Aquele Idiota 2 - 30_ Sua sonsa

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Ayla

De novo, estava conversando com minha irmã.

— Você acha que só você tem traumas, Ayla?

A pergunta me pegou de surpresa, mas eu não respondi de imediato. Deixei ela continuar.

— Tem coisas que não tem como apagar. Maycon me traiu, não tenho mais meu pai... não tenho mais minha irmã... — Ela murmurou.

Independente, nada disso muda o que ela fez pra mim. E, provavelmente, nunca vou conseguir perdoar por completo.

(...)

Dylan

Estava no sofá, com minha namorada linda no meu colo, suas pernas em volta da minha cintura, enquanto meus dedos traçavam círculos preguiçosos em sua suas coxas. Ela estava toda boba olhando pro desenho que eu havia feito dela agora pouco.

Eu levei uma de suas mãos para seu rosto, acariciando sua bochecha, desenhando linhas invisíveis.

— Você vê o quanto você é linda, amor? Vou emoldurar esse desenho. — Eu disse, com um sorriso travesso.

— Você é impossível, Dylan.

— Não, anjo. Só apaixonado por você.

Ela riu baixinho, me puxando para um beijo.

Porém, o som da campainha ecoou pela sala, interrompendo o momento. Ayla, suspirou, revirando os olhos.

— Aff, quem será?

— Não sei. Porra. — Resmunguei, levantando. Ayla ficou no sofá.

Abri a porta, e lá estava ela. Clara.

Essa filha da puta do cacete tem algum problema?! Como porra ela descobriu o caralho do endereço outra vez?

— Clara, cacete. O que você tá fazendo aqui, porra?

— Desculpa aparecer sem avisar, mas... Eu preciso falar com você sobre algo urgente do projeto!

— O projeto não é desculpa pra vir até aqui, Clara. — Ayla apareceu atrás de mim, cruzando os braços. Sua expressão era um misto de raiva e desprezo. — Você não tem o celular pra falar com ele?

— Achei que seria mais educado vir pessoalmente. — Ela olhou diretamente para mim, ignorando Ayla completamente. — Não vai me convidar pra entrar, Dylan?

— Não. — Respondi seco, mas antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Ayla já tinha dado um passo a frente.

— Olha aqui, Clara, eu não sei qual é o sei problema, mas se acha que vai continuar aparecendo por aqui como se tivesse alguma intimidade tá muito enganada.

Clara ergueu uma sobrancelha, fingindo ofensa.

— Calma, Ayla. Não precisa ser territorial.   Eu só vim falar de trabalho.

— Territorial? — Ayla deu uma risada sem humor. — Você sabe muito bem o que tá fazendo, sua sonsa.

— Clara, é melhor você ir embora antes que eu perca a porra do resto da paciência. — Minha voz saiu firme, mais grave do que eu esperava. Dei um passo à frente, ficando entre Ayla e Clara.

Clara colocou a mão no peito, fingindo estar ofendida.

— Nossa, Dylan, tudo isso? Eu só vim pra conversar. Não achei que minha presença causaria tanto incômodo.

Revirei os olhos, soltando um riso seco.

— Você tem ideia do quão inconveniente você é? Eu já deixei claro na faculdade que não quero mais do que profissionalismo com você. Agora você aparece na minha casa? Tá maluca?

— Eu só pensei...

— Pensou o quê? — A interrompi, minha voz subindo. — Que me perseguir desse jeito ia me fazer mudar de ideia? Acha que eu sou burro? Já sei qual é o seu joguinho, Clara, e vou falar bem claro agora: acabou.

Clara abriu a boca para responder, mas eu não dei chance.

— Não sei o que te deu a impressão de que eu toleraria esse tipo de comportamento, mas vou te algo pra deixar isso bem claro: eu amo a Ayla. Ela é a única pessoa que importa pra mim. Então pode sair da porra do nosso apartamento agora mesmo, porque você tá desperdiçando o seu tempo.

Ayla, atrás de mim, soltou um risinho discreto. Mas eu podia sentir a tensão nela, os braços ainda cruzados, o olhar cortante fixo em Clara.

— Dylan, eu só... — Clara tentou falar se novo, mas levantei a mão, sinalizando que tinha acabado de ouvi-la.

— Não. Não tem "só". Você sabe exatamente o que tá fazendo, Clara, e eu tô cansado de ser educado com você. Então vou te pedir uma última vez: some da minha vida antes que as coisas fiquem piores.

Clara me olhou com um misto de raiva e humilhação, mas não me importava. Finalmente, virou as costas e saiu sem dizer mais nada. Fechei a porta com força e soltei um suspiro pesado.

— Eu não aguento mais essa Clara! Ela está passando dos limites, Dylan!
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora