26º CAPÍTULO

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Nash e eu fomos dormir por volta das sete da manhã, depois do sexo mais perfeito que já tive, fomos para a cozinha, comer, a fome estava nos matando. Descemos só com roupa intima, não havia ninguém na casa mesmo, então eu estava livre para andar só de sutiã e calcinha por aí, e ele podia ficar nu, eu não me importaria, mas ele colocou a cueca, disse que ficaria sem jeito se eu ficasse encarando o carinha dele.
Comemos algumas bolachas e porcarias que achei pelos armários, fiz chá de maçã, porque não vivo sem. Depois de comermos, pensei que teria que dormir na sala, comi muito, engordei uns trezentos quilos em uma única refeição.
Brinquei com Nash que não conseguiria subir as escadas e ele me carregou de cavalinho nas costas. Zombou de meus ossos pesados, porque sabe que fico irada quando me chama de gorda.
Chegando no quarto, achei que iria rolar um segundo round, mas estávamos cansados, primeiro round foi puxado, deitamos na cama e não demorou quase nada para dormirmos, não deitamos de "conchinha", porque era desconfortável, eu era tão espaçosa na cama quanto ele, então rolou uma luta pela cama, enquanto estávamos dormindo.
Eu estava em um sonho perfeito, não sei o que estava sonhando, só sei que foi bom, é aquela sensação de sonho perfeito, mas você não lembra absolutamente nada do que de passou. Fui puxada de meu sonho para a vida real quando meu celular tocou. Não me lembrava nem de tê-lo trazido para o quarto, achá-lo iria ser uma batalha.
Não queria levantar para procurar o celular, então deixei cair na caixa de mensagem. Quando começou a tocar de novo, desejei que a pessoa que estava me ligando caísse e quebrasse dois dentes.
- Nash, vai atende... - falei com voz de sono e empurrei Nash para fora da cama.
- Ah, vai caga... - ele resmungou - Celular é seu!
- Cavalheirismo passou longe... - levantei da cama, lutando contra o sono.
- Olha, não sei que livro de cavalheirismo você leu, mas o que eu li não consta "atender o celular da amada, quando ela mandar" - brincou.
- Você é idiota, porque eu fico com você mesmo? - retruquei.
- Porque eu sou irresistível, perfeito, gato, maravilhoso... São inúmeros adjetivos! - começamos a rir - Agora atende esse celular, pelo amor de Deus, não aguento mais ouvi-lo tocar...
- Calma, não sei onde ele está... - comecei a procurar pelo quarto - Achei! - estava em baixo da cama, como ele foi parar lá? Não faço a menos idéia.
Tinha umas quatro ligações perdidas de Ju, junto com umas quinhentas mensagens dela. O telefone começou a tocar antes de eu conseguir desbloquear, era ela.
- Oi amiga... - falei com voz de sono e voltei para a cama.
- Oi? Oi? - ela estava extremamente irritada - Caralho Vicky, você tinha que estar aqui a uma hora atrás! - ela estava gritando muito, não estava entendendo o que ela queria - Sabe que horas são? - desencostei o celular da orelha para ver.
- São três horas... - falei, mas logo cai na real - Caralho, são três horas! - pulei da cama.
- Sim querida, você está super atrasada, pela sua sorte Cam veio comigo, fez seu trabalho... - ela parou de gritar, mas estava muito braba.
- Ele está aí? Coloca no viva voz. - eu estava correndo pelo quarto pegando minhas coisas pro jogo e colocando dentro da primeira mochila que eu vi - Cameron, você é o melhor, já te amo muito! - gritei depois que Ju colocou no viva voz - Vou me vestir, conta vinte minutos e eu estou aí, se passar disso você pode me bater!
- Ok, corre! Falei pro treinador que você estava no banheiro, com diarréia... - Ju começou a rir.
- Julie, vai se ferrar! - desliguei o telefone e corri para o banheiro, escovar os dentes.
Sai com a boca cheia de espuma do banheiro, peguei um short, que estava em cima, na pilha de short, voltei para o banheiro para cuspir a espuma e enxaguar a boca. Voltei para o quarto com o short já no corpo.
- Vamos Nash! - chamei - Preciso ir, você tem que ir embora...
- Ir para onde? - deu uma gemida em forma de pergunta.
- Para o jogo! - o chacoalhei na cama - Você precisa levantar, vamos...
Procurei a camisa do time por toda a parte, eu não estava achando em lugar nenhum. Nash levantou da cama e foi usar o banheiro, ele começou a urinar de porta aberta. Comecei a rir muito e ele perguntou o por quê.
- Intimidade é uma bosta! - zombei.
