7º CAPÍTULO

36 8 0
                                    

A semana passou rápido, mais rápido do que esperei. Já era quinta-feira, e eu e Ju, como todos os outros dias, fomos para a aula e ficamos lá, no tédio mortal até o fim da aula, porque quase não tivemos aulas juntas, a não ser por Educação Física, Química Experimental e Sociologia.
Depois da aula fomos direto para casa, íamos trocar de roupa para ir passear pelo centro. Quando estávamos prontas para sair ouvi Tracy falar algo na cozinha, o que era estranho porque ela deveria estar trabalhando. Me dirigi até a cozinha para ver o que estava acontecendo.
- Ok, desculpa o incomodo! - Tracy estava ao telefone, e pela sua cara não estava nada bem.
Parei apoiada na porta da cozinha, e esperei que ela desligasse o telefone para perguntar o que estava acontecendo.
- Aconteceu alguma coisa Tracy? - perguntei - Você parece apavorada!
- Eu estou! - Tracy colocou as mãos no rosto quase que para cobrir as lágrimas que estavam começando a brotar em seus olhos - Ash me ligou hoje meio dia, e disse que teria que ir embora, porque um parente sofreu um acidente, voltei correndo para casa, e agora estou ligando para todas as Babás possíveis nessa cidade e nenhuma pode vir cuidar dos meninos.
- Calma Tracy, porque não me pediu para cuidar deles por hoje? - perguntei, porque não acreditei que ela não iria pedir minha ajuda e de Ju, sei que ela precisa trabalhar, e não custa nada cuidar dos meninos por um dia.
- Não Vicky, imagina! - Tracy pegou o telefone na mão de novo e começou a procurar outro número na lista telefônica - Vocês vão sair, não quero atrapalhar vocês!
Me aproximei de Tracy e peguei o telefone dela.
- Vai ser um prazer cuidar dos meu irmãozinhos de coração - olhei nos olhos dela e pude ver o seu alívio - Pode ir trabalhar, eu cuido deles!
Tracy não sabia como agradecer, abriu um sorriso de orelha a orelha. Pegou sua coisas e a chave do carro e foi me agradecendo até fechar a porta do carro, disse que iria me compensar mais tarde por isso, mas eu realmente estava fazendo aquilo de coração. Tracy luta muito para dar o melhor para os filhos, e precisava de ajuda, então eu me ofereci.
Ju ficou braba por não podermos mais sair, então resolveu ir dormir. Era por volta das quatro e meia da tarde, os meninos estavam acordados, o dia estava bonito, então resolvi levá-los pegar um sol na praça gigantesca que tinha a algumas quadras de casa, a praça era tão grande que ocupava um quarteirão todo. Peguei os meninos, coloquei-os no carrinho de gêmeos, que tem dois lugares, peguei uma toalha para poder estender no chão e colocá-los deitados um pouco no sol. O sol não está forte, não seria louca de colocar bebês no sol escaldante, era um sol de fim de tarde.
Peguei a mala que tinha algumas fraldas, coloquei as mamadeiras prontas e parti com os meninos para a praça.
Chegando lá, a praça estava levemente vazia, tinha umas crianças brincando, umas mães conversando enquanto cuidavam de seus filhos, uns senhores fazendo exercício ao ar livre, e mais algumas pessoas sentadas na grama. Resolvi sentar perto de uma árvore, estendi a toalha no chão e coloquei os meninos deitados, sentei ao lado e fiquei olhando para eles, eles eram as coisas mais fofas do mundo.
Eu estava admirando eles quando alguém se aproximou de nós.
- Eu não acredito! - era um garoto, e ele parecia surpreso, olhei para cima mas o sol atrapalhou minha visão, não consegui ver o rosto - Achei que nunca mais ia te ver!
Me levantei rapidamente para conseguir enxergar quem era. Não podia ser. Não era possível. Era o garoto da festa!
Como isso poderia acontecer, achei que nunca mais ia vê-lo, que ele iria ficar só nos meus sonhos. Mas não, ele estava parado na minha frente, e me reconheceu, não sei se fico mais feliz por ele lembrar de mim ou por tê-lo encontrado de novo.
