47º CAPÍTULO

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Passei o restante da refeição ignorando totalmente a existência de Nash. Estava me irritando só de saber que estava dividindo oxigênio com ele. Mas aquele não era o momento para uma discussão, ou qualquer coisa parecida.
Depois de Matt provar para Izzie que ninguém é capaz de comer mais que ele, fomos embora.
Como não queria olhar para a cara de Nash, pelo menos não no momento, então somente passei em sua casa, peguei minhas coisas e fui para a minha casa.
Ju ficou o restante da tarde com Cam, na praça perto de casa, pelo menos foi onde ela disse que ficariam. Eu resolvi ir para casa porque necessitava descansar.
Chegando em casa não vi Tracy, que provavelmente deveria estar na casa de sua mãe. Fiquei até feliz, por me livrar das perguntas típicas de mãe.
Tomei o banho mais longo e gostoso da minha vida. Deitei na cama e já não me lembro de mais nada. Acordo com o despertador tocando. Já era hora de ir para a escola.
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- Você diz que eu durmo como uma pedra, mas você estava pior que eu ontem... - Ju zombou.
Estávamos sentadas no chão do corredor, perto de nossos armários. Eu ainda estava assustada por ter dormido tanto, e tão pesadamente.
- Você ainda é pior que eu! - me defendi.
- Ok, Ok! - Ju concordou rindo - Mas convenhamos que você estava em um semi cima ontem... Fiz o maior barulho no quarto e você não moveu um músculo.
- Eu estava moída, o final de semana foi intenso, para variar... - suspirei - Mas vamos ao que interessa, contente sobre o Cam! - sorri.
- Não tem o que falar... - ela sorria bobamente.
- Óbvio que tem! - espantei-me - Quero saber de tudo...
- Tudo? - ela ficou sem jeito, a olhei duramente - Ok! Então vamos lá... - suspirou - Cam me tirou da festa daquele jeito doce e gentil, eu queria matá-lo, a princípio. Quando estávamos perto de seu carro, ele me colocou no chão e começou a gritar comigo, eu estava completamente bêbada, a única coisa que eu pensei foi "preciso de álcool", mas ele continuava gritando coisas como "por que esta fazendo isso?" ou "o que pensa que está fazendo?". O fato de eu ignora-lo totalmente, deve tê-lo irritado, pois ele segurou meu rosto, para que eu fixasse o olhar nele, e foi o que eu fiz. Então ele largou a frase que acabou comigo, ele disse "Não consigo ver a garota que eu amo tão perto de mim e ao mesmo tempo tão distante".
- Onw! - a interrompi, para expressar a fofura do momento.
- Bom... - ela sorria, sem conseguir esconder a felicidade - Eu travei totalmente quando ele falou isso, ele continuou falando coisas depois, mas eu nem sequer ouvi. Aquela frase estava cutucando meu coração, minha alma, e fazia meu cérebro latejar. Senti o álcool indo embora, eu estava tentando ficar sóbria, para conseguir conversar com ele. Depois que brigamos, nunca ficamos tão perto e muito menos conversamos. Era sempre um defendendo o seu lado, sem tentar entender o do outro. Mas tudo bem, isso não vem ao caso... A única coisa que consegui falar foi "você me ama?". - ela riu, como se lembrasse do momento - Ele parou de falar, como se não estivesse entendendo, então eu repeti "você me ama?" e ele gaguejou quando respondeu "é cla-claro que sim" - imitou e rimos - Mas como não estou em um filme de romance adolescente, antes dele conseguir falar qualquer coisa, vomitei em seu tênis!
- Não acredito! - comecei a rir alto.
- Acredite... - Ju estava rindo muito - Assim que vomitei em seu tênis, só o ouvi dizendo "estava perfeito demais". Depois disso lembro de partes só. Eu estava no carro dele, depois estava na porta de sua casa. Então estava na cozinha, tomando litros e litros de água. Sua avó apareceu, eu quis me enterrar, de tanta vergonha. Cameron me deu banho, colocou uma de suas roupas,  depois me deitou em sua cama e eu apaguei.
- Só isso? - perguntei.
- Calma moça... - ela riu - Acordei em menos de uma hora. Cam estava na cozinha com sua avó, tomando chá. Não faço a menor ideia de que horas eram aquilo, mas quando apareci na porta da cozinha, Cam sorriu para mim, carinhosamente, e o que me passou a cabeça foi "preciso beijá-lo". Ficamos na cozinha, conversando, por alguns instantes, então a avó de Cam foi dormir e me deixou sozinha com ele. Ficou um clima tenso, porque eu estava totalmente sem jeito. E eu estava de cueca e sem sutiã. Estava muito estranho. Pensei que era um sonho. Mas então ele começou a falar, perguntou se eu estava bem, o que eu lembrava e essas coisas. Eu o olhei, e só falei "você me ama?". Ele sorriu, com o sorriso mais lindo do mundo, e meu coração derreteu. - Ju sorriu de olhos fechados, lembrando do momento - Então ele disse "te amo, como nunca amei ninguém!". Eu me aproximei dele, que estava sentado em uma cadeira da mesa de jantar, passei minha perna sobre seu colo e sentei-me de frente para ele, esqueci tudo ao redor. Comecei a beija-lo, e a cada toque de sua mão em meu corpo, me fazia estremecer de prazer. Ele levantou, comigo em seu colo, e eu quis tirar minha roupa. Desci do seu colo e pedi para irmos para o quarto.  Ele me pegou no colo, igual um marido, na lua de mel, e em segundos estávamos no sei quarto, deitados na sua cama, nus. - ela riu, depois de falar a palavra "nus" - Antes de começarmos a fazer o que estávamos loucos para fazer, eu estava por cima e ele por baixo, beijei seus lábio, que por sinal são lindos, e disse a frase. "Eu te amo, Cameron!". - ela sorria, como uma criança, quando ganha doce - O resto você já sabe, né?
- Eu só quero dizer... - dei uma pausa - Puta que pariu! - quase gritei de emoção, mas me contive, porque estávamos no corredor da escola.
- Eu sei que quer que eu fale todos os detalhes, mas vou te poupar deles... - ela ria - Agora me conte o que queria contar... Por que Matt e Izzie estavam tão colados?
- Você não vai acreditar... - fui interrompida pelo sinal da escola, soando, em sinal de que a próxima aula iria começar - Droga, não posso perder essa aula... Te conto em casa!
- Ah não, você sabe como eu sou... - Ju fez cara de choro.
- Aguente a curiosidade! - ri, enquanto levantava é em seguida ajudei Ju a levantar - Logo a aula acaba, e te conto tudo.
- Se eu não morrer de curiosidade até lá, ficarei feliz! - ela brincou.
Nos despedimos e seguimos sentidos diferentes pelos corredores.

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