- A gente transou já, não existe mais algo que não podemos fazer um na frente do outro... - Nash se aproximou de mim e me beijou - Sei cada pinta do seu corpo, então não reclame.
- Ok! Não reclamarei... - joguei a sua blusa - Cade a droga da camisa do time? - perguntei a mim mesma, só que alto.
- Serve aquela? - Nash apontou para uma pilha de roupas que eu havia acabado de fazer.
- Serve... - respondi - Você é o melhor! - dei um beijo nele.
Depois de nos vestirmos sai correndo de casa. Nash foi para a dele e disse que ia se trocar e depois apareceria no jogo.
A minha sorte é que o ônibus que passa perto da escola, passa no ponto o tempo todo. Não demoraria muito para eu chegar.
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- Cheguei vadia! - gritei em comemoração, quando entrei no vestiário e vi Ju - Onde está Cam?
- Dispensei ele, se o treinador o visse, nós duas estaríamos ferradas! - Ju não estava tão animada, na verdade estava com cara de noite mal dormida.
- O que aconteceu? Você está péssima! - me aproximei de Ju e diminui o tom de animação.
- Aconteceu tudo! - ela se virou para mim, mas ela não estava triste, estava muito feliz, porém com sono - Foi a melhor noite da minha vida... Não sei expressar em palavras!
- Como assim? - assustei-me - Me conta tudo...
- Vou começar do início... - ela me puxou e sentamos no banco que estava próximo a nós - Quando sai com Cam, achei que iríamos fazer um programa bem bostinha, que ele me levaria a alguma festa, iríamos nos pegar muito e depois eu iria para casa... - ela fez cara de nojo, para zombar - Mas, ele superou tudo que eu podia imaginar! - seus olhos brilharam só de lembrar - Depois que ele me pegou lá em casa, ele perguntou "italiana ou japonesa?", eu olhei pra ele sem entender, achei que ele estava doente, aí ele completou "qual comida você prefere?", aí eu respirei fundo e disse italiana, ele me levou em um restaurante perfeito, eu até achei que a roupa que eu estava na tinha nada haver com a ocasião, meu vestido não estava adequado com o local, só tinha casal vestido super bem, acho que o único casal jovem lá, éramos nós dois, o recepcionista até se assustou quando nos viu entrar, enfim, não vou detalhar o jantar, só vou dizer que conheci um Cameron que eu não conhecia, e que foi perfeito. Depois do jantar, pensei que ele me levaria para casa, mas ele propôs irmos para um motel, mas eu não gosto de motel, você sabe disso, acho nojento, um monte de gente já transou na mesma cama que eu iria transar. Então eu disse para irmos para outro lugar, aí ele disse que podíamos ir para a casa dele, desde que não acordássemos sua avó. Eu disse que não ia fazer barulho, então ele começou a me contar sobre sua família, me contou sobre seus pais, sobre seus avós, e eu me senti especial, porque ele me disse que nunca falou isso para ninguém, além de Nash que cresceu com ele. Quando chegamos na sua casa, tiramos os sapatos para na fazer barulho, a casa estava escura, só a luz da cozinha estava acesa. A casa dele é razoavelmente grande, para duas pessoas ela é grande, tinha dois andares. No primeiro ficam duas salas e a cozinha. Em cima ficam os três quartos. As escadas ficam ao lado da porta da cozinha, subi na frente de Cam, quando ele passou pela porta da cozinha parou, me puxou pela mão, para descer as escadas de volta. Sua Vó estava sentada em uma cadeira que balança, tomando água. Ele se aproximou dela e perguntou o que ela estava fazendo, aí ela disse que estava esperando ele chegar, quando ela me vou disse que esperou a vida toda para conhecer uma namorada do Cam. Eu fiquei totalmente sem jeito, fiquei feliz pra caramba, não consegui nem esconder, ele nunca havia trazido ninguém aqui, e me escolheu para sua Vó conhecer. Ficamos um tempo conversando, aí deu meia noite e ele disse que era pra ela dormir, ela disse que ele estava invertendo os papéis, que ela cuidava dele, não ele dela, aí eles brincaram um pouco, e o Cam foi muito fofo com ela, deu para ver em seu rosto o amor que ele senti por ela, enquanto ele colocava ela na cama, eu te liguei para avisar que ia dormir lá! - Ju deu um fim na fala, para me deixar curiosa, porque eu queria saber o resto, o que aconteceu depois.
- Aí... - fiz sinal com as mãos para ela prosseguir.
- Sabia que você iria querer saber o resto... - ela riu - Bom, depois ele veio para o quarto, começamos a nos beijar, ficou quente demais o quarto, aí eu tirei a roupa né, não estava aguentando de calor! - começamos a rir - Bom, o resto você já sabe... - ela me olhou com cara de tarada - Você trouxe minha roupa?
- Trouxe sim! - comecei a tirar as coisas da bolsa.
- Meu senhor, eu te amo Vicky! - Ju vibrou.
- O que? Por que? - me assustei.
- Você trouxe minha bolsa! - ela abraçou a bolsa.
- Nem vi que era a sua, peguei a primeira que vi, estava correndo e tentando tirar o Nash da cama... - tentei explicar mas Ju me interrompeu.
- Oi? Para tudo! - ela se assustou - Nash? Na cama? Acho que você tem muito que me contar...
- A noite foi longa... - dei um olhar para ela e ela entendeu.
- Tudo bem, me conta depois, temos coisas a fazer agora... - Ju levantou e começou a tirar o vestido - Pegue minha maquiagem no bolso da frente, você precisa me ajudar a esconder isso - quando Ju tirou o vestido, o mesmo que ela havia saído com Cam ontem, o vestido era aberto nas costas, então não se usava sutiã, ficou só de calcinha, vi seu corpo todo marcado - Minha noite foi tensa!
- Meu Deus! - me espantei - Cam te bateu? - zombei.
- Não, ele me chupou! - começamos a rir - Ele se empolgou, mas como eu estava extremamente excitada, não pedi para ele parar, mas ele não marcou o pescoço, só a barriga e meus peitos, então pega essa maquiagem e começa a tapar isso!
- Ok, deixa pra mim! - peguei a maquiagem e comecei a apagar tudo, não demorou muito tempo, e não aparecia mais nada.
- Você é Deus, Vicky! - ela me agradeceu e vibramos juntas, mas não nos abraçamos para a maquiagem não ficar em minha roupa - Ouviu isso? - ouvimos um barulho vindo de trás dos armários - Me passa minha roupa! - entreguei a mini blusa do uniforme da Ju e a sua saia, ela colocou tão rápido que nem vi.
- Quem está aí? - perguntei alto.
- Olá vadias! - May apareceu de trás dos armários - Como está a vida inútil de vocês? - antes de eu conseguir responder ela me interrompeu - Não responde, não quero saber...
- O que você quer sua vaca? - Ju se exaltou.
- Nada! - May riu - Nada... - saiu andando e ouvi a porta do vestiário abrindo e logo em seguida se fechando.
- Eu odeio essa puta! - Ju ficava irritada só de saber que May estava viva, e eu a entendia, eu odiava May também, ela nos importunava por tudo e qualquer coisa, e eu não entendia o porque.
- Relaxa Ju, vamos nos vestir e ir fazer o que temos que fazer. - comecei a tirar a roupa e colocar o uniforme.
Em pouco tempo eu e Ju já estávamos com nossos uniformes, fomos até o vestiário dos meninos, para pegar as tintas vermelhas e encontrar o mascote.
Chegando lá, já ouvimos todos os meninos gritando e assobiando. Hayes veio até nós, nós cumprimentou e voltou para colocar o uniforme, a maioria dos meninos estavam só de cueca. O treinador nos deu um sermão de "não entrem no vestiário enquanto os meus cachorros estiverem no cio" e blá blá blá. Dissemos que só viemos buscar as tintas para pintar o rosto. Ele nos entregou e nos chutou do vestiário. Nos pintamos no corredor mesmo, já que o Josh, que era o mascote, não podia entrar no vestiário feminino e nós não podíamos entrar no vestiário masculino. Pintamos o corpo todo de Josh de vermelho, ele ficou só de cueca e nós ficamos zombando dele e de seu físico. Josh era muito definido, seus músculos eram enormes, ele era lindo, seu cabelo era bem preto e seus olhos bem verdes. Eu e Ju nos perguntávamos, qual deveria ser o defeito de Josh, ele era lindo, perfeito, educado e tímido, só pode que ele tem chulé, uma pessoa não pode ser tão perfeita. Ele não ficava se exibindo pelo seu físico e pela sua aparência, muito pelo contrário, ele era péssimo no futebol, depois de ser rejeitado ele virou o mascote, pelo seu tamanho e porte físico, no começo ele contou que ficava sem jeito com as meninas pintando seu corpo, ele ainda fica, porém aprende a se soltar quando entra em campo, ele se tornava outra pessoa quando estava lá.
Terminamos de pintá-lo e pintamos nossos rostos. A tinta secou rápido, assim que secou ouvi o treinador gritando várias coisas, que pra mim não faziam sentidos nenhum, quando ouvi os jogadores responderam gritando, percebi que era sua forma de incentiva-los, uma forma estranha, mas tudo bem.
Percebi que ia começar. Era hora do show.

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