Até onde você iria para alcançar seus objetivos?
Até onde você iria por uma missão?
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A resposta varia de pessoa para pessoa, mas, para o Capitão Roberto Nascimento e a escritora Helena Magalhães, o céu é o limite.
Ao se ver estagnada no começo de...
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—Helena Magalhães
O dia já raiava, e a claridade que entrava no quarto era um forte indício. Roberto não estava ao meu lado, então me virei, meio manhosa, procurando pleo meu celular. Não acredito que foi trabalhar e não me avisou. Velho ordinário.
Encontrei o aparelho embaixo do meu travesseiro e o tomei em minhas mãos. Tentei acostumar meus olhos com a claridade, enquanto digitava para Roberto.
— Saiu sem me avisar...
— Tive uma missão de madrugada e fiquei por aqui. Vou sair mais cedo e te levar pra jantar.
— Aonde vamos?
— Só se preocupe em ficar mais linda que já é.
Sorri ao ler a mensagem, mas gostaria de saber aonde vamos e assim me arrumar adequadamente, mas se ele quer fazer uma surpresa, não vou impedi-lo.
Estou decidida a voltar na ONG antes de tentar entregar mais currículos.
Desviei meus olhos para a parede a minha frente, lembrando de Clarita. Mal me despedi dela com tantas crianças me abraçando. Eu adoro crianças. Adoro demais.
Meu sonho nunca foi ser mäe. Gosto de liberdade e anseio por ela, e ser mãe, de certa forma, acaba com isso. Mas aqueles olhos me olhavam com tanto amor enquanto conversávamos no restaurante... Era como se eu fosse uma deusa na sua frente. Quando disse que viajava em todas as minhas férias, e que já fui para vários lugares do mundo, ela se deslumbrou ainda mais. Queria proporcionar isso a ela. A eles. Queria dar isso a todas aquelas crianças.
Uma mensagem de bom dia das minhas amigas faz com que minha atenção se volte para a tela do celular.
Pensei em chama-las para me acompanharem na visita até a Casa Flor, mas Laura está no teatro, Lara deve estar na faculdade e Fred na oficina onde trabalha. Eu sou a única desocupada.
Meus pés tocaram o chão rapidamente, mas parei assim que me lembrei do comprimido que estava sobre o criado mudo. Peguei a minha garrafa de água e o comprimido, enfiando goela adentro. Agora é só esperar e rezar.
Meus pés se firmaram no chão, enquanto eu carregava meu notebook. Eu sou uma desocupada, mas posso ser uma desocupada produtiva.
Peguei meu caderno também, no qual deixo as anotações de capítulos, características que ainda não foram abordadas e rascunhos de ideias. No momento, eu só quero as ideias dos próximos capítulos porque já estou quase terminando. Falta apenas o ponto alto, o estopim.
Chegando na cozinha, me servi de uma enorme xícara de café com três colheres de açúcar, como de costume, e me sentei. Só levanto daqui quando terminar, ao menos, três capítulos.