✶ Capítulo dez ✶

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Loren caminhava impaciente de um lado para o outro em frente à sala do rei

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Loren caminhava impaciente de um lado para o outro em frente à sala do rei. A convocação para a última reunião a deixava inquieta, mas o que realmente a atormentava era a dor profunda que sentia no coração. Era como se uma lança enferrujada houvesse penetrado em seu peito, e o sangue emocional jorrava aos montes deixando-a cada vez mais fraca. Ela sabia que Damon não permaneceria solteiro para sempre; sabia disso, não sabia? Então por que seu coração teimoso continuava a sangrar? "Recomponha-se!" Ela ordenava a si mesma, tentando afastar a mágoa.

De repente, vozes acaloradas chegaram até ela do interior da sala real. Um frisson de expectativa percorreu seu corpo. Damon estava lá dentro. Loren inclinou ligeiramente o ouvido até a porta, tentando captar o que estava acontecendo sem nem se importar com os guardas plantados ao lado, mas então a porta se abriu antes mesmo que ela pudesse ouvir alguma coisa.

O príncipe herdeiro estava à sua frente, o mesmo sorriso nos lábios, mas havia algo diferente em seu olhar—uma expressão de distanciamento que ela não conseguia entender.

— Han, eu... bem... você... — ela começou a falar, mas as palavras saíram confusas e tropeças, um hábito que ela odiava, mas que sempre acontecia na presença dele.

— É a sua vez — Damon anunciou.

— É a minha...?

— O rei quer falar com você — ele confirmou com uma leve inclinação de cabeça.

— Oh, sim, claro — a garota respondeu, tentando recuperar a compostura.

Assim que ele passou por ela, Loren não resistiu ao impulso de trocar olhares com seu amado só por mais um segundo, nem que isso significasse gaguejar pela eternidade.

— Eu não... não te dei os parabéns — um sorriso falso se formou em seu rosto.

— Parabéns? — a expressão dele era indecifrável.

— Bom, você sabe, pelo casamento e... — Pelos deuses como ele era lindo, era difícil até mesmo respirar em sua presença, imagina conseguir formar uma frase completa?

Damon apenas esboçou um pequeno sorriso antes de se retirar, deixando-a ali, atordoada. Será que ela tinha dito algo de errado?

— Entre! — A voz rouca do rei a tirou do transe. Ela se endireitou e entrou na sala. O velho falava e falava, acho que era algo sobre a torre invertida, mas Loren mal conseguia acompanhar, sua mente ainda estava mergulhada em confusão. Damon estava bravo com ela? Mas... ela sorriu e deu parabéns! droga ela o parabenizou por se casar, que coisa! Ele vai se casar e com uma princesa Loren, acorda!

— LOREN!

— Desculpe, meu rei — ela deu um salto, tentando recompor-se. — Estou muito cansada da viagem e...

— Tudo bem, volte para o seu quarto, Don terá que dar um jeito nessa situação de qualquer forma.

— Nessa situação? — De repente ela se deu conta de que o rei estava falando sobre algo realmente importante.

— Vá descansar.

A sacerdotisa inclinou a cabeça em um gesto de obediência e se retirou. 

Ao cair da noite, Don decidiu descer até a torre para encontrar um velho amigo que poderia ajudá-lo a entender o que estava acontecendo. Ele passou pela escadaria principal e se dirigiu a uma escada oculta atrás daquela. Embora não fosse exatamente secreta, poucos tinham acesso a essa área: apenas membros da família real, magos, sacerdotes e, claro, Loren, a única sacerdotisa remanescente.

Sua entrada era guardada por alguns soldados, imponentes em seus uniformes escuros. No peito, o brasão da torre estava habilmente cravado. Ao passar por eles, Don sentiu a presença vigilante desses guardiões, cuja postura rígida e disciplinada refletia anos de treinamento árduo e uma devoção inabalável à torre e seus segredos. Ele foi saudado com uma reverência e seguiu pela escadaria que se estendia em uma espiral descendente.

A torre invertida era um lugar singular e enigmático. Ao adentrar, Don foi imediatamente envolvido pela presença mágica que emanava de cada pedra das paredes, uma energia sombria que fazia a pele arrepiar. Entalhada diretamente na rocha de obsidiana, toda a estrutura estava intrincadamente decorada com símbolos arcanos que brilhavam suavemente. Cada desenho parecia contar uma história, um fragmento de um encantamento ou uma proteção ancestral.

As estantes de livros se estendiam do chão ao teto, abarrotadas de pergaminhos e tomos raros. Alguns livros pareciam rodeados por uma aura etérea, enquanto outros sussurravam segredos em línguas esquecidas. No centro da torre, pairado no ar, havia um imenso orbe cintilante que parecia pulsar com uma luz interior, lançando sombras distorcidas pelas paredes e criando formas que pareciam ganhar vida própria.

Os sons na torre eram abafados, como se a própria pedra absorvesse qualquer ruído. O ar tinha um leve cheiro de pergaminho velho misturado com ervas secas.

Nos corredores sombrios, encontravam-se diversas portas que davam acesso aos quartos daqueles que moravam ali embaixo. Reza a lenda que houve um tempo em que a torre era habitada por muitos manipuladores de magia; hoje, a maioria dos quartos se encontram vazios.

Ao passar próximo à porta do quarto de Loren, Don sentiu uma energia distinta. As runas na porta dela brilhavam com uma intensidade peculiar, refletindo a magia única de sua ocupante. O ar ao redor parecia mais denso, carregado de um poder antigo. Don respirou fundo antes de prosseguir mais abaixo pela escadaria.

Nunca ousara ir até o fundo da torre, onde a escuridão se tornava quase palpável à medida que se desce. Ele fez um agradecimento mental pelo mago que procurava estar apenas alguns andares abaixo, poupando-o de enfrentar os terrores desconhecidos das camadas mais profundas.

Conforme descia, ele sentia a magia ao seu redor intensificar-se a cada passo. Quando chegou ao andar desejado, parou diante de uma porta imponente.

Antes mesmo que levantasse a mão para bater, a porta, como se soubesse da sua presença, se abriu lentamente de forma silenciosa. Uma luz tênue escapava do interior, banhando o corredor em um brilho suave. Parecia que a própria torre reconhecia sua intenção e concedia passagem.

No interior do aposento, a presença do mago era quase suntuosa, como uma onda de energia que preenchia o espaço. Don deu um passo à frente, e sentiu a porta se fechar atrás de si.

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A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora