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— Roberto Nascimento

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— Roberto Nascimento

O curso de Operações Especiais já está em processo de organização.

Da última vez que fui coordenador, Mathias e Neto foram os meus escolhidos. Ótima escolha e não me arrependo nem um segundo. Ambos são valiosos para essa equipe. Mathias, com seu jeito obediente e calmo é ótimo estrategista, e é obediente. Neto, por outro lado, é impulsivo e justiceiro. Essa sede de sangue e de justiça o faz valioso, mas a impulsividade dele é uma coisa que temos trabalhado.

Os dois lembram bastante a mim mesmo, quando comecei logo. Sempre fui obediente, igual a Mathias, mas também sempre quis fazer justiça, igual a Neto.

Nos últimos anos, porém, não vieram boas aquisições. Gosto de meus companheiros de equipe e vejo que cada um tem potencial, mas os últimos não são tão ágeis e isso me faz querer matar os últimos coordenadores. Esse ano, porém, decidi aceitar novamente essa honra.

Adentrando a sala de reunião, vejo meus companheiros sentados na mesa redonda que ocupa um grande espaço na sala. O coronel está sentado no centro, acompanhado pelo tenente e pelos outros soldados.

Me sento ao lado do Tenente, em frente a Renan.

Estreito os olhos, tentando enxergar com clareza que merda é essa que toma forma no olho de Renan. Apoio os antebraços na mesa, inclinando ainda mais o tronco.

- Porra, o que é isso aí, cara? - Pergunto.

- Isso é conjuntivite. - Ele ergue um dedo, apontando para o próprio olho.

- Po, que negócio feio da porra. - Franzo o cenho, deixando uma expressão de nojo transparecer. - Coronel, vou coordenar o melhor curso da história das operações especiais. O senhor pode ficar tranquilo. - Meu histórico como coordenador é um dos melhores. Aliás, em tudo o que me proponho a fazer busco ser o melhor. Afinal, essa titulação de capitão não veio atoa.

Em concordância comigo e com minha fala, o Coronel acena, deixando um sorriso orgulhoso surgir em seus lábios.

- Esse tá na lista do jogo do bicho. - Neto comenta, aproximando o rosto do meu para analisar a folha juntamente comigo.

- Tem certeza? - Coronel pergunta.

- Absoluta. - Neto o responde.

- Opa, começamos bem... - Faço um rápido tracejado no papel, riscando o nome do homem. - Vai virar estatística. - Ergo apenas o olhar, buscando a reação do Coronel diante os nomes que recito.

- Esse Olavo Carveli era da minha turma. Marginal. Envolvido com caça-níquel... - É a vez de Maurício comentar.

- Vai virar chiclete de caveira. - Faço mais um risco na folha de papel, sobre o nome do homem. Eu não sei o que faz um ser humano recorrer ao crime, ainda mais quando se é policial. Para ser policial, a pessoa precisa amar muito isso. Precisa amar porque precisa ter paciência, ser resistente, colocar a equipe a frente, ser estrategista e não ter medo, embora seja inevitável. E se você não tem amor a isso, o que faz nesse caralho então?

𝐵𝐸𝑇𝑊𝐸𝐸𝑁 𝑈𝑆| 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑜 𝑁𝑎𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora