49º CAPÍTULO

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Saber que a relação de Izzie e Matt só melhora, me deixa muito feliz. Querendo ou não eles combinam muito. Izzie sofreu e ainda sofre de falta de amor e carinho, Matt tem tudo isso e muito mais para oferecer a ela, basta ela querer. E no caso, ela quer muito.
Ficar em casa numa sexta-feira a noite é de acabar com qualquer pessoa. Ainda mais depois de uma semana cansativa de aula. As provas estavam chegando, então as aulas estavam ficando cada vez mais difíceis.
Ju saiu com Cameron, não a culpo de querer curti-lo um pouco, sozinha. Izzie foi jantar na casa de Matt. Até onde eu sei, Matt está fazendo de tudo para conquistar Izzie, assim decidiu apresentá-la a família, como uma amiga, porque ela pediu para não a apresentar como nada mais que isso. Ele concordou, mas tenho certeza de que amanhã ouvirei histórias de Izzie, falando o quando Matt a deixou sem jeito.
Como eu e Nash ainda não estávamos nos falando, fiquei em casa, com as minhas séries, que precisavam ser postas em dia. Até Tracy e os gêmeos saíram, e eu não.
O que me sobrou, foi colocar o sono em dia, porque sábado, as meninas prometeram, que iríamos sair, nem que fosse para uma noite de meninas.
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- Você vai sair com o Cam de novo? - gritei do quarto, para Ju que estava no banheiro.
- Não! - ela gritou de volta, saindo do banheiro nua, enxugando o cabelo com uma toalha - Vamos pra casa do Nash, fazer uma noite de pizza, pelo que sei...
- Que legal... - fiz cara de cu - Nash não me falou nada! - sorri cinicamente.
- Vocês ainda estão brigados? - Ju perguntou rindo - Que amorzinho!
- Não briguei com ele, ele brigou comigo... É diferente! - bufei.
- Vocês são ridículos, sabia? - Ju ria da minha cara.
- Mas eu não fiz nada, ele está sendo infantil, me ignorou todos os dias que fui na casa dele ver Izzie... - expliquei.
- Ok, só ele é infantil... - Ju começou a se vestir - Vou me trocar e encontrar o Cam, você quer ir com nós, ou te encontro no Nash?
- Que pergunta ridícula! - comecei a rir - Óbvio que não vou com vocês, não estou afim de beijo triplo... Aproveite seu namorado, já que o meu está me ignorando!
- Você que sabe... - Ju riu - Eu ia amar um beijo triplo.
- Sua nojenta! - fiz cara de vomito - Não te beijaria por nada no mundo...
- Como não? - Ju fez cara de espanto de brincadeira - Olha para mim, sério que não me beijaria?
- Óbvio que beijaria, só tenho que enganar meu lado heterossexual! - fiz a louca.
Ficamos rindo por muito tempo disso. Então Ju saiu as pressas para encontrar Cam, que já estava ligando desesperado.
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Já estava na casa de Nash a algumas boas duas horas, ele não falou comigo em nem um instante. Izzie me recebeu na porta, já que estava praticamente morando ali.
Praticamente fiquei sozinha, porque ela estava com Matt, fazendo diversas competições bestas, inclusive competição de arroto, que era, a que eles mais gostavam.
Nash ficou no quarto, bem sequer desceu para me dar um mero "oi". E Hayes... Sabe-se lá o que Hayes estava fazendo da vida. Não esbarrei com ele na escola a semana toda,a não ser pelas aulas juntos.
Eu já havia me esquecido, não era mais dupla dele em nenhuma aula.
Ele, aparentemente, pediu para mudar se dupla, por motivos ainda desconhecidos, segundo o professor.
Eu já estava me integrando ao sofá, de tanto tédio e de tanta raiva, quando ouvi a porta da sala de abrindo. O sorriso no rosto foi inevitável, achei que era Ju e Cam, que a noite ia começar a ficar interessante, e me deparo com Hayes entrando.
Ele não estava sorrindo, nem com a cara fechada, simplesmente, quando meu viu, foi indiferente. Passou reto para a cozinha, mas antes jogou sua mochila aos pés da escada.
Pensei em segundos, ficar ali com Matt e Izzie, ou ir atrás de uma pessoa que está fazendo muita falta na minha vida. Então levantei, e o segui.
- Oi. - falei baixo, quase que não se ouviu, para anunciar minha entrada na cozinha.
Hayes não respondeu, somente sentou em uma das banquetas, com uma lata de cerveja na mão.
- Posso? - perguntei, apontando para a banqueta ao seu lado.
Ele coincidiu com a cabeça, mas não reproduziu nenhum som.
- Você vai continuar me evitando? - perguntei, com dor no coração.
- Vou! - ele respondeu, coisa que eu não esperava.
- Por que? - aproveitei a brecha.
- Quer que eu diga os motivos em ordem alfabética, ou comece do pior para o menos ruim? - ele foi sarcástico.
- Não tem sentido Hayes, você quer jogar nossa amizade no lixo, por uma coisa besta? - quis chorar.
- Você jogou nossa amizade fora, quando escolheu Nash! - ele foi duro.
