Roberto Nascimento, conhecido como o "Diabo de Preto", é um dos capitães mais temidos do BOPE, a elite da polícia militar. Sua vida é marcada pela violência das favelas do Rio de Janeiro, onde ele enfrenta diariamente traficantes e criminosos, impon...
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Rio de Janeiro
Eu havia voltado quatro dias antes do previsto, exausto e determinado a resolver de vez a situação com o Alemão. Já estava cansado do circo que aquele imbecil havia criado.
— Você errou a entrada — Amália comentou, franzindo o cenho enquanto observava o caminho.
Sorri, mantendo o olhar na estrada e continuando a dirigir.
— Esse é o condomínio Vale das Laranjeiras — expliquei, enquanto passava pela guarita. — Fica a vinte minutos de Copacabana. Nossa nova casa.
Ela me lançou um olhar surpreso, visivelmente confusa. Ao abrir o portão com o controle remoto, a casa se revelou imponente à nossa frente. Era uma mistura harmoniosa de rusticidade e modernidade, com uma fachada revestida em pedras de tom terroso, enquanto as linhas retas e os detalhes em madeira traziam um toque sofisticado. O telhado inclinado, com vigas de madeira expostas, conferia uma aparência imponente, mas, ao mesmo tempo, acolhedora.
Caminhamos juntos pelo caminho de lajes brancas, cercado por um jardim que, embora simples, exalava bom gosto.
Havia suculentas, agaves e outras plantas de baixa manutenção, perfeitas para quem não tinha muito tempo para cuidados constantes, mas ainda assim desejava um espaço bonito e convidativo.
Abri a porta de vidro, e Amália entrou junto com Manu, que logo se distraiu explorando o ambiente. O interior da casa era igualmente impressionante, com uma sala de estar iluminada por uma luz amarelada suave, que deixava o ambiente aconchegante e acolhedor.
— E o seu apartamento? — Amália perguntou, ainda surpresa, enquanto seus olhos percorriam a sala com atenção.
— Maurício aceitou em troca dessa casa — expliquei com um sorriso calmo. — Paguei a diferença. Ele tem uma imobiliária.
Ela franziu o cenho, evidentemente preocupada.
— Beto... isso é demais — ela suspirou, como se estivesse tentando processar a informação.
Ignorei a preocupação dela, tentando manter o foco no que realmente importava para mim naquele momento. Queria que ela visse o que aquela nova casa representava.
— Vem conhecer o resto da casa — convidei, gesticulando para que ela me seguisse, sem dar importância ao seu suspiro apreensivo.
— Esse é o quarto da Manu — digo, abrindo a porta e deixando que Amália e Manu entrassem para explorar.
Assim que Manu viu o espaço, seus olhos brilharam de animação.
— Uau! — exclamou com empolgação. — Eu tenho um banheiro só meu?
Ela correu até o banheiro integrado ao quarto, abrindo a porta com entusiasmo e se perdendo nos detalhes do novo espaço. O sorriso no rosto dela era contagiante, e Amália, observando a alegria da filha, sorriu também, seus olhos suavizando. Aproveitei o momento e puxei Amália delicadamente para fora do quarto, guiando-a para o corredor.
