29 - Ruina.

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Passo a mão pelo lado vazio da cama, sentindo a ausência de Amália

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Passo a mão pelo lado vazio da cama, sentindo a ausência de Amália. Esfrego os olhos ainda pesados de sono e olho ao redor, percebendo que o quarto está vazio.

Minha boca está seca, e um leve desconforto toma conta de mim ao me lembrar da intensidade da noite passada.

Levanto-me, caminhando até o banheiro. Ao ligar a torneira, observo o sangue seco que mancha meus pulsos. 

Lavo-os cuidadosamente, sentindo uma ardência leve à medida que a água fria toca as feridas. A lembrança das algemas me faz suspirar, e ao retornar ao quarto, puxo um samba-canção, cobrindo o corpo.

O quarto está uma bagunça. O babydoll de Amália está jogado no chão, como um vestígio do desejo que nos consumiu. 

As algemas ainda pendem da cabeceira da cama, e sei que preciso removê-las antes que a diarista chegue. Não quero nem imaginar a reação dela ao ver a cena.

Caminho para fora do quarto, o aroma acolhedor de café fresco preenchendo o ar. Um sorriso se forma em meus lábios ao ver Amália na cozinha, colocando o café na mesa. 

Ela está vestida apenas com o roupão de seda vermelho, os cabelos presos em um coque desarrumado que só acentua sua beleza natural. 

A visão dela, simples e serena, contrasta com a intensidade de antes, trazendo uma sensação de paz que eu não esperava encontrar após uma noite tão caótica.

— Ai! — Amália dá um pulo, levando a mão ao coração, quando se vira e me vê. — Quer me matar de susto?

— Bom dia, princesa — digo, me aproximando e sorrindo.

— Bom dia — ela responde com um sorriso caloroso, e eu a beijo suavemente. — Fiz café. Tem problema?

— Jamais — digo, sentando-me na cadeira enquanto olho para a mesa onde ela coloca uma xícara e pães frescos na minha frente. — Amália, quem comprou os pães?

— Ah, eu desci na padaria aqui na frente — ela responde, e eu a encaro, um pouco irritado.

— Com isso? — pergunto, apontando para o roupão minúsculo que ela está usando.

— Sim — ela dá de ombros, rindo. — Idiota, eu liguei e pedi para entregarem. O porteiro veio me trazer.

A resposta dela, casual e despretensiosa, faz com que eu relaxe um pouco. O fato de ela ter lidado com a situação sem problemas me faz admirar sua capacidade de manter a calma e a confiança mesmo após a noite intensa que tivemos. 

— Você está muito engraçadinha, sabia? — digo, puxando Amália para o meu colo.

Ela sorri, e eu a beijo no pescoço, inalando o aroma agradável que exala dela. O calor de sua presença e o cheiro do café fresco criam uma sensação de conforto e intimidade.

Ambições Secretas | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora