65 - ELA FOI EMBORA

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★ | HUGO VEZZANI
chegando em casa.

Desci do carro desesperado, sem nem olhar para trás. Ainda tive um show ontem, cantei terrivelmente ruim com muitas coisas na cabeça.

Não liguei para as minhas malas no carro, não liguei para porra nenhuma. Eu preciso me resolver com minha mulher! E ela precisa me ouvir. Querendo ou não.

Eu sei que eu errei. Muito. Mas eu não a traí. Eu não deveria ter ido nessa merda de boate desgraçada, eu sei! Mas já aconteceu, agora só me falta resolver toda essa bagunça.

Correndo, abri a porta com a chave, na maior grosseria para não demorar mais, assim que abri notei um clima frio.

─ CECÍLIA? AMOR? ─ Gritei pela casa, atravessando pela sala, subi as escadas...

Nada de respostas.

─ A GENTE PRECISA CONVERSAR, CECÍLIA!

Desci as escadas rápido, sem nem ver os degraus. Vi uma silhueta na cozinha e corri para ela todo esperançoso.

─ Ela foi embora. ─ Minha mãe disse me encarando com um olhar de decepção. Meu semblante mudou completamente, meu coração parou por uns segundos.

Depois de ouvir aquilo, parecia que meu mundo havia caído.

─ Mãe... ─ Eu tentei falar e ela me parou.

─ Sabe o quanto foi péssimo vendo uma mulher chorar, aos prantos, soluçar e saber que foi culpa do meu filho? E que ela estava carregando a minha neta? Sabe o pior? Saber que eu te criei perfeitamente para isso nunca acontecer.

─ Eu não fiz nada!

─ Não fez? Não fez, Spártaco? Olha para mim, fale olhando nos meus olhos que aí eu sei se é verdade!

A encarei sem medo.

─ Eu não fiz nada! A mulher realmente chegou em mim mas eu empurrei ela e falei sobre a Maria Cecília!

─ Ah, meu Deus...

Ela percebeu que era verdade. Não há ninguém que me conheça melhor que eu. Ela levou as mãos à boca, desacreditada.

─ Como a senhora deixa ela sair daqui?!

─ Porra, Spártaco! Oque eu faria? E ainda apoiei. Apoiei não, apoio! Não importa se não traiu, você foi na merda daquela boate!

─ Eu sei! Eu errei. Pra onde ela foi? ─ Peguei a chave do meu carro mas ela suspirou fundo.

─ Eu acho melhor você dar um tempo para ela.

─ Tempo? Eu vou salvar meu noivado! A gente vai casar daqui uns meses.

─ Ela não vai te ouvir. Ela foi embora ontem mesmo, só para não ter o desprazer de te ver hoje.

─ Me diz, mãe. Eu vou arrumar tudo! Vou consertar oque fiz.

─ Não. Não vai.

| MARIA CECÍLIA
na casa dos pais.

Escutei alguns barulhos do lado de fora do meu quarto, sequei as lágrimas e abri ele. Me deparei com meus pais e minha prima conversando.

─ Eu quero que minha filha se sinta em casa, não vou pressionar ela com nada. Ela está com a gente, só precisamos apoiar. ─ Meu pai dizia. Meu Deus, ele está tanto mudado...

Eles não me perceberam, então me encostei na pilastra.

─ Eu concordo, tio. Eu vou ficar aqui com vocês, por ela. ─ Luiza respondeu firme.

Minha mãe parecia quieta de mais.

─ Oque esse cara aprontou com a minha filha? Eu me sinto até culpada por ter permitido ela ir morar com ele.

─ Helena, por favor! A menina já é maior de idade, 'tava morando sozinha. Você não teve culpa. Mas em boa parte, eu concordo. Ele deve ter feito algo muito ruim. ─ Meu pai respondeu minha mãe.

─ Não briguem agora. É como o tio disse, Maria Cecília precisa de apoio, ainda mais grávida.

─ Realmente. Precisamos pensar em algo para relaxar ela. Qualquer coisa. ─ Minha mãe deu uma sugestiva.

─ Podemos sair pra pescar igual combinamos. ─ Respondeu meu pai.

─ É, mas vocês dois sabem que ela não vai querer ir por quê...

Não pude ouvir o resto da conversa por sentir um corpo pressionando o meu contra a parede. Senti uma vontade enorme de gritar, mas minha boca foi tampada por uma mão grande. Nessa hora, eu me desesperei.

Mas senti um perfume peculiar...

𝐌𝐎𝐑𝐄𝐍𝐀 𝐃𝐄 𝐆𝐎𝐈𝐀̂𝐍𝐈𝐀, Hugo Vezzani. Onde histórias criam vida. Descubra agora