✶ Capítulo onze ✶

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— Donnchadh! A que devo a honra? — O mago o cumprimentou com um abraço caloroso, sua voz ecoava com uma musicalidade suave

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— Donnchadh! A que devo a honra? — O mago o cumprimentou com um abraço caloroso, sua voz ecoava com uma musicalidade suave.

Ele tinha a mesma idade que Don, seu porte e presença eram marcantes. Seus cabelos escuros, sempre bem alinhados, contrastavam com seus olhos de um verde insuperável. Ao redor do pescoço, pendurado em um longo cordão, havia um fragmento de pedra semelhante ao de Loren. Cada movimento seu era gracioso, imbuído de uma confiança natural e uma aura magnética.

— Ryan Astarium! Cada vez que eu desço aqui, você está mais bonito — disse Don, com um longo sorriso enquanto ajustava a gola do uniforme de seu amigo, um gesto meramente provocativo, pois não precisava, o uniforme do mago era conhecido por estar sempre impecável. — Tem trabalhado muito em poções de beleza?

— Ah — Ryan deu de ombros com um sorriso malicioso — não preciso de poções para ficar assim. Fui fadado a ser belo desde o meu nascimento — ele arrumou as pontas do cabelo minuciosamente enquanto se olhava em um espelho embaçado no canto do quarto.

— Ouvi dizer que a patrulha não saiu como esperado — o tom do mago se fez mais sério.

Ele se sentou em uma cadeira de madeira entalhada atrás de uma mesa repleta de frascos com conteúdos que Don não se atreveria a perguntar sobre. O quarto de Ryan era um verdadeiro santuário arcano, impregnado pelo cheiro de ervas e especiarias. As paredes eram forradas com estantes abarrotadas de livros antigos. No centro do aposento, um grande tapete com símbolos de proteção cobria o chão de pedra polida, afinal de contas, do que ou de quem eles tanto se protegiam? Pequenos artefatos mágicos e instrumentos de alquimia estavam cuidadosamente dispostos em prateleiras e bancadas, criando um ambiente ao mesmo tempo caótico e ordenado, um reflexo da mente brilhante e inquieta de Ryan.

— O que aconteceu? 

Don suspirou, sentindo o peso da lembrança.

— Estávamos patrulhando as terras devastadas. Tudo parecia tranquilo, até que fomos pegos de surpresa por um exército inimigo. Eles surgiram do nada, como sombras saindo da própria terra.

— Quantos eram? 

— Muitos, mais do que poderíamos enfrentar — ele faz uma pausa, tentando organizar os pensamentos. — Estavam bem armados e claramente preparados. Em questão de minutos, estávamos cercados. Nossos escudos mal suportaram a primeira investida.

Ryan acenou com a cabeça, incentivando-o a continuar.

— Perdemos muitos homens nas primeiras horas. Foi um massacre. Tentamos recuar, reorganizar as fileiras, mas eles nos perseguiram implacavelmente — sua voz se tornava mais grave ao lembrar da carnificina.

Ryan se inclinou para frente.

— E como conseguiram vencer?

— Por sorte e desespero, eu acho — respondeu, com um olhar distante. — Era tudo ou nada naquele momento, demos nossa última investida. Mas apenas uma fração de nós conseguiu escapar.

A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora