✶ Capítulo trinta e nove ✶

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Após terem sobrevividos ao banquete, Don, Loren e Ryan foram recebidos pela princesa Beatrice

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Após terem sobrevividos ao banquete, Don, Loren e Ryan foram recebidos pela princesa Beatrice. Seus cabelos ruivos, fluíam em curvas exuberantes como algas marinhas banhadas pela luz do sol. Seus olhos azuis evocavam uma beleza hipnotizante. A garota era linda.

O descontentamento de Loren era inegável, suas mãos tremiam ligeiramente e seus olhos evitavam encontrar os da princesa. Era quase insuportável ter que lidar com a realidade dolorosa de estar diante da mulher que, em breve, se casaria com o homem que ela amava.

A princesa, por sua vez, conduziu-os pelo castelo com uma graça e elegância que parecia ter sido treinada desde o berço. Descrevia cada sala e corredor orgulhosamente, destacando os antigos monarcas e os eventos que moldaram o destino de Navalor com uma paixão que, honestamente, Don achava um tanto irrelevante naquele momento.

Loren permanecia ao lado dele, tentando disfarçar seu desconforto com uma expressão que parecia a de alguém que havia acabado de engolir um limão azedo, muito azedo. Vez ou outra, o mago se aproximava da sacerdotisa para sussurrar maldades em seu ouvido, descrevendo em detalhes explícitos o que imaginava que Damon faria com a princesinha à frente. Loren o fulminava com os olhos enquanto murmurava as melhores, ou piores, ofensas que ela conhecia.

Após os intermináveis cortejos reais, que mais pareciam uma maratona de formalidades, Don decidiu procurar North, que aparentemente, estava escondido no estábulo do palácio.

— Por onde você esteve? — perguntou o príncipe, já visivelmente irritado.

— Ocupado com nossos cavalos — respondeu o grandalhão, sem sequer levantar o olhar, enquanto escovava a crina do animal com uma dedicação que parecia quase filosófica.

— Eu não dei ordens para você fazer isso. Onde está Edric?

North hesitou, seus olhos ainda fixos no chão, como se estivesse tentando encontrar uma resposta na poeira do estábulo.

— Eu não posso ser visto pela princesa — confessou.

— O quê? — Don perguntou, claramente confuso.

— Não posso ser visto pela princesa — murmurou North, visivelmente incomodado.

— Que porra é essa agora? — Don exclamou, o pingo de paciência o deixando.

— Sabe aquele baile em que viemos da última vez? — North começou, e o príncipe fez um aceno para que ele continuasse. — Eu... eu acabei indo para a cama com a Beatrice.

— Você o quê!? — Don quase se engasgou com o próprio ar.

— Bem, eu estava um pouco bêbado e ela... bom, você sabe...nós éramos jovens e...

— Quantas vezes eu te avisei para não se meter com princesas? Você sabe o que isso significa, certo? Quando meu irmão descobrir que a princesinha não é mais virgem, ele vai mandar cortar a cabeça dela, e a culpa vai ser toda sua, North! — Don apontou para o peito do amigo furioso.

North engoliu em seco, sua expressão se contorcendo entre culpa e medo.

— O que faremos?

Don não conseguia acreditar, ele andava de um lado para o outro, o peso dos problemas acumulando-se sobre ele sem piedade.

— O que faremos? Eu não faço a menor ideia, North! Tudo o que eu sei é que não podemos perder essa aliança com o porto! O futuro do Vale depende desse casamento! Você ao menos entende isso?

— Pode ser que ele só a recuse e a mande de volta — North tentava imaginar o melhor dos cenários. — Talvez ela tenha uma irmã para fazer a troca? — ela não tinha.

— E como você acha que o rei lidaria com isso? Essa merda ainda pode se transformar em uma guerra!

North abaixou a cabeça, completamente sem palavras, enquanto Don ao observar o amigo, percebeu a profundidade da angústia e o jeito abatido com que ele evitava o contato visual. Era claro que North não estava apenas envergonhado, mas profundamente preocupado.

— Vamos dar um jeito, vamos pensar em alguma coisa, ok? Agora pare de se esconder, isso é patético. — Com uma mão firme no ombro de North, Don o puxou para um abraço.

— Não sei se consigo encara-la — murmurou.

— Pode ser que ela nem te reconheça — Don tentou quebrar o clima tenso com uma piada. — Você está mais feio do que da última vez.

North soltou uma risada fraca, tentando entrar na brincadeira.

— Não deixe o Ryan se aproximar dela então.

— Ele está mais interessado na mãe da garota — o príncipe esfregou os olhos cansados enquanto lembranças do banquete invadiam sua mente.

— Esse mago é foda — North riu um pouco mais.

— Eu estou ferrado, sabia? Você, Ryan, Loren... o que eu fiz para merecer vocês três?

— Ei, não me compare a esses dois. Eu nunca lhe trouxe problemas. Até agora...

— Eu estou cansado, North — Don olhou para o horizonte, observando as ondas que quebravam suavemente ao longe.

— Eu sei. Consigo ver a exaustão em você. Há quanto tempo você não dorme de verdade?

— Eu já nem sei mais — Don passou as mãos pelos cabelos e fechou os olhos por um instante, buscando em vão a lembrança da última vez que conseguiu realmente descansar.

— Deixa que eu fico de olho no mago — North respondeu com determinação, oferecendo apoio com seu típico entusiasmo.

— Vem, prepararam um banquete que você vai amar — Don o conduziu para dentro do castelo, sabendo que seria sacanagem deixar seu amigo perder toda aquela maravilha. — Vamos invadir a cozinha. — Anunciou, e North soltou uma risada genuína.

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