✶ Capítulo quatro ✶

27 4 8
                                    


O vento gelado da manhã era agonizante, mas mesmo assim, os guerreiros desmontavam as barracas e preparavam os cavalos ansiosos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O vento gelado da manhã era agonizante, mas mesmo assim, os guerreiros desmontavam as barracas e preparavam os cavalos ansiosos. Embora não estivessem muito distantes do reino, uma tempestade de neve certamente atrasaria a viagem de volta. Só havia um pensamento cravado na mente de cada um: retornar, carregar a vitória consigo e finalmente descansar.

Don estava parado próximo à tenda onde Loren ainda se recuperava; sua mente dividida entre a sutil alegria da vitória e a dor de vê-la sofrer. Cada movimento dela, cada suspiro, trazia uma onda de culpa e alívio simultâneos.

Uma mão firme tocou seu ombro. Ao virar-se, ele encontrou North, com o rosto parcialmente coberto pela neve que se acumulava em sua barba. Os olhos do amigo refletiam uma preocupação genuína.

— Você está bem? — North voltou-se para a entrada da tenda, seus olhos fixos no mesmo local que os de Don, como se entendesse os devaneios que o atormentavam. — Ela está viva, e nós vencemos. Isso é algo que deve ser comemorado.

North sempre teve o dom de compreender seus pensamentos, e naquele momento, Don admirou mais do que nunca essa determinação. Ele ansiava por sentir a mesma segurança e entusiasmo que o amigo demonstrava em relação aos acontecimentos, mas isso parecia quase impossível de alcançar.

— Eu sei, North. Mas... Porra, eu cometi um erro, e isso quase nos destruiu!

— Vamos seguir em frente porque temos que honrar aqueles que perdemos. E porque ainda há muitos que precisam de nós. O acampamento está pronto para partir e precisamos de sua liderança, agora mais do que nunca. — North deu um leve aperto no ombro de Don antes de soltá-lo.

Ele estava certo. Havia trabalho a ser feito; a vitória não trazia consolo suficiente para o peso que carregavam, no entanto, não havia escolhas a fazer. Don lançou um último olhar para a tenda e então se dirigiu para os soldados.

— Vamos, garotos! — sua voz ressoou pelo acampamento, cortando o som abafado da neve. — Quero sair deste lugar antes que uma tempestade nos engula.

A neve cobria tudo com uma camada espessa, tornando cada movimento mais difícil. Don caminhava entre eles, certificando-se de que cada grupo estava cumprindo suas tarefas.

Enquanto dava as ordens finais, ele sentiu a presença dela se aproximando, seu perfume abaunilhado carregado pelo vento. Virou-se e a viu, reclamando do frio e apertando-se mais em seu manto. Seus cabelos pretos, emoldurados pelo capuz, estavam salpicados com pequenos flocos de neve. Loren estava tão próxima agora que Don pôde ver o vapor saindo de sua boca, formando pequenas nuvens efêmeras no ar gelado.

— Eu não morri ontem, mas certamente morrerei hoje, congelada! — reclamou, esfregando as mãos uma na outra e aquecendo-as com um sopro. Seus lábios, normalmente cheios de vida, estavam agora arroxeados pelo frio.

— Lembra quando você estava quentinha no nosso reino e eu te disse para não me acompanhar? — ele provocou com um sorriso malicioso nos lábios. Loren, mais baixa que ele, ergueu o olhar para encontrar o dele enquanto ele se curvava ligeiramente, cruzando os braços.

A Torre Invertida - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora