63 - LOIRA

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★ | HUGO VEZZANI
continuação.

A luz azul que oscilava pela grande folia me deixava cego, eu quase não enxergava nada. Sem contar o álcool, que me deixou totalmente tonto.

Eu suava frio, sentindo meu corpo se arrepiar a cada pessoa que passava ao meu lado e era puxado por amigos de equipe que não estava apenas bêbados, era visível que tinha algo a mais.

─ E aí, 'Hugão! Eu 'num te disse que ia ser gostoso ficar aqui! ─ O velho contratante dizia enquanto ria e segurava duas mulheres pela cintura.

Sem responder ele, me sentei no sofá pequeno que tava lá. Eu 'to muito fudido! Minha cabeça 'tá latejando e mal consigo ficar com os olhos abertos. Guilherme desapareceu! Sumiu da minha vista e eu estava desesperado sem ninguém ao meu lado para me ajudar.

Minha mulher estava em casa, eu queria ela. Queria estar com ela e com nossa filha. Por culpa da merda da bebida, eu estava vendo até miragens dela segurando nossa filha no colo. Eu estava tonto. Muito tonto. A bebida não fez nada bem.

─ Oi... ─ Uma loira se sentou ao meu lado, acariciando meu braço, eu rapidamente me afastei.

─ Eu tenho namorada, noiva. ─ levantei a mão mostrando a aliança e ela sorriu desagradável.

─ É que eu sou muito sua fã, Hugo... ─ Ela se aproximava lentamente.

─ Obrigada.

─ Sabe, o Amadeus disse que você estava estressado, que não queria vir... Eu amaria te desestressar... ─ Ela dizia numa falsa inocência ajeitando seu decote.

Virei o rosto para não ver aquela cena à minha frente, torcendo para que ela se ligasse e saísse de lá o mais rápido possível. Eu não quero mulher nenhum além da minha. Que porra!

─ Olha, eu não quero isso. Eu tenho uma mulher que me satisfaz muito em casa. ─ Sorri forçado dando um fora nela, sentindo minha barriga revirar.

─ Ah, poxa... Mas ela não deve chegar aos meus pés! ─ Ela descia lentamente a alça de seu vestido e eu entendi a jogada. Ele mandou ela pra dormir comigo. Maldito velho barrigudo!

Eu mais uma vez virei o rosto, para não ver aquela cena infernal. Infernal de nojenta. De escrota.

─ Você quem não é nem o 'dedinho do pé dela. ─ Respondi grosseiro me levantando e logo sentindo meu corpo tontear novamente.

─ Vai se divertir essa noite? ─ Amadeus pergunta sorrindo e me entregando mais uma bebida.

─ Não. Não quero. Cadê o Guilherme?

─ Para com isso, rapaz! O outro deve 'tá com uma 'loirona igual a essa que 'tá te dando mole. Seja homem.

─ Sou homem suficiente para saber que eu devia estar em casa, com a minha mulher e não com qualquer uma. ─ Falei.

Avistei de longe Guilherme jogado no chão, apagado. Puta merda! Essa é a pior noite da minha vida, puta que pariu.

Fui até ele tropeçando nas pessoas, levando empurrões e cotoveladas. Tentei acordar ele, mas sem sucesso, ele estava totalmente apagado. Que merda é essa? Oque fizeram com ele?

Sem nem perceber, minha visão estava ficando turva, me apoiei na pilastra ao nosso lado e fechei os olhos...

Senti mãos passarem por todo o meu ombro, alisando e me dando calafrios. Eu ouvi vozes.

"Você nunca mais vai me ver na sua vida! Seu babaca..." ─  era a voz de Maria Cecília me virei para ela, enxergando duas dela e assim que toquei nela, ela desapareceu.

"Você é uma vergonha pra sua filha... Eu te odeio, Spártaco! Eu te odeio...

Lágrimas escorriam por meu rosto e eu não consegui sustentar meu corpo que descia pela parede, me fazendo sentar no chão ao lado de Guilherme. Um gosto amargo tomava conta de minha boca...

𝐌𝐎𝐑𝐄𝐍𝐀 𝐃𝐄 𝐆𝐎𝐈𝐀̂𝐍𝐈𝐀, Hugo Vezzani. Onde histórias criam vida. Descubra agora