A sacerdotisa estava quase à beira da exaustão, sua paciência se esgotando a cada passo que dava em busca do insuportável mago. O único motivo pelo qual ela continuava, era sua curiosidade, ou melhor, sua necessidade de descobrir o quão encrencado Ryan poderia estar. Quando Damon, com sua chegada inesperada, os flagrou naquela situação caótica, ela quis desesperadamente dar explicações, tentar esclarecer que o que havia ocorrido era só um mal-entendido, algo que nunca tinha acontecido antes, e de fato não tinha mesmo.
Será que Ryan iria perder o pescoço por isso? Até agora, ninguém havia mencionado nada, o que deveria significar que tudo estava bem, não é? Argh! Onde esse imbecil estava? Seu sumiço já estava se tornando preocupante.
— Eu o vi descendo para o calabouço, minha dama — disse um guarda de forma cortês, quando Loren o interceptou em busca de respostas.
Calabouço? Não, não... isso não! Droga, Ryan. Ela não queria te condenar dessa forma; era só uma brincadeira! Pelos deuses, que ele ainda esteja vivo!
Loren se apressou e desceu para um lugar sombrio e úmido, uma construção que parecia remontar a eras antigas. Diversas celas vazias se alinhavam ao longo dos corredores, repletas de correntes penduradas em ganchos enferrujados. As paredes de pedra estavam cobertas de musgo e líquens, e o ambiente, nada convidativo, era iluminado apenas por algumas tochas presas às paredes.
A sacerdotisa caminhava com passos lentos, enquanto tentava desviar das poças d'água espalhadas pelo chão. Contudo, a cada passo, ela sentia algo pegajoso grudando em seus sapatos, tornando a progressão cada vez mais desagradável.
De repente, um gemido escapou de uma das celas. A voz inconfundível do mago indicava claramente que ele estava sendo torturado. Loren hesitou por um momento, ponderando que uma chegada inesperada poderia apenas piorar a situação. O calabouço havia sido proibido de ser visitado devido a um histórico de bizarrices e eventos perturbadores no passado. Se fosse pega ali, ela também estaria muito encrencada.
Mas ela nunca o deixaria sofrer por sua causa.
Ela se aproximou de forma sorrateira e, ao espiar por uma fresta, viu uma cena que ficaria gravada em sua mente para o resto da vida. Ryan estava encostado na parede, suas calças abaixadas até os tornozelos, uma mulher estava ajoelhada diante dele, em uma posição que sugeria qualquer coisa menos tortura. O desgraçado soltou outro gemido.
Loren levou a mão à boca, incrédula com o que estava vendo. A mulher tentava engolir o pau do mago, movendo-se em um vai e vem frenético. Gemidos abafados escapavam dela também, enquanto Ryan, com o rosto contorcido de prazer, ajudava-a com uma mão entrelaçada em seus cabelos, empurrando a cabeça da garota para si. A cena era tão intensa e inesperada que Loren sentiu um arrepio percorrer seu corpo.
A visão era no mínimo, hipnotizante, e ela se viu incapaz de se afastar. Cada movimento, cada gemido parecia ter um efeito magnético sobre ela. A umidade começou a se formar entre suas pernas, a sacerdotisa sentiu uma ansiedade crescente, curiosa para ver até onde aquela situação os levaria.
— Gosta do que vê? — uma voz grave, mas baixa, surgiu atrás dela.
Loren deu um salto, o coração quase saindo pela boca. De todas as pessoas que ela esperaria encontrar naquele ambiente perturbador, Damon era, sem dúvida, a última.
— Eu... eu... eu — gaguejou, mais uma vez esquecendo como formar uma frase.
Damon a observava com uma expressão neutra, seus olhos fixos nela sem revelar qualquer emoção. A sacerdotisa, em pânico, deu um passo para trás, procurando desesperadamente por um pouco de ar. Seus pulmões pareciam prestes a colapsar, sem conseguir respirar, ela agarrou as laterais de seu manto, e fugiu.
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Trancada em seu quarto, Loren se revirava na cama, de um lado para o outro sem parar. Por que aquela mulher estava... fazendo aquilo em Ryan? Será que os homens realmente gostavam daquilo? Droga, ela não sabia nada sobre essas coisas. Não que fosse completamente ingênua; viajando com soldados, ela ouvira todo tipo de histórias sobre as "aventuras" deles, relatos que ela desejava nunca ter escutado.
Uma batida na porta a tirou de seus devaneios, ela se levantou num salto, ajeitando-se rapidamente. Antes de abrir, fez uma prece silenciosa, implorando que não fosse Damon do outro lado. Ela definitivamente não estava pronta para enfrentá-lo. Será que ele estava furioso com ela? Ou pior, decepcionado?
Mais uma batida. Coragem Loren.
A porta se abriu, e ela deu de cara com Ryan, um sorriso imenso atravessava o rosto do infeliz.
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A Torre Invertida - Volume I
Fantasy🪙 ROMANTASIA ✶ DARKFANTASY ✶ WEBNOVEL +18 ✶ Em uma terra onde a magia é tanto um presente quanto uma maldição, Loren, uma sacerdotisa com poderes de cura, vive sob um decreto real que a torna intocável. Ironicamente, o príncipe designado como seu p...