- Eu não acredito, é você mesmo? - olhei para ele sorrindo - Também pensei que nunca mais ia te ver! Como você está? - tentei puxar assunto.
- Eu estou ótimo e você? - ele olho para os meninos deitados na toalha - São seus filhos? - perguntou meio sem jeito, torcendo para eu falar não.
- To bem sim! - dei um riso disfarçado e mexi no cabelo - Não são meus filhos não, são meus irmãos.
- Uau - ele se aliviou - Estou feliz por te ver de novo! - ele sorriu, com aquele sorriso lindo.
- Também estou feliz de te ver! - sorri de volta - Mas o que esta fazendo aqui? Sem querer ser intrometida.
- Eu respondo todas perguntas que quiser, se me prometer que não vai sair correndo sem dizer seu nome! - ele brincou, acho que eu não conseguia esconder a felicidade de reencontrar ele, então dei uma risada baixa - Eu moro aqui perto, só estava passando para ir para casa! E você?
- Não vou fugir, prometo! - me sentei novamente ao lado dos meninos e ele se sentou junto - Trouxe eles para tomar um sol, mas o sol já está indo embora.
- Confesso que fiquei feliz quando disse que eles eram só seus irmãos - ele brincou.
- Sou muito nova para ter filhos, ainda mais dois! - dei risada.
Meu celular tocou. Fiz um sinal de "espera" para o garoto dos meus sonhos, para ver quem era. Era Tracy.
Atendi o celular rapidamente, Tracy me disse que estava em casa, porque seu chefe a liberou mais cedo, então ela poderia cuidar dos meninos, à disse que em quinze minutos eu estaria em casa e devolveria seus filhos, ela riu e agradeceu mais umas mil vezes por ter cuidado dos meninos.
- Preciso ir! - olhei para o garoto com uma dor no coração, queria ficar ali para sempre - a mãe dos meninos ligou, quer os filhos de volta!
- Tudo bem, eu te ajudo! - ele levantou e trouxe o carrinho dos meninos mais perto - posso te fazer companhia ate em casa?
- Moro a três quadras daqui, não se importa? - perguntei.
- Claro que não, você vai estar comigo, poderia ser até oito quadras - ele sorriu e meu coração derreteu, eu queria beija-lo naquele mesmo momento. Ele era tão fofo, e tão lindo.
Coloquei os meninos no carrinho e guardei as coisas, fomos conversando o caminho todo, eu lhe contei que eu e Ju fugimos da festa porque éramos penetras e ele riu, então ele contou que seus pais eram os donos da festa, aquele casal maravilha colocou esse menino perfeito no mundo, como não percebi antes, e disse também que não precisávamos fugir daquele jeito.
Quando chegamos na porta de casa nos despedimos, abri a porta para entrar quando ele falou algo.
- Espera! - me chamou - Você não me disse seu nome...
- Sou Vicky! - sorri.
- Sou Nash, e espero te ver de novo! - ele sorriu de volta.
Nesse momento eu queria correr e agarra-lo, mas eu virei e entrei com os meninos.
---
Deixei os meninos com Tracy e subi correndo para contar tudo a Ju, mas ela estava dormindo, então pulei em cima dela, para acorda-la.
Comecei a contar tudo, e Ju não acreditou no começo, disse que eu estava tão fissurada no menino, que estava sonhando acordada já. Depois de minutos tentando fazê-la acreditar, ela finalmente aceitou que era real, e ainda disse que não era só o garoto que era bonito, o nome dele era lindo também.
Ficamos conversando sobre ele por mais algum tempo, até começarmos a falar sobre a festa de amanhã, era na casa de Hayes, e eu queria estar linda. Então começamos a pensar nas possibilidades de roupas, e depois de experimentar mais de cem possibilidades, resolvemos ir jantar, porque a fome apertou.
Depois de comermos, voltamos para o quarto e ficamos conversando por mais algumas horas na cama, até cairmos no sono.

TräumenOnde histórias criam vida. Descubra agora