✶ Capítulo doze ✶

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A mesa do café da manhã estava coberta com um banquete digno do rei

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A mesa do café da manhã estava coberta com um banquete digno do rei. Pedaços generosos de carne de caça assados até ficarem dourados e suculentos, eram o destaque central. Havia pães rústicos, ainda quentinhos, crocantes por fora e macios por dentro, além de queijos envelhecidos dispostos em tábuas de madeira. Frutas frescas estavam espalhadas por toda parte. Jarros de vinho e hidromel, de aroma forte e encorpado, estavam prontos para encher taças de metal finamente trabalhadas.

Loren, no entanto, mal conseguia engolir uma uva. Cada tentativa de levar comida à boca era um esforço. Sentada à frente de Damon, ela podia sentir cada batida do seu próprio coração como se ele estivesse ecoando na vasta sala do banquete.

As conversas paralelas da mesa flutuavam em seus ouvidos, distantes e indistintas. Damon, por outro lado, parecia perfeitamente à vontade, desfrutando da refeição com uma calma que apenas intensificava a inquietação da sacerdotisa.

Finalmente, o rei se levantou, murmurando algo sobre seus deveres. Com um gesto sereno, ele se retirou, acompanhado por alguns conselheiros e guardas, deixando Loren e Damon sozinhos na imensa mesa repleta de comida que ela mal tocou.

O silêncio que se seguiu era constrangedor, bom pelo menos para ela. Damon por sua vez a observava sem receios, e o peso do olhar dele a fazia sentir como se estivesse afundando ainda mais na cadeira. O que poderia ela dizer?

— Onde está o seu cachorrinho?

Loren quase se engasgou com o pouco de vinho que havia acabado de levar a boca.

— Você... você está falando de Don? — perguntou, surpresa.

— Quem mais fica por aí babando atrás de você o tempo todo?

Ela sentiu um impulso de se justificar, mesmo sabendo que não precisava. — Eu e Don temos um juramento a cumprir, nós nos protegemos — uma raiva pela forma como ele se referiu ao próprio irmão começou a surgir dentro dela, ninguém podia ofendê-lo, somente ela claro, mas ao mesmo tempo, estava secretamente feliz por Damon ter iniciado a conversa. Ele sempre foi tão difícil de acessar, sempre tão distante.

— Então ele tem falhado em cumprir a missão — Damon comentou, apontando para Loren com um garfo. — Como está a sua perna?

Loren se ajeitou na cadeira, incomodada com a pergunta. — Seu irmão não teve culpa pelo que aconteceu.

O príncipe herdeiro apenas bufou uma risada, aparentemente satisfeito com a reação dela e levantou para se retirar. Mas antes de sair, ele olhou para a garota com uma expressão apática.

— Coma mais um pouco, você mal tocou em seu prato essa manhã — disse num tom que ela não sabia distinguir se era uma ordem ou uma preocupação velada, deixando-a com o coração dividido entre a irritação e uma súbita onda de calor.

A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora