Até onde você iria para alcançar seus objetivos?
Até onde você iria por uma missão?
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A resposta varia de pessoa para pessoa, mas, para o Capitão Roberto Nascimento e a escritora Helena Magalhães, o céu é o limite.
Ao se ver estagnada no começo de...
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- Helena Magalhães
Meu colete preto, minha calça jeans escura e meu coturno abrilhantam minha imagem, combinando com meu sorriso enorme.
Estou ansiosa, é óbvio, mas só de imaginar aquelas paredes, aquelas armas e todos os treinamentos... Ai, céus. Como será lá dentro?
Eu tenho uma pequena noção do que acontece do lado externo dos muros daquele batalhão, mas o que acontece lá dentro? Por que ficam todos tão gélidos e cruéis? O que os fazem acreditar que todos os bandidos merecem a morte? Quais suas motivações? A raiva? A sede de justiça? São coisas que se fixam na minha mente porque eu não sei e talvez eu nunca saiba como decifrar um policial, ainda mais do BOPE.
Deixando minhas questões de lado, desço as escadas com uma certa velocidade. Velocidade o suficiente para que eu tropece algumas vezes em meus próprios pés e receba um olhar repreensivo de meus pais.
- Cuidado! - Com seus olhos irritados e preocupados e sua testa franzida, papai se aproxima de mim, segurando minha mão.
- Preciso ir depressa. Ele já deve estar a minha espera. - Acaricio sua mão, me equilibrando novamente no chão. Mesmo eufórica, encontro maneiras de não transparecer.
- Vá com cuidado. - Ouço a voz de mamãe soar por trás de meu pai, então inclino a cabeça para trás para conseguir vê-la.
- Pode deixar. - Dou uma piscadela para ela, com um sorriso de orelha a orelha.
Saio soltando beijos para quem quisesse pegá-los. Ao ultrapassar a porta, começo a finalmente deixar minha alegria transparecer. Saltitante, vou até o carro sorrindo.
O cheiro do perfume que deixei no carro inebria minhas narinas, e então inspiro com bastante vontade, buscando encher meus pulmões com todo o ar. Tudo me anima e tudo me excita hoje. Excitação no sentido de animar, de deixar-me contente.
Apoio as mãos no volante, segurando-o, finalmente, com firmeza. Vou em busca da minha inspiração.
De perto, esse batalhão é ainda mais assustador. O enorme portão se abre para mim, dando-me a vista mais ampla de um gramado verde e, ao longe, outro portão. Caminho em direção ao primeiro homem que vejo, com o objetivo de buscar informações sobre o tal Roberto. Eu sei que ele é capitão e seu que o nome é Roberto. Se me perguntarem mais sobre, é capaz de acharem que sou uma mentirosa.
O homem alto e ereto se aproxima ainda mais de mim, fixando seus olhos, que se escondem por trás de uma armação quadrada e lente de grau, nos meus.