Parque, ciúme e pizza.

1.5K 73 7
                                    


Fim da tarde de quinta, estava pronta pra sair de casa, iria com Yasmin, Júlia e Babi ao parque de diversões. Elas confirmaram pelo telefone e eu fui busca-las, cada uma em sua casa. Todas no carro e seguimos, rindo e cantando músicas de uns CDs novos que eu tinha comprado. Comprei o da Avril, claro. Gosto dela, não me julgue. Ela embala o meu namoro. Mas as meninas foram contra ouvir. Paciência. No caminho havia um pouco de engarrafamento, mas nada alarmante. Entramos e eu caminhei pelo cascalho direto pra montanha russa. É sempre assim, é mais forte que eu.

A Júlia tem medo de montanha russa. Por essa ninguém esperava. Mas não é receio de ir, é medo mesmo, de paralisar. Depois de muitos anos tentando força-la a ir sem sucesso, eu desisti. Hoje mesmo fui sozinha. A Babi não larga da Ju, e a Yasmin também não gosta muito. Ela prometeu que iria comigo depois. Quando eu saí da montanha russa daquele jeito que as pessoas saem mesmo, aquele pensamento tipo "muito foda, quero ir de novo" eu encontrei as meninas na fila do trem fantasma.

Porra.

Eu detesto levar susto, por isso não gosto de filme de terror. Cheguei à parte da fila onde elas estavam, mais ou menos na metade.

- E aí? – elas falaram um "oi" em coro.

- A montanha russa é legal Mari? – Babi perguntou.

- Muito. Você vai depois comigo né amor? – me voltei para Yasmin.

- Acho que não...

- Mas você prometeu pequena.

- Só se você for comigo agora no trem fantasma.

- Nem pensar. – Júlia abriu a boca – Júlia, nem pense em falar o que você tá pensando aí porque eu sei coisa pior de você.

- Eu tenho o direito de falar Marina.

- Tem, mas pense nas consequências.

- Vou ficar quieta. – abraçou Babi por trás e deitou a cabeça em seu ombro.

- Acho bom. – ela revirou os olhos, mas não disse nada. Yasmin se manifestou.

- Amor, vai comigo no trem fantasma aí eu vou na montanha russa. Quantas vezes você quiser.

- Tá pouco. Eu vou se você também pagar o lanche.

- Só pensa com a barriga hein? – Babi alfinetou. Mas esse povo hoje viu?

- Eu pago amor.

- Ah, eu também quero que você... – fui sussurrar lá no ouvido dela uma coisinha. Não conto, não conto por nada. Me afastei sorrindo safada, mostrei a língua, ela me encarava um pouco surpresa e meio envergonhada. Ela negou com a cabeça.

- Isso não. – comecei a rir.

- Por quê?

- Hoje não.

- Melhorou. Eu vou no trem fantasma ok?

- E eu na montanha russa.

- Duas taradas sem salvação. – Babi alfinetou de novo.

- Sim Irmã Bárbara. Olha que eu fiquei sabendo de umas histórias suas aí. Safadinha... As quietas são as piores. – Júlia riu e tomou um tapa.

- Não me chame de Bárbara. Eu nem vou responder essa sua provocação aí. – ui, Irmã Bárbara invocada. Uma menina saiu do brinquedo com uma cara de pânico inconsolável. Outra garota a puxava pela mão. Essa cena não me agradou nada, fiquei inquieta.

- Parei que a fila andou. – e avançamos. O rapaz perguntou se alguém mais queria ir porque tinha mais lugares e tal, e Júlia entrou com Babi. A gente continuou na fila. – Só você mesmo pra me fazer ir num negócio desses.

SmileOnde histórias criam vida. Descubra agora