✶ Capítulo vinte e três ✶

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Escolhendo o caminho mais fácil e furtivo para a torre invertida, Don desceu as escadarias em espiral com o pote de doce em mãos, movendo-se com rapidez e precisão

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Escolhendo o caminho mais fácil e furtivo para a torre invertida, Don desceu as escadarias em espiral com o pote de doce em mãos, movendo-se com rapidez e precisão. Parou diante da porta e bateu algumas vezes.

Loren atendeu com uma expressão neutra, escondendo o que realmente sentia. Ao ver o doce, seu rosto mostrou um leve interesse. O príncipe ofereceu-o como uma trégua, um acordo de paz.

— Eu te odeio — disse ela e então abriu o pote, mergulhando seu dedo no creme azul e o lambendo em seguida, Don parecia hipnotizado pela cena.

— Saiba que é recíproco — respondeu ele, depois de um tempo.

— Não, não, eu te odeio mais — rebateu, mergulhando o dedo mais uma vez no doce e levando-o à boca. Don passou a língua pelos próprios lábios, sem conseguir evitar a fascinação.

— Você quer? — ela ofereceu o doce, despertando o príncipe de seu transe.

— Quero — ele não queria, mas para sua surpresa essa foi a melhor resposta que poderia ter dado, pois a sacerdotisa mergulhou o dedo no doce e o levou até a boca dele. Don envolveu sua língua no dedo dela e sugou o creme, seu pau endureceu imediatamente em resposta, caramba ele gostava mesmo de mirtilo.

Um silêncio constrangedor se formou entre os dois até que o príncipe retomou a consciência e se lembrou do porquê estava ali.

— Eu preciso ver sua perna machucada — disse, direto ao ponto.

— Então foi por isso que você veio — o descontentamento era evidente no rosto dela.

— Sim e não — Don respondeu, coçando a cabeça nervosamente. — Eu preciso ver, então facilita as coisas para nós.

— É uma ordem? — a garota questionou, com todo seu sarcasmo.

— Não, é um pedido — disse, surpreendendo-a. Mas logo acrescentou, com um tom mais grave: — Mas se você não colaborar, se tornará uma ordem.

Ela até chegou a sentir uma pontada de medo, mas não cedeu a sútil ameaça.

O príncipe aproximou e retirou o pote de doce de sua mão, colocando-o com firmeza sobre a mesa central.

— E se eu não acatar seu pedido? — desafiou.

— Chega, Loren. Eu quero ver seu ferimento, agora! — A expressão dele endureceu, ele não estava brincando.

Ela permaneceu imóvel. Maldita.

Mas não havia espaço para negociação. Don a segurou pelo braço e a guiou até o grande espelho escorado na parede, segurando-a com firmeza, forçou-a se virar de frente para o objeto, ele queria que ela visse o que ele faria a seguir. A respiração de ambos estava absurdamente descontrolada.

Com cuidado, ele deslizou a mão pelo vestido dela, levantando-o até revelar sua perna. Para sua surpresa, não havia sinais de ferimentos ou cicatrizes, nada, apenas a pele lisa e intacta.

Porra.

Seus olhares se cruzaram pelo reflexo do espelho e um sorriso provocador surgiu no rosto de Loren. Don sentiu seu desejo despertar novamente, seu corpo reagia de maneira incontrolável à proximidade dela. Loren percebeu a reação e, com um toque delicado, deslizou os dedos pelo braço dele até encontrar sua mão ainda agarrada ao vestido embolado. Sem pensar, ele soltou o tecido que cobriu novamente a perna da garota. Não, ele não queria, não podia seguir por aquele caminho.

Mas os olhos de Loren brilhavam e suas pupilas dilatadas hipnotizavam o pobre homem. Ele precisava desesperadamente fugir, precisava se afastar, precisava... porra, ele precisava dela. Don fechou os olhos por um breve instante e puxou Loren para mais perto.

As costas dela bateram contra os músculos dele, e ela se elevou na ponta dos pés, buscando intensificar o contato entre eles. Don passou as mãos pela cintura dela, oferecendo estabilidade enquanto ela se esfregava em seu pau. Aquilo era delicioso, mas nada poderia tê-lo preparado para o que viria a seguir. Quando abriu os olhos novamente, o reflexo no espelho despedaçou toda sua sanidade. Loren havia afastado as mangas do vestido, revelando seus seios, inchados de tesão. O príncipe não tinha a menor chance contra isso.

Um gemido escapou dos lábios dela quando as mãos grandes de Don subiram e agarraram seus peitos, o príncipe apertava e os envolvia com destreza, ela parecia fascinada pela visão projetada pelo abençoado espelho, oh pelos deuses, aquelas mãos que já estraçalharam a vida de tantos homens, mãos de um assassino ela pensou, agora acariciando seus seios de forma tão carinhosa. Sem conseguir se conter, Don desceu sua boca pela curva do pescoço dela, sentindo-a ceder sob seu toque. Loren inclinou a cabeça, convidativa, enquanto os lábios dele exploravam sua pele, deixando um rastro de beijos e uma chupada suave que fez a pele dela pulsar sob sua língua.

A mão de Loren agarrou a nuca dele, os dedos se enroscando em seus cabelos e puxando-o para mais perto. Os lábios do guerreiro roçaram a ponta da orelha dela, e um gemido abafado escapou de ambos, fazendo-a estremecer e implorar por mais.

Ele se afastou por um momento, segurando sua nuca com firmeza e orientando-a a encarar o reflexo de ambos no espelho, o abençoado espelho que agora testemunhara toda a transgressão. Loren mordeu os lábios, seus seios arfando em resposta, Don estava prestes a devorá-la.

Com um movimento decidido, ele girou a garota para que ela ficasse de frente para ele, seu olhar percorreu cada centímetro do rosto dela e fixou-se nos lábios entreabertos que imploravam por um beijo. Ele queria mergulhar em sua boca e finalmente sentir seu gosto.

No entanto, a atmosfera ao redor deles mudou abruptamente com o piscar frenético das luzes, como se a própria torre estivesse reagindo aos desejos mais profundos que estavam sendo entregues. Don deu alguns passos para trás, surpreso, e encontrou Loren respirando descompassadamente, ela parecia apreensiva, muito apreensiva. Ele olhou ao redor, tentando discernir se a intensa conexão que compartilhavam estava de alguma forma ligada à energia caótica que começava a pulsar no ambiente.

— Loren?

— Não me culpe — ela respondeu, olhando ao redor com medo?

Do lado de fora, era possível ouvir os passos apressados dos sacerdotes que corriam pela escadaria desesperados, Don cobriu Loren instintivamente, pedindo para que ela se acalmasse. O som de dois toques altos na porta fez com que se virassem abruptamente em direção ao barulho, com seus corações batendo em uníssono de surpresa.

Don esfregou os olhos, tentando assimilar tudo o que acabara de acontecer enquanto alguém continuava a bater. Com passos firmes, ele se dirigiu até a porta e, ao abri-la, se deparou com Ryan, visivelmente desalinhado, com o cabelo bagunçado e as bochechas coradas.

O que caralhos estava acontecendo?

O que caralhos estava acontecendo?

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A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora