✶ Capítulo quarenta e nove ✶

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Loren, desesperada, tentou se cobrir puxando o tecido da cama sobre o corpo com urgência

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Loren, desesperada, tentou se cobrir puxando o tecido da cama sobre o corpo com urgência. Don se levantou, confuso, a garota diante dele parecia em pânico, e seus os olhos púrpuras agora estavam diferentes—por um breve momento, eles se tornaram completamente negros, como se a noite mais densa tivesse invadido sua alma.

Um calafrio arrepiante percorreu o corpo do príncipe ao presenciar aquela transformação sombria, algo muito além do compreensível estava à espreita, prestes a se manifestar.

— Calma, Loren...

— Me desculpa, por favor, por favor — ela pediu com a voz trêmula, enquanto amontoava cada vez mais o lençol sobre si.

O príncipe então foi consumido por uma culpa corrosiva. O guerreiro estava violando não apenas uma ordem real, mas também uma profecia sagrada, quebrando laços que nunca deveriam ser tocados. Cada transgressão colocava em risco não apenas sua própria vida, mas a dela também. As manifestações físicas no corpo da sacerdotisa não eram meros sinais—eram gritos de advertência, e ele sentia a fragilidade de seu controle, como uma espada pendendo sobre sua cabeça, prestes a cair.

— O que houve, minha pequena? — ele murmurou, se aproximando e afastando os lençóis com uma delicadeza quase inesperada, então, sentou-se na cama e puxou Loren para seu colo. Sem hesitar, ela se acomodou com uma perna de cada lado, seus corpos se encaixaram perfeitamente, os corações sincronizaram os batimentos e os braços do príncipe a envolveu com firmeza, enquanto ela escondia o rosto na curva de seu pescoço, envergonhada.

— Quer me contar o que aconteceu? — ele insistiu.

— Eu vi a escuridão, ela tomou conta de mim, mais forte e mais intensa — finalmente desabafou.

— Nossa, eu fui tão bom assim que o abismo ficou com ciúmes e veio te reivindicar? — ele riu tentando aliviar a tensão.

— Você é um grande idiota — ela sussurrou, afundando-se ainda mais no pescoço dele.

Aquilo mexia com ele, claro que mexia. A respiração quente dela, naquela parte sensível de seu pescoço, era perigosamente tentadora. Os lábios, ainda inchados, roçavam suavemente contra a pele, e aos poucos, ela começou a depositar pequenos beijos, cada um mais provocante que o anterior, até que sua língua deslizou pela veia que pulsava cada vez mais rápido sob sua boca. Talvez ela não tivesse noção do efeito que aquilo causava nele, ou talvez soubesse muito bem, mas de qualquer forma, era uma tentação que eles não poderiam se permitir naquele momento.

— Loren, pare — ele pediu com a voz sofrida.

Ela se afastou imediatamente, os olhos grandes e surpresos, sentindo-se como uma criança teimosa sendo repreendida.

— Não faça isso comigo, amor... não agora — ele completou.

— Você está bravo comigo?

O príncipe respirou fundo, não estava bravo, na verdade, o que sentia era medo—um medo profundo de destruí-la. Mas antes que pudesse responder, Loren levantou os dedos delicados e, sem pressa, tocou suas cicatrizes, delineando o contorno daquelas marcas com um carinho suave.

Don era tão lindo que chegava a doer. Seus olhos de cores diferentes a deixavam fascinada, ela continuou a acariciá-lo com ternura, o príncipe fechou os olhos e um sorriso gentil surgiu em seus lábios.

— Você sempre foi tão lindo assim?

Don abriu os olhos, confuso, como se precisasse confirmar que aquilo não era um sonho. Ela o elogiou? Como ela podia achar algo bonito estando tão perto de suas imperfeições?

O que o príncipe nunca se deu conta era que, na verdade, ele sempre fora o homem mais belo de todo o continente.

— E você sempre tão mentirosa?

Loren enfiou os dedos no meio do decote, retirou o amuleto que estava entre os seios e o entregou a ele.

— É para colocar na bainha da espada. Dizem que traz sorte ao combatente — explicou ela, levemente constrangida.

Don pegou o amuleto, examinando-o atentamente.

— O que mais você guarda no meio desses peitos? — ele arqueou uma sobrancelha e logo em seguida abriu um sorriso.

— Na verdade, esse nem é um presente meu, é de Beatrice — ela confessou ainda mais envergonhada.

— Ufa — exclamou o príncipe com um tom exagerado de alívio. — Por um momento, pensei que você tivesse enlouquecido de vez e decidido me comprar um presente.

— Você acha que sou tão má com voc...

— Sim. — Ele a interrompeu antes que ela pudesse terminar, um sorriso gostoso brincava em seus lábios. 

Loren ficou em silêncio, observando o príncipe. Quando, exatamente ela havia deixado se perder pelo irmão errado? Diante dela sempre esteve o amor mais nobre. Don não era apenas um guerreiro formidável, ele era um confidente leal, alguém que, apesar de tudo, sempre esteve disposto a fazê-la sorrir.

— Don, eu estou com medo.

— Eu também — ele respondeu, sem mais esconder o que sentia. Loren já tinha visto tudo. Seu coração estava escancarado, sua alma exposta e seus desejos, revelados. De certa forma, havia um certo alívio em saber que, agora, ela o conhecia de verdade.

Don a puxou gentilmente para deitar-se, os dois permaneceram ali, imersos em um silêncio compartilhado. Lá fora, o festival chegava ao fim, com os últimos balões sendo soltos no céu noturno. A sacerdotisa finalmente cedeu ao sono, enquanto o príncipe permaneceu a noite inteira agarrado a ela, sem dormir, mas tendo a melhor noite de sua vida.

 A sacerdotisa finalmente cedeu ao sono, enquanto o príncipe permaneceu a noite inteira agarrado a ela, sem dormir, mas tendo a melhor noite de sua vida

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