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— Helena Magalhães

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— Helena Magalhães

Precisava contar a Júlia o que fiz, ou melhor, o que fizeram em mim, mas Nascimento escondeu meu celular. Estava tão atordoada que sequer insistir em encontrá-lo. Filho da puta controlador.

Mesmo tentando ficar com raiva dele por estar tentando me controlar, coisa que já estou farta, não consigo conter o sorriso tímido ao lembrar das coisas que ele me disse. Disse que seria o primeiro homem... Deixei que me tocasse. Deixei que me levasse ao paraíso... Chega, Helena. Isso é loucura.
A imagem do meu pai berrando comigo e dizendo que eu era uma vergonha e que poderia esquecer que tinha um pai surgiu na minha mente. Eu sei que ele faria isso se soubesse que deixei seu amigo fazer tudo aquilo comigo. Isso se ele não me matasse.

A falta do ar-condicionado me faz querer surtar. O calor neste quarto abafado e pequeno é alucinante. Suor molha minha testa, grudando alguns fios de cabelo.
Eu preciso de ar, mas não quero sair desse quarto. Se eu der de cara com o capitão, não sei onde me enfiar. Eu vi o pau dele. Nossa, eu vi o pau dele. Caralho... Na hora eu estava tão atordoada, com medo, querendo fugir daquilo que sequer prestei atenção no que realmente importava. Mas não lembro detalhes. Gostaria de lembrar...

Retirei minha calça xadrez, ficando apenas com minha regata e a calcinha preta, de algodão, que uso. Não vou conseguir dormir nessa cama. Os lençóis finos grudam no meu corpo, o calor talvez me mate e esse colchão é duro. Odeio dizer isso, mas talvez eu realmente seja um tanto mimada. Estou acostumada com meu quarto ou até mesmo com o sofá de Júlia, mas não estou acostumada com um quarto desses.

Pego o travesseiro murcho, coloco alguns lençóis dentro da fronha e o jogo no chão. O chão está gelado, e talvez assim eu consiga dormir.

....

— Acorda, porra! — Um barulho intenso na porta faz com que eu me levante do chão involuntariamente.

Meu coração parece que vai pular do peito. Um amargor sobe pela minha garganta ate os cantos da minha boca, e um peso toma posse da minha cabeça. Pensei que desmaiaria, mas sequer teria tempo. Encaro um soldado que está parado na minha porta após tê-la aberta com agressividade.

— Se veste. — Seu olhar não se direcionou a mim com malícia, e eu agradeço por isso, mas ainda assim me sinto envergonhada. Antes de frequentar ao batalhão, eu era uma virgem que namorava e quase não sentia tesão. Agora, sou uma virgem descarada cujo um homem tocou e outro me viu de calcinha. Esse Roberto é uma péssima influência.

Assinto com a cabeça, indo até a minha calça ao lado. Bom, Mathias havia dito que era calça jeans escura, blusa preta e o coturno. Acho que regata e calcinha não é tão adequado.

Me vesti rapidamente. Não tomei banho e estou sentindo nojenta por isso, mas acho que se eu me atrasar no primeiro dia, capitão me deixa de cabeça para baixo amarrada numa árvore.

𝐵𝐸𝑇𝑊𝐸𝐸𝑁 𝑈𝑆| 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑜 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora