67 - BRECHA

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★ | MARIA CECÍLIA
Um dia depois.

A pior parte de tudo, é que eu estou na casa de lazer dos meus pais agora. É a casa que meus avós deixaram para meu pai, onde tem um enorme rio que costumamos pescar. Alisei minha barriga, deitada na rede, me balançando enquanto sentia o cheiro de carne assando.

Ontem, teve o maior auê. O desgraçado do Gustavo achou que seria bom contar pros meus pais. O pior é que Hugo ligou até para minha mãe, que fez questão de responder ele com a maior grosseria e desligar a chamada.

Eu pensei bem e acho que é melhor para nossa filha, que tenhamos uma boa relação mesmo sem voltar o relacionamento. E é isso que vou fazer, desbloquear ele e ser totalmente sincera.

Não posso pensar só em mim, agora eu não sou sozinha mais. Senti lágrimas descerem pelo meu rosto só de pensar em tudo isso. Spártaco tinha o costume de ficar alisando, beijando e conversando com minha barriga desse mesmo jeito que eu estou fazendo.

Ele se emocionava todas as vezes, gravava, tirava fotos e até postava! É, eu estou me matando de saudades dele. E até agora, apenas 4 dias longe dele. Não sei oque fazer, me sinto fraca, frágil como uma pétala.

Meu pai já não gostava tanto dele, agora que ele odeia. Minha mãe, conversou sério comigo e me aconselhou com muitas coisas. Mas, decidiram me deixar mais na minha mas não voltar para aquela casa.

Capaz de ser deserdada por eles se eu se quer pensar nisso. Fui tirada de meus pensamentos quando escutei passos.

─ Ceci... ─ Gustavo me chamou e eu rapidamente virei o rosto limpando as lágrimas que desciam teimosamente.

─ Fala, Gustavo. ─ Respondi ríspida respirando fundo.

─ Você 'tava chorando?

─ Não. Foi só... Não importa, oque você quer?

─ Não precisa me tratar assim, você já foi mais matura! Mas tudo bem, trouxe carne para você e para Ísis. ─ Ele estendeu o prato com as carnes que eu mais gostava, com bastante gordura e mal passada. Salvei só de ver.

Mas não pude deixar passar oque escutei.

─ Como você sabe o nome da minha filha? ─ Perguntei séria mas pegando o prato. Ele riu leve.

─ Seus pais me contaram à uns dias atrás.

─ Me pergunto, oque você faz para todos? Por que todos te adoram? ─ Perguntei sincera comendo a carne como se estivesse sem comer à meses.

─ Só você não vê potencial em mim, Ceci.

─ Eu tenho meus motivos.

Ele revirou os olhos, irritado com oque eu disse.

─ Vou buscar um suco para você, 'tá muito amarga.

─ Para quê?

─ Por que eu sou humano, eu gosto de ser prestativo para as pessoas que amo! E você 'tá grávida, precisa de cuidado.

Dessa vez, eu quem revirei os olhos. Não posso mentir, estava amando isso.

| GUSTAVO MIOTO
continuação.

Coloquei o suco no copo, enchendo bem. Era de laranja, suco favorito da Maria Cecília. Sorri ao me lembrar de quando tentei fazer para ela e queimei o liquidificador.

É, eu não posso mentir para mim mesmo. Eu a amo. Amo muito, como nunca amei na vida. Ela me trouxe o significado de amar, me ensinou a amar. Eu vacilei feio com ela, mas todos nós precisamos de uma segunda chance.

Eu sonho todas as noites com ela, nosso casamento, nossos filhos... Eu sofri tanto quando descobri a gravidez, chorei a noite inteira.

Não por culpa do bebê, mas sim por não ser o pai dele. Eu me senti tão mal, fiquei revirando aquele instagram com fotos do Hugo com ela, sentindo nojo. Agora, com o que ele fez, eu tenho certeza que essa é a minha brecha!

Eu vou tentar reconquistar ela, seus pais já me disseram que vão me ajudar, o problema é a Luiza e o Guilherme. Vi muitas vezes seu celular quase fritando de receber mensagens do Guilherme, dizendo que Hugo precisava falar com ela.

Se eu pudesse, eu jogava esse celular fora só para ela não ver mais nada dele. Eu quero ela me ame de novo. E eu adoraria ser o melhor padrasto para Ísis.

𝐌𝐎𝐑𝐄𝐍𝐀 𝐃𝐄 𝐆𝐎𝐈𝐀̂𝐍𝐈𝐀, Hugo Vezzani. Onde histórias criam vida. Descubra agora