40º CAPÍTULO

24 4 0
                                    

Senti meu mundo girar, assim que levantei da cama rapidamente. Ouvi Cam rindo, quando cambaleei pro lado, percebi que estava bêbada quando ri de ter caído no chão, de bunda.
- Você está bem? - Cam perguntou enquanto me levantava do chão.
- Eu estou ótima, se tem uma coisa que eu estou, essa coisa é ótima! - respondi, rindo muito.
É engraçado o quanto perdemos o domino do nosso corpo quando o álcool entra no organismo.
Cam tentava me levantar e eu não conseguia ajudá-lo. Sentia como se houvesse vários tijolos amarrados em minha cintura, me impedindo de levantar, pelo peso.
Não bebi muito, se não me engano, foram minhas três garrafas e mais uma do Cam, pois ele não quis. Sempre fui fraca para bebida, então ficar tonta e cambalear não me impressionou.
Na minha mente passavam pensamentos que não faziam sentido nenhum, quando percebi já estava sentada na cama de novo e Cam estava me segurado para eu não cair. Apoiei minha cabeça em seu ombro, pois ela ficou pesada demais. Comecei a pensar coisas sem nexo algum.
- Eu estou tão puta, mas tão puta, que eu queria bater na cara no Nash! - tentei levantar minha cabeça do ombro de Cam, mas foi impossível.
- Vicky - Cam começou a rir, e me ajudou a levantar o rosto - Você vai ficar bem, só precisa deitar um pouco...
- Não! - arregalei os olhos - Preciso de um bei...
Não foi uma coisa que eu quis, quando percebi, já havia beijado Cam, e era tarde demais. Porém, não foi um beijo de filme pornô, foi uma encostada de boca, e ele logo me afastou de si.
Então ouvi alguém abrindo a porta, e para minha sorte, Cam já havia de afastado de mim. Só estava me segurando para eu não cair.
- Ãh... - era a voz de Izzie - Nash esta chamando vocês.
- Diga a ele que já estamos descendo! - Cam respondeu e logo ouvi a porta se fechar.
Eu havia implorado para Cam descer comigo antes, e foi só Izzie falar isso e ele resolve descer correndo. Essa garota já estava me irritando.
- Eu odeio essa garota! - falei enrolando a língua e caindo em Cam - Quero que ela vá embora!
- Vicky - Cam começou a rir - Você está péssima... Venha!
Ele tentou me fazer caminhar, ao meu ver eu havia caminhado uma maratona, mas ao ver dele eu não dei um passo.
- Está difícil assim... - Cam parou em minha frente.
Meus olhos embaçaram e eu mal pude vê-lo em minha frente. Senti seus braços em volta de mim. Quando percebi o que estava acontecendo, eu estava no colo de Cam, já descendo as escadas.
O barulho na casa estava me deixando louca. Minha cabeça estava explodindo.
- Acho que alguém está mal... - ouvi a voz de Ju.
- Nossa... - agora, era a voz de Nash, e ele estava decepcionado, só pelo seu tom pude perceber.
- Eu to bem gente... - falei enrolando a língua, não consegui controla-la - Me põe nos chão, Cam!
- Você que manda! - Cam riu e em segundos eu estava em pé.
E em menos de um segundo eu estava perdendo o equilíbrio, e me segurando em Cam.
Vi Nash se afastar e ir para a cozinha. Para variar, Izzie estava lá com ele. Ju olhou para mim rindo e quando olhou Cam, o sorriso em seu rosto sumiu. Ela se afastou e me deixou lá com ele, que amiga é essa?
- Venha... - Cam me segurou e me ajudou a caminhar - Deite aqui!
Deitei no sofá, desse momento em diante, não me lembro de mais nada.
---
Acordei com a risada de Matt, ecoando em meus ouvidos. O som chagava e chacoalhava meu cérebro. Tentei abrir os olhos, porém a luz me impediu de fazer isso.
Levantei, ainda meio tonta. Precisava tomar água, minha boca estava tão seca, que minha saliva estava parecendo farofa.
Matt e Ju estavam no sofá, ainda jogando. Não vi Nash nem Izzie, o que já me fez ficar irritada, porém me acalmei na mesma hora, pois minha cabeça latejou de dor.
Notei alguém segurar meu braço com força, não havia percebido que estava caindo.
- Você está bem? - Cam perguntou sorrindo para mim.
Percebi o quanto o sorriso de Cam era lindo, só agora. E agora eu entendo o porque Ju era louca por ele. Cam era lindo, legal, um príncipe.
- To sim... - respondi - Ai! - gemi de dor e coloquei a mão na cabeça.
- O nome disso é ressaca! - Cam riu - Você é fraca para esse tipo de coisa...
- Sou! - sorri, com a mão na cabeça - Preciso de água... - me desapoiei de Cam e andei até a cozinha.
- Precisa de ajuda? - Cam de ofereceu.
- Obrigada Cam, pode deixar que eu me viro... - sorri para ele - Você já fez muitas coisas por mim, só hoje!
Ele sorriu de volta e entrei na cozinha.
Só vi Nash sentado, no mesmo banco que ele estava antes de eu subir para ficar com Cam.
Nash estava fitando uma garrafa de cerveja, com um olhar de decepção. Eu só não entendi o motivo daquele olhar, ele já havia me visto beber, só não havia me visto bêbada. Errar é humano, sei que errei de ter bebido e ficado bem doida, mas não é motivo daquele olhar. Se é que ele é por meu motivo.
- Nash... - chamei sua atenção.
Ele me olhou, e seu olhar de decepção só aumentou. Me aproximei dele e puxei um banco para mim. Sentei ao seu lado e a princípio não soube o que falar.
- O que aconteceu? - perguntei, mas tinha certeza de saber o que estava acontecendo.
- Nada! - ele foi grosso e seco.
- Então me beija... - o testei e ele me olhou com desgosto - Viu como aconteceu alguma coisa?! Se não tivesse problema nenhum, você me beijaria...
- Que besteira! - ele voltou a olhar a cerveja.
- Então me beije! - fui mais dura.
- Não quero! - ele foi duro e grosso, o que me deixou muito triste.
Onde estava o garoto fofo e preocupado comigo que eu conheço?
Levantei do seu lado e fui até a geladeira pegar água, peguei uma garrafinha que estava ma porta e dei um gole.
- Estou atrapalhando algo? - ouvi a voz de Izzie vindo da porta.
Acho que até ela, percebeu o clima que ficou entre nós dois.
- Está! - falei baixo e Nash falou "não" mais alto.
Izzie entrou e não consegui nem controlar minha cara de nojo. Resolvi que sair dali seria o melhor a fazer.
- Onde você vai? - Nash perguntou, antes de eu sair da cozinha.
- Sair daqui! - fui grossa.
- Por que? - ele se indignou com minha grosseria, o que fez eu me
indignar com sua reação.
- Para te deixar sozinha com sua amiga! - sorri.
- Vicky... - Nash me olhou confuso e lhe dei as costas.
Não queria ouvir Nash com seu drama. Na verdade eu não queria ouvir nada, só queria dormir. Minha cabeça estava explodindo, e eu estava sem paciência.
- Vicky! - Nash me segurou pelo braço, quando eu ia subir as escadas - Podemos conversar?
- Agora você quer conversar? - me irritei.
Nash me olhou duramente, o que me fez revirar os olhos.
- Sobe! - pedi - Ninguém precisa ouvir nossas discussão...
Dei as costas e comecei a subir as escadas, ele veio logo atrás. Não olhei para ninguém que estava na sala, mas percebi que eles pararam para olhar, pois o silêncio tomou o lugar.
Entrei no escritório, mas não sei porque entrei lá. Alguma coisa, no meu subconsciente me impediu de entrar no quarto de Nash.
- Comece a falar... - disse, já apoiada na parede perto da porta.
- Dizer o que? - ele riu, enquanto sentava na cadeira.
- Você disse que queria conversar... - revirei os olhos, não estava para gracinha - Fale o que tem para falar, diz logo o que esta acontecendo!
- Você quer ouvir o que? - ele levantou e veio para perto de mim muito rápido - Que eu fiquei com ciúmes de você me deixar sozinho para ficar com Cam?
- Sim! - respondi, quando Nash já estava muito perto de mim - Não te deixei sozinho, você ficou com sua nova melhor amiga!
- Está me dizendo que esta com ciúmes da sua própria irmã? - Nash sorriu, sua boca estava muito perto da minha.
Não consegui controlar o calor que tomou conta do meu corpo. Minha vontade era de beijá-lo, até fazer-lhe tirar a roupa. Mas eu estava braba com ele ainda, não podia ceder assim. Não tão facilmente.
- Eu não disse isso! - desviei e sai de perto, antes que eu perdesse o controle.
- Então o que você disse? - ele sorriu e tornou a sentar na cadeira.
- Exatamente o que você ouviu! - olhei-o seriamente.
Tentei fazer a conversar ficar seria, mas o calor em meu corpo aumentava a cada sorriso que ele me lançava.
- O que está acontecendo com nós? - ele já não sorria mais, parecia estar triste.
- Para falar a verdade... - senti a onda de tristeza - Não faço a menor ideia.
Nash se apoio para trás, encostando as costas no encosto da cadeira e sorriu para mim novamente, mas foi um sorriso de afeto, não um sorriso malicioso.
Não sei o que vi naquele sorriso, muito menos o que senti, mas meu desejo por ele aumentou tanto, que ficou incontornável.
Me direcionei até a cadeira, sentei de frente para ele e comecei a beija-lo. O calor do meu corpo era tanto, que eu já estava ofegante e tentando tirar sua blusa. Puxei ela rapidamente e depois tirei a minha, sem a ajuda dele. Abri o botão da calça de Nash, e coloquei a mão por dentro de sua cueca. Para minha surpresa, seu pênis já estava duro como pedra. Pensei que só eu estava sentido aquele calor.
As coisas começaram a ficar cada vez mais quentes, eu senti o mesmo desejo que senti na nossa primeira vez. Queria senti-lo dentro de mim.
Quando pensei que as coisas só iriam melhorar entre nós, dali pra frente, ouvi a porta se abrindo.
Dei um pulo do colo de Nash. Peguei minha blusa que estava no chão e tentei tapar ao máximo meu corpo. Ele colocou o pênis para dentro da calça o mais rápido que conseguiu, a única coisa que não seria capaz de esconder, era sua ereção. Estava visível.
Quando olhei para porta, não pude acreditar no que estava vendo. Não podia ser verdade. Estava passando dos limites já. Izzie estava parada lá, com a maior cara de tacho, como se devêssemos alguma explicação a ela.
Nash ficou todo sem jeito, senti que ele queria enterrar a cara em um buraco. O que me deixou mais irritada ainda. O fogo do prazer deu lugar ao fogo da raiva.
- Para mim já chega! - sai do escritório com a blusa na mão, e com o meu relacionamento e do Nash destruído.

TräumenOnde histórias criam vida. Descubra agora