Aquele Idiota

Aquele Idiota 2 - 28_ Obrigada, Theo

Dylan

Após enviar a mensagem para Mirella, fiquei encarando o celular, aguardando uma resposta. Essa piranha demora...

Respondeu, porra.

"Que favor? Tá ferrado com a Ayla, desgraça?"

" Tem haver com a Clara. "

" Nem precisa falar nada. Olha só, única coisa que eu tenho pra te falar é que essa menina é uma puta, e se você não tomar cuidado ela vai conseguir o que ela quer. "

" O que? "

" Você é burro, seu jumento? E a Ayla como ela está? Eu tô tão preocupada com as merdas das mensagens, Dylan..."

" Está do mesmo jeito. Cacete, tem tanta coisa ao mesmo tempo acontecendo, porra..."

(...)

Depois de terminar a troca de mensagens com Mirella, joguei o celular no sofá, frustrado. A tensão parecia se acumular em tudo.

Meu celular vibrou de novo. Mirella mandou outra mensagem:

"Dylan, cê sabe que a Ayla precisa de você, né? Foca nela. Não deixa essa Clara te manipular, sério."

Mirella estava certa. Ayla é minha prioridade, mas, ultimamente, parecia que eu estava falhando em demonstrar isso.

(...)

Ayla

O clima na faculdade estava levemente movimentado. Todo mundo parecia em uma correria. Eu tentava me distrair com as pessoas ao redor, mas minha mente estava como sempre presa na  Clara e nas mensagens anônimas. Tudo estava me tirando do eixo.

Meu namorado vai chegar mais tarde hoje, teve que ajudar os pais com alguns problemas com Hazel. Theo apareceu, com aquele sorriso fácil que ele sempre carregava.

- Ayla! - Ele se aproximou, colocando a mochila no banco ao meu lado. - Tá com uma cara péssima hoje. O que houve?

- Nossa, obrigada pela parte que me toca. - Revirei os olhos, mas soltei uma risada fraca.

- Ué, tô sendo sincero. Mas, se quiser, posso mentir e dizer que tá maravilhosa. - Ele piscou.

- Não precisa, tá tudo bem. - Tentei sorrir, mas Theo franziu o cenho.

- Mesmo com essa carinha aí, continua linda. Mas, não ta tudo bem não. E você sabe que pode falar comigo, né?

Eu hesitei. Não sabia o quanto deveria compartilhar, mas, ao mesmo tempo, parecia impossível não buscar algum tipo de conforto fora da bagunça que minha vida tinha se tornado.

- Só... algumas coisas. Nada demais.

- Certo. Nada demais, mas tá com essa cara? Não acredito. - Ele se inclinou para mais perto. - Vem cá, vamos dar uma volta. Você precisa de um tempo desse caos.

- Theo...

- Sem desculpas, Ayla. Vem.

Acabei cedendo, porque, no fundo, eu precisava mesmo sair dali por um tempo. Fomos andando até o jardim da faculdade, onde ele me fez sentar em um banco sob a sombra de uma árvore.

- Agora fala. - Ele olhou para mim com um sorriso, mas seus olhos tinham uma sinceridade que me desarmou.

- Eu só... sinto que tem muita coisa fora de controle na minha vida.

Ele não respondeu de imediato, apenas assentiu, como se estivesse processando minhas palavras.

- Isso acontece, Ayla. Às vezes, a gente só precisa dar um passo para trás e respirar.

Eu ri, mas era um riso nervoso.

- Fácil falar. Difícil fazer.

- É por isso que você tem amigos como eu. - Ele se levantou, estendendo a mão para mim. - Levanta.

- Por quê?

- Confia em mim.

Suspirei, mas segurei a mão dele, deixando que ele me puxasse. Ele me levou até uma parte do jardim onde havia várias flores coloridas.

- Tá vendo isso? - Ele apontou para as flores.

- Tá querendo me distrair com flores, Theo? Que clichê.

- Talvez. - Ele deu de ombros, sorrindo. - Mas olha só. Isso aqui tá sempre aqui, não importa o caos que esteja acontecendo. É meio bobo, mas me ajuda a lembrar que a vida continua.

Por um momento, o peso nos meus ombros parecia diminuir. Ele era fácil de lidar, leve, como se pudesse carregar qualquer preocupação com um sorriso e algumas palavras simples.

- Obrigada, Theo. De verdade. - Olhei para ele, e sorri.

Ele sorriu de volta, mas havia algo em seus olhos que não estava ali antes. Algo mais profundo.

- Sempre que precisar, Ayla.
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Continua...