✶ Capítulo quarenta e seis ✶

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— Olha só isso — North acenou com a cabeça em direção aos bardos que tocavam uma melodia alegre, atraindo uma pequena multidão de espectadores que dançavam desajeitados

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— Olha só isso — North acenou com a cabeça em direção aos bardos que tocavam uma melodia alegre, atraindo uma pequena multidão de espectadores que dançavam desajeitados. — Esse lugar transborda vida. — Acrescentou.

— É um mundo completamente diferente do nosso. No Vale, raramente se vê um sorriso. Tudo é tão sombrio e sufocante — respondeu o príncipe enquanto caminhava tranquilamente ao lado do amigo.

Uma banca, com uma variedade incontável de frutas, os chamou a atenção, a vendedora, muito bonita, diga-se de passagem, ofereceu com orgulho uma amostra de maçãs verdes que segundo ela, eram as mais suculentas do continente. Don e North pegaram uma cada e morderam quase simultaneamente. O sabor doce e azedo era quase surreal. 

— Você consegue imaginar algo assim no nosso reino? — perguntou Don, meio retórico, admirando a maçã em sua mão.

— Claro que não. A única coisa que cresce lá é o desespero — North respondeu, soltando uma risada amarga. — Sempre soube que nosso reino era podre, mas estar aqui realmente me mostra o quão mal estamos. — Ele suspirou fundo antes de completar. — Sinto pena de Beatrice.

Don se virou para encarar o amigo, o tom de voz mais baixo, as sobrancelhas franzidas em uma expressão de quase lamento.

— Você gosta dela? 

North, tentando disfarçar o desconforto, jogou a maçã para o alto, pegando-a de volta com facilidade. Seus olhos, no entanto, entregavam a verdade. 

— Acho que sim... mas de que adianta? — murmurou para si mesmo.

Naquele momento, Don sentiu uma pontada de compaixão pelo amigo. Ele entendia, melhor do que ninguém, a agonia de se amar alguém que não pode ter.

— Quer saber, North? Dane-se. Acho que você deveria aproveitar — o príncipe declarou ao avistar a princesa se aproximando. — Tecnicamente, ela ainda não é casada — disse, dando uma piscada e indicando a presença da garota com a cabeça. — E eu tenho certeza de que ela adoraria mostrar a você um pouco mais do festival.

O sorriso de North se abriu, resplandecente, enquanto ele absorvia a "permissão" do amigo, o brilho de uma esperança que não ousava admitir se acendeu em seus olhos.

Assim que a princesa se aproximou, Don se retirou discretamente, deixando os dois a sós de propósito. Caminhou pelos deques de madeira com o olhar atento buscando quem realmente importava. Quando finalmente avistou Loren, sem pensar duas vezes, agarrou a garota pela cintura e a rodopiou no ar.

— Te peguei! — exclamou com um riso travesso.

— Me solte, seu idiota! — protestou a garota, enquanto distribuía tapas e socos nos braços dele. Suas pernas balançavam no ar em uma tentativa desesperada, mas totalmente inútil, de se libertar, enquanto o riso escapava de seus lábios, traindo qualquer seriedade em seu protesto.

A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora