redor enquanto puxava uma toalha do varal para cobrir o corpo. Encarando seus olhos castanhos, notei um brilho diferente, uma diversão oculta, mas também algo mais profundo que não conseguia decifrar.

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