- Eu gosto dele, não mandamos no coração... - respirei fundo para conter as lágrimas, porque se uma conseguisse escapar, não controlaria as outras - Você preferiria que eu mentisse para você? Que te escolhesse por pena? Fazer três pessoas sofrerem, sem motivo algum?
Hayes ficou quieto, de cabeça baixa. Mas sei que minhas palavras pesaram em sua mente, pois o conhecia bem o suficiente para saber quando algo lhe incomodava. Então continuei.
- Hayes, eu gosto de você... Você foi meu primeiro e melhor amigo, desde quando cheguei! - fiz uma pausa para ver se ele falaria algo - Eu sei que errei, te peço perdão por isso... Errei em ter deixado chegar tão longe, em não ter percebido o rumo que as coisas estavam tomando, não queria que chegasse ao ponto de ter que escolher entre um dos dois... Hayes, eu te amo, não do modo que você esperava, mas eu te amo!
Esperei alguns segundos, que pareceram horas, naquele silêncio. Ele não reagiu a nada que falei, então senti que era a hora de levantar e ir embora.
Peguei toda minha alma cagada e fui me levantar. Hayes segurou minha mão, para impedir minha ida.
- Olha Vicky, eu entendo tudo que você falou, vou demorar muito tempo para aceitar tudo isso, mas eu não consigo ficar longe de você, eu tentei, tentei mesmo, mas tudo que eu faço, penso, imagino, me leva direto a você! - Hayes pareceu despejar um caminhão de emoções - Eu te amo, do jeito que você não queria, e que eu esperava ser recíproco, mas como não é, eu preciso aceitar e seguir em frente. Porém, não consigo ficar longe de você, eu quero que nossa amizade continue, você é muito importante para mim, eu só não consigo se tão rápido... Eu preciso de um tempo para me acostumar com a ideia de que a garota que eu amo namora meu irmão...
- Uau... - foi minha reação.
Fiquei em silêncio, só tentando digerir aquilo tudo.
- Você ama falar, agora fala alguma coisa, não me deixe sem jeito... - Hayes sorriu.
Aquele sorriso me derreteu e me fez lembrar o motivo de amá-lo.
- Hayes, posso te abraçar? - eu precisava daquilo.
Eu sorriu, agora com os olhos, então eu pulei nos seus braços. Foi o abraço mais demorado e mais aconchegante que eu já tive. Senti nossos corpos se amando. Eu amava aquele garoto, e queria realmente amá-lo do jeito que ele me ama, mas não mando no meu coração, e ele pertence a Nash.
- Obrigada! - não contive algumas lágrimas, que acabaram escorrendo.
Depois de toda melação, todo o perdão e todo o amor envolvido, fiquei conversando com Hayes sobre tudo que aconteceu.
Contamos fatos engraçados aos nossos olhos, o que obtiveram muitas risadas.
E no momento em que eu pensei que nada podia dar errado, eis que aparece Nash. No momento exato em que eu estava rindo de uma história besta que Hayes contou, Nash apareceu na cozinha.
Certamente ele brotou do rejunte do piso, pois não o vi chegar.
- Aparentemente, estão se divertindo... - Nash sorriu.
- Nós conversamos e... - tentei contar a novidade.
- Não quero saber! - Nash me interrompeu, grosseiramente.
- Cara, não fala assim com ela... - Hayes me defender.
- Cale a boca você também! - Nash o interrompeu também, dessa vez com muita fúria.
- O que está acontecendo com você? - perguntei, abismada.
- O que está acontecendo comigo? - Nash gritara - Você é tão infantil e tão ridícula que usa o meu irmão pra me atingir. E vem me perguntar o que está acontecendo comigo?
- Pare de gritar! - falei duramente - Primeiro de tudo, não estou usando seu irmão para nada, nós somos amigos. E segundo, você é que é infantil, por ter me ignorado a semana toda, e por achar que pode cobrar alguma coisa, ou até mesmo mandar em mim, dizer com quem posso ou não falar.
- Eu sou seu namorado! - Nash falou em um tom machista e gritando.
- Você é meu namorado, não meu pai! - gritei.
- Quer saber... - Nash coçou o nariz, ele parecia estar alcoolizado, e parecia ter chorado, pois seus olhos estavam vermelhos - Acabou!
- Vai ser assim? - perguntei - Então vá se danar.
Levantei da banqueta, com tanta raiva, que pensei que derrubaria-a. Sai da cozinha batendo pé.
- Vicky, volta aqui! - Nash me chamou, e tentou me segurar, mas desviei de sua mão e o ignorei.
- Izzie, avise Ju que já estou em casa, se precisar de mim me liga! - abri a porta da casa e sai.
Nash veio atrás.
- Vicky, eu não quis falar aquilo... - ele tentou consertar o erro.
- Eu não ligo! - gritei - Vá de ferrar.
- Vicky, por favor... - Nash baixara o tom.
- Me deixa em paz, garoto! - continuei andando, ignorando totalmente a pessoa me seguindo.
Eu e Nash não costumávamos brigar, normalmente éramos imparciais. Mas ele passou dos limites falando aquilo. Eu nunca usaria Hayes para joguinhos de ciúmes.
Quer saber, eu realmente cansei.

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