06 - Por Você

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Alerta gatilhos: Prostituição Explicita. Caso de sensibilidade não leia

Morro do Turano, Rio de Janeiro

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Morro do Turano, Rio de Janeiro

Deixo um beijo suave na testa de Manu, ajustando delicadamente o cobertor ao redor dela para garantir que está bem aquecida. Olho uma última vez para o relógio no celular, marcando a hora: já passava das 23:00. Amanda, exausta, já dormia no sofá, respirando calmamente em um sono profundo.

Amanda tem 19 anos e foi abandonada pela mãe, sem ter para onde ir. Ela encontrou um abrigo temporário comigo, e em troca, cuida de Manu enquanto eu trabalho. Uma mão lava a outra, como dizem.

Saio de casa com cuidado, trancando a porta atrás de mim e descendo silenciosamente o escadão que leva até o ponto de ônibus. Sempre pego o último ônibus do dia para chegar ao calçadão do Leme.

Durante a descida, verifico minha maquiagem uma última vez no espelho do celular, certificando-me de que está impecável. Embora eu normalmente não trabalhe às segundas-feiras, já tinha deixado de ir no fim de semana, e não podia desperdiçar mais dias de trabalho.

O último programa me rendeu dois mil reais, mas esse dinheiro não duraria para sempre. Suspiro, ajeitando o cabelo e me preparando mentalmente para a noite à frente.

Ao descer do ônibus, coloco um belo sorriso no rosto e caminho em direção ao meu ponto habitual, pronta para encarar mais uma noite de trabalho no calçadão.

A noite no Leme está agitada, como de costume. As luzes dos postes iluminam o calçadão, e o som das ondas quebrando ao fundo traz uma falsa sensação de tranquilidade.

Olho ao redor, vendo as outras meninas já em seus pontos, cada uma com sua própria história e desafios. Sigo em frente, determinada a fazer o que for necessário para garantir o sustento de Manu e a segurança de Amanda.

Com um último ajuste na roupa e uma inspiração profunda, começo a minha noite. A cada passo, relembro o porquê de estar ali e o que está em jogo. Com o sorriso no rosto e a postura confiante, estou pronta para mais uma batalha.

Enquanto começo a me aproximar do meu ponto, vejo Jessica saindo de um carro, um sorriso no rosto.

— Medusa — Ela me chama e eu sorrio.

Jessica me vê e se aproxima, ainda sorrindo.

— Oi, como você tá? — pergunto.

— Bem, senti sua falta no fim de semana — ela responde, e eu retribuo o sorriso.

— Quis descansar um pouco — explico, e ela concorda com um aceno. — Como tá a noite?

Jessica dá um suspiro, os olhos mostrando um pouco de cansaço.

— Fraca — ela confessa. — Boa sorte.

Ela dá um último sorriso antes de se afastar, caminhando em direção ao seu ponto habitual. Começo a girar a bolsinha de forma pensativa, sentindo o peso da noite que se inicia.

Ambições Secretas | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora