✶ Capítulo dezessete ✶

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Ryan se movia com agilidade pelos corredores estreitos da torre invertida, ele esquivava-se das teias de aranha como se já tivesse decorado o lugar de cada uma delas, as vezes ele até nomeava suas ocupantes, Lydia era o nome de sua aranha favorita...

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Ryan se movia com agilidade pelos corredores estreitos da torre invertida, ele esquivava-se das teias de aranha como se já tivesse decorado o lugar de cada uma delas, as vezes ele até nomeava suas ocupantes, Lydia era o nome de sua aranha favorita, pois lembrava uma garota asquerosa que ele havia se envolvido. Os livros estavam empilhados de forma caótica e seus olhos brilhavam com a excitação de um caçador à procura de um prêmio raro.

Seus dedos deslizavam pelas lombadas dos volumes, sentindo a textura áspera do couro e o toque de poeira acumulada enquanto ele buscava por um livro em específico, de repente, seus dedos formigaram, é esse! ele retirou o volume da estante com um gesto delicado e soprou suavemente sobre a capa, nuvens de poeira dançarem na luz fraca que emanava de sua pedra, o livro, no entanto, estava trancado com um fecho intrincado e precisava de uma chave.

O mago suspirou, lembrando-se da última vez que tivera que usar suas habilidades para obter algo. Em uma operação bem-sucedida ou talvez um pouco trapaceira, ele havia "emprestado" uma pequena chave de bronze do sumo sacerdote, o quão sortudo esse filho da mãe seria se a tal chave abrisse esse livro também? Com um sorriso travesso nos lábios, o mago puxou a chave do bolso e a examinou como se fosse um troféu. A peça era pequena e simples, mas seu formato parecia corresponder ao fecho do livro. Ao inseri-la pode-se ouvir um click suave, o fecho se abriu graciosamente diante de seus belos olhos.

Ryan folheou as páginas que estavam repletas de escritas em uma língua antiga e esquecida. A princípio, franziu a testa diante da complexidade dos caracteres, mas não se deixou intimidar; seus conhecimentos arcanos permitiam-lhe decifrar até mesmo as linguagens mais obscuras. "Lindo e inteligente", pensou consigo mesmo. À medida que traduzia, algo peculiar começou a se revelar. O livro era um registro detalhado das curas realizadas por Loren durante seu treinamento.

Cada página listava nomes, seguidos de datas e algumas orientações que chamavam sua atenção: "Após a cura, manter o paciente em quarentena longe da sacerdotisa." Outra instrução indicava "não permitir que Loren tenha contato com os curados" e "isolá-los para que não adquiram a patologia proveniente dela". Cada diretriz parecia apontar para uma prática sistemática de isolamento, o mago ficou intrigado.

Ele então, sentiu a presença da sacerdotisa se aproximando e, num movimento ágil, devolveu o livro rapidamente à estante e escondeu a chave no bolso.

— Pelos deuses, Ryan, como você consegue ficar no meio dessa poeira? — Loren tossia, abanando o ar na tentativa de se livrar daquele desconforto.

— Tá incomodada, limpa — a resposta veio com um tom de indiferença.

— Grosso!

— Ah, você nem pode imaginar o quanto — continuou com um sorriso travesso.

— Idiota.

— Com orgulho.

Ela o encarou, estufou o peito e encheu a boca para ofendê-lo.

— In...

— Insuportável — Ryan finalizou, antecipando sua palavra. — Você já foi melhor que isso, Lorenzinha.

— Argh! Deixa pra lá.

Ryan observou enquanto ela se afastava, normalmente a garota continuaria com as provocações até ambos caírem na gargalhada, mas hoje algo estava diferente.

— Ei, espera, vamos conversar! — o mago mal precisou acelerar o passo para alcançá-la, afinal, com essas longas pernas, isso era fácil demais para ele.

— Você também está sentindo sua magia diferente? — Loren perguntou, parando de repente, o que fez Ryan quase trombar nela.

— Não, mas eu estou sentindo sua magia diferente.

Ela o encarou, desconfiada. — O que isso significa?

— Ainda não sei, mas estou tentando descobrir. Me diz o que você está sentindo, talvez ajude.

Ela desviou o olhar, suas bochechas começaram a corar visivelmente. — Hm... — murmurou, claramente desconfortável.

— Algo que te envergonhe?

— Talvez... — ela disse, hesitante.

— Loren, Loren, está falando comigo! Vai, desembucha!

Ela respirou fundo, parecendo reunir coragem, antes de sussurrar de forma quase inaudível.

— Um pouco de... desejo.

— O quê? Não ouvi direito.

Ela bufou, frustrada, e soltou de uma vez: — Desejo!

Ryan ficou parado por um segundo, processando a informação, antes de abrir o maior e mais travesso sorriso da sua vida.

— Tá falando de sexo?!

Loren ficou completamente vermelha — Foi uma péssima ideia falar disso com você! — ela tentou se afastar novamente, mas Ryan a deteve com uma risada alta.

— Mas é exatamente comigo que você tem que falar, Lorenzinha! Eu sou o Duque da putaria! — Ele declarou com orgulho, colocando a mão no peito.

Ela revirou os olhos. — Ah, pelos deuses, é você mesmo quem se dá esses títulos ridículos?

— Bom, esse foi uma cortesia de Clarice, mas eu gostei.

— Quem é Clarice?

— Ah, não vamos falar dela. Estamos focando em você, lembra? — ele desviou rapidamente, não querendo relembrar de Clarice, a desgraçada era linda, mas... tinha aquele pézinho fedorento.

Loren suspirou profundamente, frustrada. — Você é impossível.

— Eu prefiro irresistível.

— O que eu faço, Ryan?

— Eu não sei bem, você é proibida de sentir o maior prazer dessa vida, sabe? Tem esse momento, quando você está lá, enterrado naquele refúgio quentinho e úmido, e a garota começa a gemer no seu ouvido... 'Oh, Ryan, isso, isso, você é o melhor!' — ele claramente estava se divertindo demais com sua própria encenação.

Loren o encarou, incrédula. — Onde isso vai me ajudar, mesmo?

O mago deu de ombros, sem se abalar. — Não sei, só sei que não queria ser você.

— Uau, você realmente soube como resolver o meu problema. — O tom dela era puro ácido.

— Olha, eu até poderia te ensinar uns truques para você fazer em si mesma, mas acredito que Don me mataria. — Ele riu, mas então seu semblante se esvaeceu. Don realmente o mataria?

O simples mencionar sobre príncipe fez o rosto dela se fechar também. — Não fale desse desgraçado. Aliás, chega, você só piorou as coisas! — bufou, virando as costas para sair.

Dessa vez, Ryan decidiu que era melhor não segui-la.

Dessa vez, Ryan decidiu que era melhor não segui-la

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