Celular novo, Carlinhos e piti de sogra.

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 Ligamos a TV, novamente duas inúteis jogadas no sofá vendo séries. Uma com a cara inchada (eu) e a outra super normal e linda, chegando até a dar inveja. Qual é? Aqueles cabelos loiros brilhantes, perfeitamente arrumados e cheirosos dão mesmo inveja. A Júlia tem tanta cisma com aquele cabelo que fica parecendo até uma patricinha. E ele fica arrumado com uma passada de mão. Não sou obrigada.

- Pronto Marina, eu fiz sua namorada te perdoar, agora beije meus pés e vá me fazer alguma coisa pra comer, eu deixei a comida maravilhosa da minha mãe lá em casa pra vim te ver, ela ficou até magoada.

- Não vou beijar seus pés, e tem um hambúrguer com bacon na cozinha. Deve estar frio, eu ia comer, mas perdi a fome. Come lá. – ela foi correndo e me deixou ali com um sorrisinho na cara. É bom quando tudo se resolve. Ouvi o bip do microondas, dois minutos depois ouvi de novo. Ela voltou com o prato.

- Mari do céu, que maravilha esse hambúrguer.

- Obrigada.

- Tem certeza que não quer?

- Tenho. Tudo para a garota que salvou meu namoro. E a minha vida. Sabe Deus o que aconteceria se você não viesse.

- Eu te conheço bem o suficiente pra nunca te deixar na mão. – ela falou de boca cheia, eu quase não entendi.

- Tá, mas mastiga e depois fala.

- Ok, bunda branca.

- Sua insuportável.

- Só um pouco. Agora vai lavar esse rosto, que você já tá felizinha, então eu posso dizer que tá com cara de louca.

- Vá para um caralho Júlia. – falei rindo.

- Ihh, nem gosto. – fui lavar o rosto, não sem antes dar um tapa na cabeça daquele encosto necessário. Ela não pode nem suspeitar que eu disse isso, mas eu não viveria sem ela. Ela tinha razão sobre a minha cara de louca. Meus olhos estavam vermelhos, e meu nariz também. Bem melhor, cinco minutos depois, saí daquele banheiro.

Implorei que Ju dormisse comigo e ela se rendeu depois de muita insistência. Ela dormiu na minha cama mesmo, eu permiti, ainda estava um pouco mal. Nós nos comportamos bem, óbvio, e a noite logo virou dia.

Acordei nem muito tarde, nem muito cedo. A perna da Júlia estava jogada por cima da minha barriga, tratei de tirá-la logo dali. Ela resmungou e virou para o outro lado. Levantei e fui tomar banho. Os acontecimentos das últimas horas invadiram a minha mente e eu respirei parcialmente aliviada. Sabia que a Paula voltaria e poderia até fazer pior do que quebrar o meu celular, que aliás, foi mais culpa minha do que dela. Mas a possibilidade de um novo ataque vindo dela não me assustava, pelo menos não agora. Saí e vesti um short preto e uma blusa azul de ombro caído. Prendi o cabelo num rabo de cavalo molhado e fui acordar a loira na minha cama. Essa frase saiu um pouco vulgar não? Ah, foda-se.

- Acorda, peso morto.

- Nãmm. – voz abafada pelo travesseiro.

- Acorda logo.

- Tô morrida.

- Peraí, vou te enterrar. – ela abriu um olho e me encarou.

- Enterrar?

- Tá morrida? Vou te enterrar é debaixo do chuveiro gelado se você não levantar.

- Não, já acordei.

- Então levanta.

Depois de quase uma hora, Júlia finalmente estava arrumada, penteada e cheirosa para irmos ao shopping comprar o meu celular. Já começava a sentir falta dele. No meu carro fomos para o shopping mais próximo. Demorei pra achar vaga, mas logo entramos naquela réplica climatizada de uma cidade. Não demorou e eu saí da loja com um celular novo e com tudo o que eu tinha direito. Almoçamos por lá mesmo, e eu fui à loja de chocolates e comprei um grandão pra dividir com a minha amiga, e um para a minha namorada quando ela voltasse.

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