Até onde você iria para alcançar seus objetivos?
Até onde você iria por uma missão?
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A resposta varia de pessoa para pessoa, mas, para o Capitão Roberto Nascimento e a escritora Helena Magalhães, o céu é o limite.
Ao se ver estagnada no começo de...
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— Helena Magalhães
A voz de Roberto soava ao longe, mas eu realmente nao queria ouvir. Me afastei de seu corpo, observando, através da janela da sala, a chuva cair.
— Eu juro pra você que eu e ela não temos nada. — Seus braços envolveram minha cintura, me forçando a ficar quieta, estática.
Eu não aguento mais os meus pensamentos. Eu realmente queria uma vida agitada, mas eu já entendi. Eu já entendi que nada se compara a um amor tranquilo e que uma paixão avassaladora é incrível até seus maiores medos serem uma possibilidade.
Por que comigo seria diferente?
Se ela, que é mãe do filho dele, sofreu o que sofreu, por que seria diferente comigo?
— Por favor, não chora... — Ele pediu, mas já era tarde. As lágrimas já rolavam pelas bochechas. Aposto que meu rosto já estava totalmente vermelho a esse ponto, enquanto meu nariz escorria e eu tentava limpar com as mãos.
— Meu pai estava certo? — Roberto ainda ama a ex? Ele ainda está apaixonado por ela? Não. Eu me recuso a acreditar nesses pensamentos idiotas, mas eu não consigo. Eu juro que luto constantemente contra as minhas inseguranças, mas parece que eu tento e nunca saio do lugar. Nada funciona. Eu sempre vou me achar pior que qualquer uma. Eu sempre vou achar que ele vai preferir qualquer outra. Eu sempre vou me achar feia, desinteressante. Eu sempre vou me autosabotar porque é isso o que eu faço. Eu afasto as pessoas por medo de me entregar, e quando acontece, eu encontro uma maneira de acabar com tudo. Talvez esteja fazendo isso agora.
— Seu pai nunca esteve mais errado. — Suas mãos seguravam as minhas com desespero. — Meu amor, eu prometi ter paciência, mas você precisa lutar por mim também. — Eu sei, droga. Eu sei mas eu não consigo não pensar que estou sendo feita de idiota. Porque eu sou assim. Não entra na minha cabeça que alguém me amaria a troco de nada.
— Eu não sou a pessoa certa pra você... — Escondi meu rosto entre as mãos. Não parece, mas estou desesperada. Desesperada por não saber o que pensar. Essa falta de noção, essas inseguranças que não foram nem motivadas por ele, tudo isso me causa uma ansiedade que faz meu estômago embrulhar. Eu me sinto presa, sufocada. Eu preciso respirar. Eu não sou boa pra ele. Sou jovem, imatura, alienada... O que ele quer com uma mulher assim? Se é que posso me denominar de "mulher". Meus pais estavam certos. Eu não sou boa o suficiente pra ficar longe deles. Eu não sei viver sozinha, sem depender de alguém.
— É você quem eu quero. — Sou forçada a encara-lo, enquanto seus olhos escuros aprofundam minha alma. — Que se foda esse negócio de pessoas certa, Helena. A pessoa certa é quem me fez estar vivo de novo e você é essa pessoa. — Agora eu já não choro mais por insegurança com Rosane, mas por saber quem não sou boa pra ele. Olha só as coisas tão lindas que ele me diz, e aí eu estava brigando com ele por uma besteira? Eu vou tornar esse relacionamento em algo tão cansativo, e tudo culpa dos meus pensamentos e inseguranças. Vou transformar a vida dele em um inferno.