23 - Promessa

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Esse capítulo pode conter cenas fortes ao final dele, sugiro que pule o final quando Beto sai do quarto se for sensível

Esse capítulo pode conter cenas fortes ao final dele, sugiro que pule o final quando Beto sai do quarto se for sensível

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Cruzo os braços, observando os dois com um sorriso que mal consigo segurar. Rafa, sempre desajeitado, tenta de maneira atrapalhada colocar as mãos na cintura de Amália, conduzindo-a pela pista de dança ao som suave de "Flor de Tangerina". 

Eles se movem de um lado para o outro, numa dança que, embora improvisada, carrega um ar descontraído.

Rafael, com seus passos um pouco desordenados, claramente deixa Amália tomar a liderança na maior parte do tempo. 

Ela se adapta com graça, conduzindo-o sutilmente, sem que ele perceba, enquanto trocam olhares cúmplices. Eles riem de algo que Rafa diz, e a atmosfera leve entre eles é contagiante.

A melodia era calma, quase envolvente, e de vez em quando Rafa se arriscava a girar Amália. Ela sorria cada vez que ele tentava, mesmo que seus movimentos fossem um pouco desajeitados.

O contraste entre os dois era engraçado, Amália, mais alta graças ao salto, parecia flutuar enquanto Rafa fazia o possível para acompanhá-la. Ainda assim, a química entre eles era inegável, e a dança, por mais descompassada que fosse, tinha uma harmonia própria.

Levanto-me devagar, caminhando até eles quando a música está prestes a acabar. Sorrio de leve, tocando o ombro de Rafa.

— Posso? — pergunto.

Ele sorri e concorda, se afastando com um aceno. Assim que ele sai, quase sem pausa, uma nova música começa a tocar. Sem dizer nada, seguro a cintura de Amália, que me olha com uma mistura de desconfiança e resignação, provavelmente ciente do que estou tentando. 

Decido não forçar conversa; em vez disso, deixo que o momento fale por si.

Danço com ela em silêncio, sentindo seu corpo se mover suavemente ao meu. Nossos passos são lentos, compassados, quase como se o ritmo fosse ditado pelo simples fato de estarmos juntos. 

Aos poucos, sinto a rigidez em seu corpo se dissolver. Amália, finalmente, cede àquele instante e, em um gesto quase automático, encosta a cabeça em meu ombro.

Minha mão, que está entrelaçada na dela, desliza suavemente. Acaricio sua pele com o polegar, sentindo sua maciez. Minhas mãos sobem um pouco mais, até encontrar a parte nua de suas costas, onde também faço carinho, de maneira sutil, sem pressa.

Nesse momento, o mundo ao nosso redor desaparece. Não há mais festa, música ou pessoas. Somos apenas nós dois, perdidos no movimento suave da dança, e nada mais importa além do contato silencioso entre nossas peles.

A música chega ao fim, mas nós não nos afastamos. Continuo a guiá-la numa dança lenta e tranquila, como se o ritmo pudesse durar para sempre. Amália se encaixa perfeitamente em meus braços, e o silêncio entre nós é reconfortante, como se o mundo lá fora não existisse.

Ambições Secretas | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora