Roberto Nascimento, conhecido como o "Diabo de Preto", é um dos capitães mais temidos do BOPE, a elite da polícia militar. Sua vida é marcada pela violência das favelas do Rio de Janeiro, onde ele enfrenta diariamente traficantes e criminosos, impon...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Leme, Rio de Janeiro
Saio do elevador no prédio de Igor, ainda me perguntando se era real que eu estava indo para o apartamento dele e de Neto. Os dois tinham começado a namorar há menos de dois meses e já estavam morando juntos!
Sempre ouvi dizer que gays são emocionados, mas isso parecia ir além.
Respiro fundo e aperto a campainha. As vozes animadas do outro lado da porta me dão uma sensação de conforto, mas também de ansiedade. Não demora muito para que eu ouça o som da chave girando na fechadura.
A porta se abre lentamente, revelando Neto. O sorriso que ele exibia quase se desfaz ao me ver.
— Amália... — ele diz, me analisando com uma expressão de surpresa, como se eu fosse uma aparição inesperada.
— Oi... o Igor me convidou — respondo, tentando justificar minha presença ali, sentindo o peso do momento.
— Claro, ele me falou — Neto responde, dando um passo para o lado para que eu possa entrar.
Agradeço com um aceno e caminho para dentro do apartamento. O ambiente é acolhedor, moderno, decorado com toques que refletem a personalidade de ambos.
Igor logo aparece, segurando uma taça de vinho e sorrindo como sempre. Ele me puxa para um abraço caloroso.
— Que bom que você veio! — diz, me soltando, mas ainda segurando minha mão. — Vem, vou o resto do pessoal está na sala.
Ele me guia em direção à sala, mas meu corpo congela assim que entro. Meu coração acelera, e sinto um frio na espinha. Lá está ele, Nascimento, vestindo uma camisa branca.
Ele segura uma cerveja, e seus olhos encontram os meus instantaneamente. O ar entre nós parece ficar pesado, carregado com tudo o que não foi dito, com todas as emoções que estão à flor da pele.
Por um momento, o mundo ao nosso redor parece desaparecer. Os sorrisos e as risadas dos outros se tornam um borrão distante. Tudo o que vejo são os olhos de Beto, fixos nos meus, como se estivéssemos travando uma batalha silenciosa, tentando decifrar o que o outro está pensando.
— Vocês já devem conhecer a Lia, né? — Igor diz com um sorriso, tentando manter o tom leve, mas eu o fuzilo com os olhos.
Faria escondidinho de viado essa noite.
— Oi... — digo, tentando sorrir o mais amigável possível, embora cada músculo do meu corpo esteja tenso.
— Bom te ver, Lia — Jeiza se aproxima, me cumprimentando com um beijo na bochecha. Matias faz o mesmo.
— Igualmente — respondo, mantendo o sorriso, embora o nervosismo esteja crescendo dentro de mim. — Boa noite — digo, dirigindo-me a Beto e à soldado Francis, que trocam olhares carregados de irritação?
