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— Helena Magalhães

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— Helena Magalhães

Nao sabia se seria uma boa vir com Roberto, mas aqui estou. Não sei o que se passava pela mente dele quando ouviu tudo o que Rosane disse, e nem sei o que Rosane disse, mas ele se trocou e caminhou para o carro, calado. Só vesti uma calça que eu tinha deixado aqui, e segui juntamente com ele. Eu só não sabia que o filho de Roberto era meu ex amigo, Rafael, e que Júlia estava com ele.

Rafael nunca falou muito da família. Na verdade, eu nunca perguntei. Sempre fui mais afastada do grupo, mais excluída. Nunca procurei saber quem eram os pais de Rafael, onde estudava ou o que fazia além de ajudar o Fraga.
A família de Octávio é muito amiga de Fraga, mas a minha não e eu não sei como, em todos esses anos sendo amiga dos Reich, eu nunca conheci Roberto. Será que Rafael têm vergonha do pai?

— Barata, como vai? — Roberto entrou na sala exasperado, cumprimentando o delegado, ignorando totalmente a existência de Fraga e de Rosane... E a minha.

— Capitão! Tudo bem? — O delegado parecia ter uma certa intimidade com Roberto, e tratou de arrumar a postura e oferecer a ele um sorriso.

— O que houve? — Roberto perguntou, oscilando o olhar entre o delegado e o filho.

— Nada. Já tá tudo resolvido.

— Posso ver o depoimento? — Não era uma pergunta. Roberto arrancou o papel da mãe de Júlia, lançando a ela um olhar possesso.

— Beto... — Rosane se aproximou de Roberto, tentando acalma-lo. Eu quero puxar ela pelos cabelos e arrancar de perto do meu Beto. Não é o "Beto", é o meu Beto.

Não queria que me perguntassem como eu cheguei aqui ou como descobri sobre, mas queria marcar minha presença ao lado de Roberto e ajudar Júlia. Ela foi uma idiota, traidora, mas tínhamos vivido tantas coisas juntas. Eu não poderia abandona-la quando precisa porque, mesmo estando afastadas, Júlia sempre poderá contar comigo. Isso me define como pessoa.

— Eu posso ler, Rosane? É meu filho também, não é? Eu tenho o direito de ler, não tenho?

— Ele não tem nada a ver com isso. — Rosane parecia tentar acalmar as coisas, mas até ela sabia que Rafael facilmente teria algo a ver com isso. Ele andava com Octávio, se ele nunca cheirou pó, pelo menos maconha ele já fumou.

— Vamos agir com civilidade. — Perante o desequilíbrio de Roberto, Fraga comenta. Acho que não tenha sido um pedido, mas uma alfinetada.

— Fala pra ele não falar comigo. Diz a ele pra ele não falar comigo. — Eu observo tudo. Observo Roberto se direcionar a Rosane, pedindo a ela, enquanto coloca o óculos de leitura.

— Calma... — O delegado tentou apaziguar.

— 100 gramas, Barata? — Roberto oscilava entre olhar para o delegado e para Júlia. Entrei na sala, me acomodando ao lado de Júlia, encarando ela com repreensão. — Tava comprando pro gabinete inteiro, minha filha?

𝐵𝐸𝑇𝑊𝐸𝐸𝑁 𝑈𝑆| 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑜 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora