Apaixonada?

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Fim da aula. Yasmin se encaminhava pro ponto de ônibus, mas eu ofereci carona e ela aceitou. Júlia ia no carro dela com a Babi. Abri a porta pra ela entrar e ela sorriu pelo meu cavalheirismo. Dei partida e fomos em direção a casa dela.

Parei no sinal vermelho e olhei pra ela, para o seu rosto. Ainda mais linda do que antes, sabe aquelas pessoas que ficam mais bonitas a cada minuto que se passa com elas? Yasmin é assim. Eu quero muito beijá-la, estou lutando contra esse impulso agora, e eu não costumo lutar contra meus impulsos por muito tempo.

E eu já venho fazendo isso desde ontem, então ela deve ser de algum modo especial. Diferente. E eu escolhi ficar amiga colorida dela, então ou estamos destinadas a ser amigas pra sempre e se pegar de vez em quando, ou uma vai se apaixonar e se machucar na história.

Provavelmente ela, é meio previsível. E eu não poderia evitar que ela se apaixonasse.

E nem podia evitar sentir vontade daquela mulher, basta olhar duas vezes.

- Congelou aí Mari? O sinal abriu já. – me salvando da minha mente louca, muito obrigada. Continuei o caminho.

- Desculpa baby, eu viajei legal aqui.

- Percebi. Algo importante? – Não sei, você é importante?

- Não sei ainda. Na verdade eu estava olhando pra você nos primeiros segundos, depois nem sei mais o que aconteceu aqui. – pelo jeito, além de tudo, eu estou sem filtro entre pensamento e fala. Agora ela vai me achar uma louca, grata cérebro.

- Eu te fiz viajar? – eu fiz meio que uma careta e concordei com a cabeça enquanto dirigia, ela riu alto – Você tem olhos detectores de mentiras, eu tenho olhos que dão onda, cada uma com seu poder. – ok, ela também é a maior maluca, somos um casalzão da porra.

- Pode até ser. Ou é só a minha loucura tomando conta. – nisso, eu cheguei em sua porta. – Tá entregue.

- Obrigada Mari. – me deu um beijo na bochecha. Puxei ela pela nuca e devolvi o beijo. Na boca, porque lerda pra essas coisas é tudo o que eu não sou.

Yasmin se surpreendeu por um segundo e correspondeu com avidez, o beijo aumentou de intensidade tão rápido que eu até me arrepiei. E eu seguiria seu ritmo, mas ela me empurrou levemente e afastou a boca da minha, suspirando antes de virar pro outro lado. Sentei corretamente, me arrependendo de tê-la beijado assim.

- Desculpa, não faço mais. – claro e evidente que eu faria sim, mas ela que me beijaria.

- Ahn, então tá, né Mari... Tchau! – ela saiu do carro praticamente correndo e acenou pra mim antes de entrar em sua casa.

Dei partida no carro e saí dali, pegando fogo da cabeça aos pés. Nem sei como cheguei em casa. Tomei banho e comi qualquer coisa pra depois me jogar na cama e deixar meus pensamentos borbulharem minha cabeça.

Pra onde eles foram?

Direto pra uma baixinha de olhos castanhos que me deixam lerda. Pensei no seu sorriso, nela rindo, no beicinho, e... acabei percebendo que ando pensando demais no quão bonita ela é. Que coisa estranha, era meu terceiro dia com ela, e nos momentos sozinha eu pensava nela? Por que essa porra?

Ah, talvez porque algumas coincidências estavam juntando a gente. E fazia tempo que eu não me dava tão bem com alguém que acabei de conhecer.

Mas se ela ficasse ocupando demais a minha cabeça eu ia ter que descobrir o porquê disso aí.

Decidida, virei pro lado e dormi.

[...]

Acordei e já é noite, onde eu achei tanto sono assim? Primeiros dez segundos de "onde eu estou" "quem eu sou" "que dia é hoje". Seis e meia.

SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora